Juliana Nascimento Costa CONCLUSÃO 2016.2



Agradecimento aula de rami
Agradeço a corda de ramo por alongar meu corpo, provocar uma conexão comigo mesma e com o outro. Durante essas horas pude desconectar minha mente das tarefas e dos problemas para reparar apenas na forma como meu corpo reage e se movimenta. Além disso, interagir com os outros foi fundamental para que eu pudesse realmente entender a proposta da aula e o quanto é importante estar em comunidade. Isso gerou em mim um contato com a natureza, desestresse, paciência com o outro, movimentação e desconforto em certos momentos mas apesar de tudo, meu corpo sentiu falta da corda de rami quando ela já não estava mais ali. É legal perceber a dependência do outro em tudo que fazemos e a confiança que nos é necessária para viver. A estrela se desfazia sempre que alguém se movimentava e nós dependíamos um do outro para não cair quando nos jogamos para trás. Juntos tentávamos resolver os problemas que apareciam quando a corda estava frouxa ou apertada demais e a gente sempre dava um jeitinho de melhorar a situação da pessoa que estava ao nosso lado. Foi fundamental para mim entender que sempre podemos amenizar o fardo do outro e que dependo de alguém para que as coisas fiquem mais leves para mim também. Obrigada corda de rami

Agradecimento aula da argila
Eu quero agradecer a argila por ter me acolhido. Cheguei atrasada na aula e ainda assim pude ser agregada ao conjunto final, à obra que formamos com a argila. A noção de sociedade e de estar conectada a tudo é completamente enriquecedora. É importante observar a forma como a argila é moldada, como ela age e reage de acordo com as nossas ações. Além disso, pude observar a nossa interação com o mundo que nos leva a reproduzir aquilo que tem vida e forma na argila. A gente sempre reproduz um formato conhecido: corações, pássaros, bolinhas... E no final, tudo se encaixa fazendo sentido de alguma forma. Todas as pecinhas preparadas por nós formaram um grande conjunto muito bonito. Obrigada por todas as respostas

Agradecimento aula em que preparamos os potinhos
Eu queria agradecer a cenoura, ao repolho e a beterraba por me proporcionarem tantas combinações legais. Nesta aula, pudemos fazer desenhos incríveis que nem dão vontade de comer. Cada potinho ficou de um jeito, cada um com sua particularidade. Nenhuma comida era igual a outra apesar de terem os mesmos alimentos. É muito legal ver a arte de cada um e como estávamos preocupados em fazer algo bonito para nós mesmos. Foi legal dar sugestões aos meus amigos e poder trabalhar junto deles. Eu não levo muito jeito para cortar legumes e nessa aula, eu pude aprender que com a ajuda das pessoas ao meu redor eu posso fazer muitas coisas que eu achava que não era capaz. Obrigada por isso

Agradecimento aula dos sucos
Eu quero agradecer a abóbora, ao repolho, ao inhame, a beterraba e a maçã por me mostrar as cores em diversas tonalidades. E também pelo silêncio quando as preparamos. É legal poder estar ali reparando no formato, na textura de cada alimento e depois poder uni-los para combinar sabores. Eu nunca vi um roxo tão bonito quanto ao que foi extraído do repolho. O laranja também ficou incrível. Hoje, mais do que nos outros dias, eu pude ver a arte extraída dos alimentos, olhar essas cores tão vivas dá vontade de pintar! Os sabores também me surpreenderam muito. O de beterraba foi o que mais me agradou e a mistura dele com o de cenoura também fica muito saborosa. Também foi muito importante compartilhar minhas impressões com as dos meus amigos e poder conhecer um pouco do gosto de cada um. Obrigada pelas surpresas.

