Aprendendo com bons Hábitos







Equipe:
Catarina Grünewald
catarinagru@terra.com.br

Jorge Leonardo Melo
jlmelo@unal.edu.co

Grupo Social:

Naédia Barbosa
CIEP Presidente Tancredo Neves Rua do Catete, 77 – Glória  

Depois de visitar diferentes lugares, o projeto finalmente foi desenvolvido no CIEP Tancredo Neves e todas as etapas do processo foram feitas por nós, trabalhando junto com a intercessora Naédia Barbosa e as crianças do primeiro ano. Naédia ensina seus alunos a aprenderem a ler, escrever, fazer contas de soma e subtração. Porém, nós escolhemos essa escola, porque nas aulas observamos que Naédia tem uma metodologia diferente, pois ela procura fazer com que as crianças entendam as situações do comportamento relacionando com o dia a dia. A intercessora usa exemplos da vida cotidiana e mostra quais são as diferenças entre as coisas boas e as coisas ruins. Além disso, ensina como algumas coisas simples conseguem mudar o comportamento das pessoas. Por exemplo, no momento que nos encontrávamos fazendo a observação de uma aula, a professora falou para uma criança o seguinte: “Você pode escolher se quiser ser uma pessoa boa ou uma pessoa ruim, mas, você acha que é legal ser ruim?” Assim, Naédia tenta melhorar a educação dos alunos através de sua aula, usando exemplos de comportamento do dia a dia.

A partir do conjunto de palavras que compõem o universo vocabular de Naédia Barbosa reconhecemos como tema para o projeto: “A educação consegue melhorar os hábitos de um mundo novo” Em uma das aulas, nós observamos uma atividade que se relaciona com a frase escolhida. Naédia, enquanto fazia a atividade da apostila com as crianças de leitura, um menino perguntou para ela o que era tolerância e ela respondeu que era a paciência, e saber conseguir administrar o comportamento do aluno Pablo. Assim, nós percebemos que Naédia ensinou um significado, e um hábito positivo para os seus alunos através de exemplos do dia a dia.

Após fazer as experimentações, nós percebemos que o projeto foi apontando para o uso de dinâmicas aonde os hábitos ensinados dentro das aulas conseguissem melhorar o comportamento das crianças. Com isso, concluímos que o conceito que ficou definido para desenvolver o projeto é despertar os bons hábitos dos alunos durante a aula, mediante jogos, dinâmicas e brincadeiras para serem feitas de um jeito bem divertido e em grupo, onde todos os alunos participem.

Como objeto final, nós construímos uma bola de 32 faces, que possibilita a intercessora realizar diferentes dinâmicas. Depois de analisarmos vários materiais, nós concluímos que a estrutura do papelão permite construir a bola com uma folha só, e além disso, é um material bem leve, não sendo perigoso para as crianças se machucarem. Na parte de fora, está forrado com feltro que permite que as crianças e a professora coloquem e tire as peças do quebra cabeça quantas vezes eles quiserem. O feltro, além de ter a função de revestir o papelão dá resistência e acabamento ao nosso protótipo final. Com uma linha verde, da cor do feltro, nós costuramos os 32 vértices da cada face, para dar maior resistência e acabamento. A bola também tem diferentes caixas que serão usadas para guardar as peças do quebra cabeça e pillots que serão usadas nas dinâmicas. Em 2 faces da bola, colocamos placas de ps, aonde a professora e os alunos podem escrever e apagar o que quiserem. As tampas das caixas também são de ps, dando mais espaço para os alunos se expressarem.

