Vanessa Murias CONCLUSÃO 2016.1



10/05/2016

Eu agradeço ao cisal por proporcionar confiança em mim e nas pessoas envolvidas nele. Essa nova perspectiva gerou em mim uma compreensão maior do espaço em que estou inserida junto com outros seres. Obrigada.

Eu agradeço a argila por ser maravilhosamente pura, silenciosa e ter uma harmonia imensurável. Eu agradeço a ela por estar tanto tempo no planeta Terra e por trazer consigo um relaxamento profundo. Argila transpira vida e beleza, por não ter forma única e sempre ser modificada.

Eu agradeço o trigo e aveia por serem maravilhosos e fazerem parte da Terra. Eles possibilitam variedades incríveis de alimentos nutritivos e gostosos. São sabores incríveis que a Terra nos dá. Obrigada, obrigada por poder experimentar esses preciosos alimentos.

Eu agradeço a cenoura por nos proporcionar tantas maneiras de senti-la, com seus variados gostos, texturas e sabores. A experiência de corta-la de diferentes formas e formatos gerou um conhecimento amplo e profundo em mim sobre a cenoura. Ela é um alimento muito rico, que ao aprestar mais atenção nela, vi toda sua grandeza e beleza.

Eu agradeço a areia por trazer beleza e pureza para qualquer ambiente. Ela me traz lembranças de lugares e momentos bonitos que eu vivi. A praia é um lugar lindo, mágico, repleto de natureza, e a areia representa esse lugar. Ela traz consigo um sentimento de alegria, leveza e relaxamento. Agradeço-a por ter me oferecido sua beleza e a possibilidade de trazer de volta a esses bons momentos. Obrigada por ser maravilhosa.

Eu agradeço a clorofila; a couve, a chicória, a hortelã, a grama de trigo, com todos os seus diferentes tons de verde e suas riquezas nutricionais, que me doam diversas combinações e ensinamentos, me permitem entender o que é cada um e me dão a escolha pra usufruir de todo o seu bem.

Eu agradeço o inhame, a beterraba, o repolho, a abóbora e a maça por terem vindo ao mundo com esses sabores. Além disso, eles trazem vida e cor para nós, terráqueos, que estamos acostumados a esquecer nossa função na Terra, que é ama-la e respeitá-la. Obrigada natureza. Obrigada por me fazer perceber que somos todos interligados.

Eu agradeço o filme “La Belle Verte” por ter a preocupação e o intuito de lembrar ao espectador quem somos nós e o que estamos fazendo nesse planeta. O filme é espetacular, engraçado, emotivo, e instiga o espectador a olhar para dentro de si mesmo e refletir. Por que sentimos tanto medo? Por que tratamos as pessoas como coisas e as coisas como pessoas? Por que damos mais valor para aquilo que não tem vida? Por que não damos valor para o que realmente importa? Essas questões ficaram na minha cabeça após assistir o filme. A vida é simples e passageira e precisa-se de mais confiança entre as pessoas e saber o dever que nós, seres humanos, temos durante nossa passagem na Terra. As relações entre humanos e o ambiente ficaram perdidas no tempo. Precisa-se resgatar o valor dessas relações.

Eu agradeço o filme “Ponto de Mutação” por apresentar diálogos bem estruturados, inteligentes e carregarem argumentos cheios de verdade. O filme pôde me mostrar como o mundo pode ser visto através de três pensamentos distintos: A ciência, a poesia e a política. O livro de Capra, um físico austríaco, que inspirou o filme, defende que são necessárias mudanças rápidas nas atitudes para que se possa contornar os grandes problemas mundiais. Quando os problemas são enormes, perde-se o interesse por eles, como a fome, miséria, pobreza, crise energética, falta de água, epidemias, violência, poluição, perda da biodiversidade e etc. São tantos que chegamos, diz Capra, à ponta do cume: é preciso a imediata e irreversível mudança de pensamentos e atitudes para que tais realidades sejam revertidas. Esse filme gerou em mim reflexão sobre os pensamentos desse grande autor e físico. As pequenas atitudes podem causar uma proporção muito grande, e assim enfraquecer esses problemas que parecem impossíveis de serem resolvidos. Então, torna-se a obrigação dos terráqueos modificar os hábitos que parecem impossíveis de serem mudados. Para o bem do planeta, para o bem dos seres vivos.