Agradecimento aula das conchas As conchas carregam história. Tudo no universo carrega uma história que nós quase nunca temos tempo de reparar, de ouvir, de sentir... Hoje, eu pude perceber que as conchas são uma parte de quem sou também: elas fazem barulho, se movimentam, conversam, interagem e se relacionam. A textura, as cores, os tamanhos, as curvas... São fascinantes. A água que um dia as tocou, corre dentro de mim e me transforma também. Essas conchas foram berços para uma vida que eu nem qual é mas ainda assim posso ter acesso a essa história, a essa informação. As conchas foram casas para algum ser ivo e hoje essas casas estavam abertas para que eu pudesse conhecê-las. Grata por tudo isso. Olá Ana, segue meus agradecimentos da G2. Não sei se falta alguma aula mas espero que não. Eu sou muito grata pelo curso. Cheguei do De-para sem ter muita noção do que estava acontecendo mas tenho certeza que a matéria agregou muito na minha vida acadêmica e pessoal. Eu aprendi muito sobre coisas que nunca imaginei aprender na faculdade. Foi surpreendente em todos os sentidos. Sou grata, principalmente, pelas pessoas que me cercaram durante curso e me fizeram me abrir pra conhecer mais.

18/10 Quero agradecer essa aula por aprender a utilizar o moedor, por entrar em contato com a nossa história e poder fazer a farinha. Aprendemos que nada se faz sozinho, que é importante estarmos em sintonia e ajudando uns aos outros. Por isso, torcemos o aipim no pano em dupla. O silêncio do branco do aipim é delicioso. Depois que a farinha ficou pronta, eu fiquei passando ela nos dedos e mexendo e isso me fez ter consciência do quão bom é estar em contato com aquilo que nos alimenta. No fim da aula, eu e duas amigas experimentamos a textura da goma do aipim. É maravilhoso, ele fica sólido e líquido ao mesmo tempo. É ambíguo. Depois, os dedos ficam macios porque o aipim parece talco para as mãos. Experimentar tudo isso com as outras pessoas é incrível e eu sou muito grata por isso.

20/10 Quero agradecer ao coentro, pimentão, lentilha germinada e cebola que juntos fizeram um bolinho delicioso. Eu gosto muito de fazer bolinhos, me lembra quando eu era criança e toda família se unia para fazer brigadeiro. É uma forma de resgatar a minha história e compartilhar isso com meus colegas de turma. Obrigada.

25/10
Eu quero agradecer ao pimentão, ao agrião, ao alho poró, a batata, a maçã, ao brócolis, a cebola e ao pimentão que misturados fizeram a sopa que comemos juntos. Nessa aula, aprendi como cortar uma cebola em quadradinhos. É muito legal preparar os alimentos de forma coletiva porque assim aprendemos uns com os outros. Eu, que não sabia cortar a cebola, aprendi com um amigo como fazia. Ele compartilhou um conhecimento dele comigo e eu sou grata por isso.

27/10
Eu quero agradecer aos filmes que foram vistos nessa aula. É muito chocante receber todas essas informações em menos de 2 horas. Ver aqueles animais sendo tratados de forma tão cruel e perceber que eu faço parte disso, me deixou atormentada. E mais do que isso, esses hábitos alimentares, que foram introduzidos em nós, não são saudáveis nem pra nós seres humanos. Não somos carnívoros, não fomos criados para matar os outros animais e comer. Estou tentando mudar meus hábitos alimentares porque sei que eu sou aquilo que eu como e ver esse filme me deu certeza de que nos alimentamos de forma cruel, a gente se alimenta da morte de outro animal, que tem vida e sente como nós. O filme é extremamente triste mas precisa ser visto. Confesso que não assisti tudo, não consegui. Eu quero agradecer porque pude abrir minha mente para pensar de outra forma, de uma forma não convencional. Também sou grata pelas informações que geralmente não são disponibilizadas a nós, obrigada pelo aprendizado.

