GRATIDÕES Marcela Carvalho 2018.1


Agradeço a por topar na hora trabalhar a dança do Cacuriá que nunca tinha ouvido falar, como comentei em uma reunião de professores na barraca. Gerou em mim a mesma prontidão para me aliar ao projeto de máscaras do Dudu e formamos uma equipe integrada produzindo uma arte coletiva e a unidade do grupo.

 

Agradeço à Ana pela descoberta da festa dos aniversários do grupo, pelo poder de síntese pois aquilo que é fundante está presente e é valorizado: a alegria e a comemoração. Cada vela soprada durante este semestre gerou em mim o desejo de eternizar aqueles instantes.

 

Agradeço ao Dudu pela disponibilidade de ir no meu dia para vermos juntos as indumentárias. Decidimos coisas e o movimento em dupla convidou outros alunos a se interessarem pelas roupas acompanhando as máscaras. Gerou em mim realização de ver tanta coisa bonita tomando corpo.

 

Agradeço à Claudinha por vir celebrar conosco a festa de seu aniversario, convidados amigos do departamento que também entraram na roda de Cacuriá. Ver tantos desconhecidos dançando junto deu o tom de festança e gerou em mim confiar na alegria como único recurso possível para transpor barreiras.

 

Agradeço à Fernanda Abranches por dizer que o TNT tinha sido o que encontraram e por isso fizeram o estandarte ali. Gerou reconhecer o possível como o melhor caminho e logo me encantar por soluções encontradas pelo grupo para ilustrar a frase composta.

Agradeço a Roberta  pela força com que amarra as tiras de voil preto no branco criando a rede de asa de abelha. No início não sabia amarrar. Logo eu a vi amarrando o tênis e reparei que usava o método de laço com “orelhinha”. Passamos a sustentar um pesinho para ele ter a base firme e as duas mãos livres para finalizar o laço. Gerou ver os recursos do gestual dela e como podiam ser potencializados pela dupla por mais um par de mãos. Gerou compreender que uma técnica (dar laço!) quando aplicada em outra situação nem sempre é reconhecida como a mesma e no deslocamento e repetição criam um outro lugar/espaço de aprendizagem.

 

Agradeço a Juju por cantar todas as letras de “A noviça rebelde”, percebi que com a cantoria o grupo todo avança no trabalho com ritmo e leveza. Gerou em querer incorporar os cantos de trabalho e alinhar a leveza a cada entrega.

 

Agradeço a Manu por dizer: “eu não sei fazer isso!”. Lembrei como ela já tinha em outros momentos aplicado um pequeno tecido recortado sobre outro grande formando um desenho de pano, na árvore genealógica, no nome da bolsa e em outros projetos de outros semestres. A pausa para conversa sobre o que estávamos fazendo fez ela parar e reconhecer que estava cansada. Entendemos juntas que “Não sei fazer!” é diferente de “não quero fazer agora!”. Gerou em mim tranquilidade em tirar a pressa de ter que terminar logo.

 

Agradeço ao Luiz por escolher retalhos e compor desenhos variados, alguns foram colados, outros configuraram imagens que depois mudava. Gerou em mim flexibilizar o objetivo da aula, ver que ele se encantava por uma estampa e não por outra que ele dobrava um e deixava o outro cortado ou inteiro me fez avaliar a importância das escolhas e dos encantos.

 

Agradeço ao Arthur por sentar e querer que Luisa sentasse ao seu lado. O amor pela “mera” (sua preferida) ficou tão evidente que já nem queria outros ajudando. E quando eu disse: “mas eu estou aqui” ouvi a resposta: “pode as duas ajudar!”. Todos nós rimos muito. Gerou em mim reafirmar vínculos com cada um, circulando pela sala e sentar cada hora ao lado de um aluno.

 

Agradeço ao Nicolas por sentar na máquina e se lembrar de quando era criança que fazia pequenas costurinhas com as sobras dos retalhos da mãe uma grande fazedora de Patchwork. Gerou em mim confiança de que aproveitaria as aulas pois uma experiência na infância quando revisitada ganha força e se intensifica e abre espaço criador.

 

Agradeço ao Nicolas por durante a celebração de um dos aniversários tomar da mão do Arthur o azulejão vazio que ele estendia e logo em seguida perguntar se Arthur queria que ele puxasse o outro cheio para mais perto. A resposta foi: “Acertô!” todos rimos muito. A graça do momento gerou em mim reconhecer a atenção e entrega ao momento e a sintonia do grupo conectado pelo centro da mesa colorido e perfumado. Os gestos entrelaçados, um emendando o movimento do outro.

 

Agradeço a Tainá por se propor a trabalhar em casa trazendo de casa sempre muitas coisas adiantadas e bem acabadas. Gerou em mim resignificar suas ausências, compreendendo seu fluxo no grupo de estar próxima e afastada.

 

Agradeço à Fernanda Maçaira por no dia do seu aniversário dizer que os docinhos de banana eram todos seus. O grupo todo riu muito, mas terminou por obedecer seu pedido, reparei  que seu presente era vivo e incluía a cooperação de todo o grupo dando afeto e atenção à aniversariante, nossa “estrela do dia!”. O fato gerou em mim comungar da celebração dos desejos do nascido no dia, e ficar muito alegre em ser a festa.

 

Agradeço a Eneida por enquanto fazíamos versinhos dizer que seu nome tinha uma rima engraçada. Silenciamos pensamos e logo veio a palavra: “peida!”, rimos muito! Gerou em mim surpresa e uma alegria ver seu desprendimento para brincar com as palavras.

                                                                                           

Agradeço a Júlia por querer ser “Bonitora” mesmo sendo remunerada por horas complementares. Gerou em mim, unidade e comprometimento.

 

Agradeço à Luisa por dizer que a nossa aula era “Modelagem 0”. Rimos muito! O duplo sentido da palavra ZERO, por um lado é zero porque vem antes do curso de modelagem 1 e por outro lado é zero pois não fazemos uso de modelagem alguma. Gerou compreender um fluxo de antes e depois e muita alegria por estar entre na busca do processo, simplificando e tornando acessível a feitura de roupinhas que poderiam ter sido bem mas complexas.

 

Agradeço ao Guilherme por mostrar para turma seu caderno feito com Cristina Viana na aula de encadernação. Estava orgulhoso por ter tido tanto trabalho. Gerou em mim o mesmo orgulho por ele pois sei o trabalho que dá e como é bom concluir um objeto vê-lo prontinho.