Eu agradeço o filme “Super Size Me” por mostrar como os Fast Foods fazem mal para a saúde mental e psicológica dos seres vivos. É triste saber que muitas pessoas, que na maioria não tem acesso a informação, se alimentem disso, por que não podemos nem chamar isso de comida. É uma droga que aparenta trazer algo bom, mas na realidade traz consequências drásticas para um ser e o planeta. Precisamos conscientizar as pessoas que ainda comem no Mc Donald’s e afins. é triste ver que o simples ato de comer um sanduíche traz consequências desastrosas para o planeta e todos os terráqueos envolvidos.

Eu agradeço as frutas por nos darem tanto sabor e riqueza para nós, terráqueos. Comer, se nutrir e saborear trazem felicidade para o corpo e mente do ser-humano. Come-las me fez sentir mais viva, elas representam a vida! Viva o abacate, a goiaba, a laranja, manga, abacaxi, mamão... Também viva as sementes germinadas e os numerosos alimentos que podemos formar com essa saborosa união. Muito agradecida!

Eu agradeço o filme “Les Baloons” de Etienne Chambolle, por abordar um assunto tão pouco falado e escondido das mídias. Fiquei feliz em saber por um lado que o balão não prejudica o meio-ambiente e não provoca incêndios. Por outro, fiquei triste por ser proibido pela lei soltar balões, que é uma coisa tão bonita que traz felicidade. Soltar balões só é proibido por interesses econômicos, pois muitas pessoas iriam deixar suas televisões desligadas para assistir essas maravilhas no céu. Depois do jantar, as famílias iriam querer assistir os balões e soltar eles, em vez de ficarem sentados e alienados na frente de uma televisão assistindo novela. Achei muito importante a iniciativa do filme de divulgar esse assunto e trazer discussões tão importantes sobre a mídia e sobre o que estamos fazendo da nossa vida quando preferimos ficar o dia inteiro sentado assistindo televisão.

Eu agradeço a areia por ser tão pura e limpa. Ela me traz lindas lembranças de um lugar onde fui e sou muito feliz, que é a praia. Ela me traz uma percepção do mundo muito diferente, me traz uma lição de leveza e fluidez e adaptacão. Observar a areia e querer ser como areia me traz a capacidade de ser fluida, de me adaptar as diferentes formas e ventos da vida, de ler nas linhas delicadas que não reparo.

Agradeço ao Biochip por gerar em mim um novo olhar de mundo. Aprendi a sentir melhor o mundo a minha volta, a enxergar a sintonia que liga a todos nós nesse universo.

Aprendi a olhar tudo com mais cautela e coração, e, como uma criança, tentar enxergar as coisas sem preconceitos, sem as estruturas que me foram passadas. O mundo é de todos nós, de todos os seres vivos, todos nós estamos aqui para acrescentar e melhorar um ao outro, não para sugar e destruir, como somos ensinados a fazer desde pequenos. Sou parte do mundo e ele é parte de mim.

Isso foi quebrado por ensinamentos cruéis e egoístas, mas pode ser restaurado dentro de cada um se pararmos para ouvir, sentir e enxergar como crianças dispostas e reaprender tudo novo.

O biochip me deu isso. E eu sou imensamente grata por esse ensinamento. Tudo pode ser feito novo e melhor. Basta eu parar e deixar ouvir, deixar ver, deixar sentir, e, assim, agradecer. Sou grata pela chance de aprender e ser melhor todos os dias.

Muito obrigada por esses ensinamentos. De fato faltei bastante por causa de trabalho, mas cada segundo na sua aula foi uma lição eterna pra mim. De verdade. Muito obrigada por compartilhar tanta sabedoria e tanto amor. Pessoas como você me fazem ter esperança na vida.

Essa foi minha última matéria na PUC. Sou muito grata por ter tido o privilégio de finalizar meus anos universitários assim: com amor, esperança e sabedoria pra ser melhor.

Muito obrigada, de verdade.

Beijos,

Vanessa Múrias