CLARA GOLDENSTEIN CONCLUSÃO 2015.2



CLARA GOLDENSTEIN BIOCHIP 2015.2

Eu agradeço a corda de sisal pelo fato de ter me sustentado e sustentado as outras pessoas que estavam dentro da rede. Isso me gerou pensar que o formato de rede pode sustentar muito mais facilmente do que a pirâmide convencional que conhecemos. Em rede, podemos descansar enquanto todos os outros também descansam, e ela só se mantém viva se todos estamos vivos dentro dela.

13/08

Agradeço a corda de sisal por me mostrar, com sabedoria intuitiva, que a lógica não é necessária para nos adaptarmos ao conforto da confiança. Isso me gerou pensar que as relações que eu estabeleço com as pessoas a minha volta devem se dar da mesma forma.

18/08

Eu agradeço a cenoura pelo fato de ter me feito descobrir, no seu silêncio dourado, que a riqueza está nos detalhes. Isso me gerou pensar que, basta nos conectarmos com o que comemos para descobrirmos o tanto de mini sabores gostosos que os alimentos podem ter. O laranja deu alegria macia aos meus olhos, o crocante das rodelas acordou meus dentes, o bolinho ralado adoçou a minha língua, as pétalas floresceram meu estômago adormecido. Muitos pratos em um só corpinho laranja e comprido!

20/08

Eu agradeço a corda de rami por ter me feito ter mais consciência do meu próprio corpo, me gerando pensar que, apenas com esse material (a corda), existem milhares de possibilidades e desdobramentos que posso alcançar. Acostumados a achar o equilíbrio apenas sob os 2 pés, quando adicionamos a corda ao nosso sistema, o equilíbrio vem de outras posições.

25/08

Eu agradeço os repolhos e a cenoura por terem me ensinado sobre as cores e a verdadeira forma natural como isso pode se dar na natureza. Isso me gerou pensar sobre a relação que tenho com as cores, que podem, ao contrario do que nos acostumamos a pensar, serem fornecidas pelos lugares de mais fácil acesso.

01/09

Eu agradeço o repolho roxo por me surpreender, me gerando o aprendizado na cabeça, na boca, nos olhos e no nariz. Pude sentir um sabor novo, apesar de já ter o comido tantas vezes, pude ver um roxo puro, me meus olhos estão agradecendo até agora. Descobertas multissensoriais!

Agradeço a abóbora (velha amiga) por ter se mostrado uma amiga de verdade, me gerando pensar que quando achamos que já conhecemos de tudo, ainda podemos descobrir mais (assim como descobri um novo sabor morando dentro da abóbora).

Agradeço o inhame por me mostrar o branco da natureza, me gerando pensar sobre a composição das cores de verdade, natural, sem corantes.

Eu agradeço a maça por ser a ultima na ordem do suco, me gerando pensar como somos acostumados a provar tudo que já está doce, sem permitir que possamos conhecer o verdadeiro sabor das coisas.

Agradeço a beterraba pela sua cor intensa, que me gerou pensar sobre as cores que a natureza pode nos fornecer.

08/09

Eu agradeço o filme Ponto de Mutação e o livro do Capra, que deu origem, por me trazer um novo tipo de conhecimento, que me gerou pensar sobre como absorvo novos pensamentos. Estar em uma universidade é, em vários momentos, difícil, muitas palavras acadêmicas demais e pouca sinceridade, muita burocracia ao invés da simplicidade, então você pode imaginar como foi um alivio para a minha mente de repente escutar sobre uma teoria que tem tudo de simplório, tudo aquilo que tenho meditado secretamente. Sobre a uma só grande crise de percepção que Capra fala, nós sabemos muito bem. Por isso, absorver suas ideias é tão natural, tão fácil.

10/09

Agradeço a argila por ter me conectado com a minha essência, que me gerou lembrar da minha infância, quando meu pai comprava argila, cobria o chão de jornal e eu criava todos os tipos de formatos, caminhando por todos os universos que queria através da imaginação. Me conectar de novo com essa sensação é sempre muito bom. Me sinto com a pureza da Clara criança.

17/09

Agradeço os essênios por terem deixado como ensinamento uma nova forma de fazer e comer pão, me gerando pensar que existe uma alternativa de alimentação que nos conecta mais com o nosso corpo. Mastigando mais, captamos toda a energia que os grãos germinados têm a nos oferecer.

