Gratidões da Claudia Bolshaw

 

30/10

Agradeço ao Dudu por achar graça de tudo e por querer achar riso em todos os lugares.

Isso me faz perceber que existem lugares sem alegria e que é necessário que isto seja respeitado, não precisamos ser felizes nem distraídos de nossas histórias.

Agradeço a por nos abraçar tão forte e de modo tão firme, como uma mulher forte com músculos.

Sempre que sinto esse abraço penso de como as mulheres fortes são belas e me faz pensar que as mulheres são irmãs.

A força da negritude tem som de atabaque e os tambores reverberam no coração.

 

Agradeço a Juju por me ensinar as belezas desta vida, aumentando minha capacidade de amar.

Quando vejo seus olhos que brilham consigo sentir mais e pensar menos no que vou fazer no momento seguinte.

O estar presente é um presente.

 

Agradeço a Manuela por chegar atrasada porque me faz entender que tenho que lidar com o tempo de cada um.

Isso me traz um desconforto que me faz pensar na desimportância das coisas pequenas. No barulho que passa, na chuva que termina.

Agradeço a Fernanda por ser estar próxima e distante do grupo ao mesmo tempo.

Isso me faz ver como é necessário o trabalho em grupo para que possamos educar e ser educados.

O conhecimento se faz transversal e nos renova a cada encontro e desencontro.

Quando penso em gentileza me transporto para um universo onde podemos trocar ideias distintas com elegância e respeito.

 

Agradeço a Ana Branco por ser radical, por ser raiz, por ser profunda. Isso me mostra o encantamento com o cotidiano, me faz reconhecer que o extraordinário não nos pertence.

O radical é surpreendente pois é em si uma revolução diária. Isso renova minhas esperanças a cada dia, todos os dias.

 

Agradeço aos nossos monitores , alunos de graduação, porque eles na verdade é quem fazem a inclusão acontecer no campus da PUC.

Assim encontro uma universidade mais colorida e me faz acreditar que a diversidade pode romper nossos muros e nossas salas.

 

Agradeço a cada aluno do AEIOU que chega , pela estradinha da barraca, com o coração na mão e com os olhos de navegantes embriagados de maresia. Cada dia que passa acho mais graça em olhar esse caminho e achar que existe luz por entre as árvores, que existe vento em nossas palavras.

Cada dia que passa acho mais graça em olhar esse caminho e achar que existe luz por entre as árvores, que existe vento em nossas palavras.

Que tudo voa e que tudo passa, por mim, por nós, por eles.