A professora usa o experimento, cada vez de um jeito diferente. Muitas vezes, quando a sala fica com muita bagunça, ou no horário da tarde, aonde as crianças ficam um pouco agitadas ela usa a bola para acalmar os alunos, e desse jeito ela consegue a atenção deles. As atividades que ela faz com a bola varia entre: dividir os alunos em dois grupos de 10, onde cada equipe tem que montar alguma forma com as peças do quebra cabeça, ou chama alguns alunos, só os mais comportados para fazerem uma ilustração, na placa de ps, sobre alguma história já contada por ela, e ainda utiliza o buraco de esquecer as coisas feias para que os alunos escrevam alguma coisa de errado que eles fizeram na aula, para enterrar e nunca mais fazer

Conclusão Jorge Leonardo Desenvolver um projeto, aonde o designer não vai a definir o resultado, se não que vai ser construído junto com a intercessora e as crianças, sempre vai ser uma experiência diferente, mesmo seja feito uma, dois ou muitas vezes, porque cada intercessor, cada criança tem uma personalidade diferente e as coisas observadas vão ser diferentes. O projeto serviu para mudar algumas coisas da maneira de pensar, para ser mais abertos aos diferentes pensamentos, ao aceitar a opinião, mesmo que seja uma coisa fora de si, mesmo seja uma coisa do jeito que nós não concordemos, mas o mais importante foi eliminar as jerarquias nos processos para um designer e construir uma ideia conjunta que vai responder às coisas que ela realmente precisa.

Conclusão Catarina Grünewald Acho difícil falar sobre a experiência do projeto 1002, pois vivenciei e passei por vários momentos durante esse processo. Conheci pessoas maravilhosas, pelas quais me encantei, entre elas minha dupla, Jorge Leonardo, a professora e nossa intercessora Naédia Barbosa, todos os alunos que faziam parte da turma da Naédia na escola do CIEP Tancredo Neves e que tive o privilégio de conhecer um pouco da história de alguns através das minhas conversas com eles durante seus recreios de 30 minutos, meus professores do projeto Ana Branco e Vicente Barros. Conheci uma realidade diferente a cada ida a escola, conheci um pouco da realidade dos alunos da escola municipal que muitas vezes são esquecidos e deixados de lado. Nesse processo também tentei me conhecer melhor, me descobrir. Tentava me superar a cada dificuldade que encontrava, como a mudança de escola no início do projeto por causa de burocracias. Aprendi também que errando é que se aprende, que devemos primeiro fazer para depois perceber o que pode funcionar ou não, porque as ideias só acontecem quando nós fazemos e não pensamos somente. Depois de todo o processo durante esse período saio com uma cabeça diferente em relação a criação e a minha profissão, e em relação a vida. Agradeço agora pelo fato de poder agradecer.

Agradeço ao Jorge Leonardo, minha dupla colombiana, pelo fato de me mostrar caminhos diferentes, me ensinar técnicas, conversar comigo em momentos de dificuldades e fazer com que eu me interessasse em buscar novas soluções. Em diversos momentos, ele com sua grande experiência, de um cara que se formou aos 15 anos no colégio, já formado em mecânica na faculdade SENA na Colômbia, que começou a trabalhar com 18 anos e depois largou tudo para estudar sua grande paixão: o design. Agora, se forma na Univercidade Nacional da Colômbia e veio para cá com o objetivo de fazer um projeto social. Não tenho palavras para descrever a admiração que sinto por ele e o quanto eu aprendi dividindo esse projeto. Não aprendi técnicas somente, mas ele me ensinou a ser determinada, não desistir e não ter medo das situações que enfrentamos. Agradeço a Naédia pelo fato de desde o início nos receber de braços abertos e nos mostrar com tanta certeza a sua metodologia. Com ela aprendi que a educação brasileira pode melhorar, aprendi que devemos desenvolver os bons hábitos praticando-os e não falando somente. Ela nos teve o tempo todo como nossa aliada, fazendo com que esse processo fosse desenvolvido de uma forma leve e prazerosa.

Avaliação Naédia Barbosa Eu adorei a participação deles na minha sala de aula. Eles foram muito empenhados durante o processo todo, perceberam a maneira como eu dava aula, e captaram isso fazendo seus experimentos e o protótipo final. Estão de parabéns, e sempre serão recebidos de braços abertos.

Disciplina: DSG 1002
Turma: 1AC
Professores: Ana Branco, Luis Vicente, Luciana Grether, Maria do Socorro Calhau

e-mail: ana.branco@rdc.puc-rio.br

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