19/09

Filme Camelos também choram

Preciso falar das lágrimas daquele camelo! Um choro tão espontâneo, que me ensinou tanta coisa. Agradeço ao camelo pela surpresa, que me gerou pensar que, exatamente nesse segundo em que escrevo essas palavras na folha, existem milhares de camelos, vacas, cachorros, gatos, e todos os seres vivos do nosso planeta, derramando uma lágrima. Sim, camelos também choram, mas é só a rapidez das nossas rotinas que não nos permite enxergar suas lágrimas. Ou até simplesmente notar suas existências...

22/09

Depois que assisti o filme chorei muito. Meu namorado estava junto comigo assistindo, e ao final não conseguia conter meu choro. Muita mágoa com a vida que escolhemos ter, estamos todos vivendo da maneira errada e sinto isso de um jeito muito forte. Mas como fugir disso? Parece não ser possível. Ir para outro planeta, como no filme? Me sinto sozinha.

Agradeço o filme La Belle Verte por ter me trazido estes questionamentos, me gerando pensar que, apesar de estar em uma fase muito dolorosa da minha vida, em que passo a ver de forma crítica tudo que sempre tomei como verdade, ao menos agora enxergo. Espero que minha tristeza passe e eu consiga agir por onde posso. Você já se sentiu assim, Ana?

08/10/2015

Agradeço o filme “a carne é fraca” por mostrar o lado negro do tratamento dos animais na indústria dos alimentos. Isso gerou em mim pensar na forma como tratamos nosso corpo, já que nós nos tornamos aquilo que colocamos para dentro do nosso corpo. Ou seja, quando nossa alimentação inclui essa carne, carregamos para nós toda a negatividade da vida que esses animais tiveram

13/10/15

Agradeço as conchas e suas histórias por me fazerem olhar para o mar com outros olhos. Elas me fizeram pensar sobre o medo que sinto quando vejo uma onda grande chegando. Depois dessa aula, fui para a praia algumas vezes. Passei um tempão olhando pra baixo procurando e catando conchas. Guardando as conchas que vão juntar a minha história com as delas (velhas sabichonas, conhecedoras do mar que eu não quero mais temer).

22/10/15

Agradeço a terra por me mostrar a força dos ciclos da natureza. Me fazendo pensar sobre a compostagem e como é possível viver em sintonia, dentro de um ciclo que a natureza é capaz de movimentar.

29/10/15

Agradeço o filme “super size me” por mostrar explicitamente o mal que a alimentação proposta pelo mundo da fast food pode trazer. Isso me fez pensar que muitas pessoas deveriam ter a consciência de que tipo de comida elas colocam para dentro do próprio corpo.

05/11/2015

Agradeço os filmes “agrossivicultura” e “a dança das sementes” por me trazerem novos conhecimentos com relação ao uso que o homem pode fazer da terra. Agora penso que me sinto mais forte por conhecer novas técnicas de cultivo de alimento.

10/11/15

Agradeço todos os baloeiros (e principalmente o Tura) por fazerem essa arte tão fina e delicada, apesar de serem injustamente tolhidos. Isso me gerou conhecer o universo novo, de uma cultura que até então eu desconhecia. Por isso, agora penso

12/10/2015

Bibliografia

Agradeço a Ana por trazer os conhecimentos que adquiriu através de tantos livros ricos. Me fez pensar sobre a ideia do livro e o compartilhamento de ideias. Bons pensamentos devem ser compartilhados!

17/11/15

Agradeço as cores das frutas que me permitiram fazer o desenho natalino no azulejo. Isso me gerou o pensamento de que posso explorar a criatividade em qualquer canto e também que as cores não estão só na caixa de lápis de cor. Estão em tudo o que tem por aí! Que bom que descobri isso... Me sinto mais criativa.

Ana querida,

te agradeço por ter me ajudado a me tornar uma pessoa mais forte, gerando em mim maior entendimento da vida e do que eu quero ser na vida. Tenho consciência do meu processo de mudança e já sinto tanta coisa acontecendo dentro de mim! E grande parte foi pelo o que eu aprendi na barraca. Vejo o mundo com outros olhos, tenho vontades diferentes. Tenho olhos mais atentos, tenho vontades mais simples. O que você faz nesse mundo, Ana, é lindo! É lindo aprender a ver o mundo como você me ensinou. Te agradeço por levar a beleza para a vida dos outros da maneira mais simples, natural e sincera. Feliz ano novo, natal e bom descanso de férias!

Muitos muito beijos,

Clarinha