1/11
Agradeço a terra de 1 mês, 6 meses e 12 meses por me mostrar de onde vim, por permitir contato com a vida. Aprendi que a terra somos nós, que nós fazemos parte dela e ela faz parte da gente, que nós alimentamos a terra e somos alimentados por ela. A gente perde o contato com as nossas raízes. Quando criança, a gente não tem "nojo" ou medo de colocar a mão na terra mas aos poucos, somos ensinados que é nojento, que é sujo e com isso, vamos perdendo o contato com a nossa natureza. Foi muito bom poder colocar as minhocas na mão, sentir a textura delas e observar como elas se comportam na terra. Aprendi também que é esse desvinculo com a terra que faz com que o ser humano faça guerra. Sou muito grata à terra por cada ensinamento.

8/11
Hoje a aula foi surpreendente. Cheguei um pouco enjoada e sem vontade de experimentar nada mas meus amigos me encorajaram e disseram que a comida me faria bem. Ajudei no preparo da comidinha quente e tentei deixar tudo aquilo que me fazia mal de lado. Eu quero agradecer a maçã, ao pimentão, a cenoura, ao aipo, a uva passa e ao curry e, principalmente, aos meus amigos. Eles se preocuparam comigo e insistiram que eu experimentasse. Eu comi e me fez muito bem. É bom perceber que não estamos sozinhos e que mesmo numa turma onde só nos encontramos duas vezes por semana, a gente consegue interagir muito bem. Olhar ao redor, perceber o outro, as suas necessidades e dificuldades mas também suas qualidades: foi isso que eu aprendi na prática hoje. Obrigada.

10/11
Essa aula foi incrível. Quando a Ana me entregou a areia, eu não soube o que fazer. Não estava e não estou acostumada a aprender de forma independente. Nenhum professor pega algo e nos incentiva a experimentar, a testar, a reconhecer sensorialmente, a trocar sem julgamentos. Nessa aula, aprendi que o conhecimento não avalia e que eu posso sentir e conhecer sem pré-requisitos, sem preconceitos. Percebi que a areia tem a mesma composição que nós e que no começa, ela se move de um jeito diferente do qual esperamos porque ela tem vida! Depois de um tempo, ela começa a nos corresponder e as coisas parecem ser sincronizadas: isso é dialogar com a areia. E o diálogo não parou ali. No fim da aula, compartilhamos uns com os outros as nossas percepções e aquilo que aprendemos de mais importante. E juntos, minha visão ficou muito mais aberta e eu aprendi coisas que sozinha não aprenderia.

Dia 17/11 Desenho com frutas
Cozinhar e desenhar não me pareciam estar na mesma sintonia. Nessa aula, aprendi que a arte está em todos os lugares e é obra coletiva. E é maravilhoso e encantador justamente por isso. Nós nos unimos e fizemos um grande quadro colorido com as frutas. Cada um se expressou da sua maneira, como indivíduo e juntos, nos expressamos como grupo. E comemoramos! Observar a arte do outro, conectar-se consigo mesma e poder preparar um prato para oferecer a alguém é mágico e que eu nunca tinha experimentado antes. Quando olhei pros meus desenhos e os ofereci para alguém, senti que posso compartilhar aquilo que eu sinto e que eu sou com o outro. Eu sou muito grata por essa aula.

22/11 - Aula sobre o fogo e apresentação dos livros
O fogo sempre me pareceu algo a ser temido, a ser abafado e afastado. Quando a Ana nos contou suas experiências e nos mostrou uma nova perspectiva sobre aquilo que parecia tão concreto, eu pude repensar o conceito de vida. Eu, certamente, afeto e sou afetada pelo fogo. E isso é bonito. Quebrar nossos preconceitos é tão difícil, né? Sai da aula pensando em todos os julgamentos que fiz e faço e no quanto eu poderia conhecer mais se não criasse muros ao redor de tudo. Gratidão por isso

Dia 29/11 Festa de Natal
A festa de Natal foi incrível, principalmente, porque as crianças da outra turma chegaram depois e agregaram ainda mais a comemoração. Eu sou grata pela música festiva e pelos sorrisos que demos juntos. Eu me lembro que cortamos as frutas em bolinhas e ver o quão maravilhado ficamos com algo que, aparentemente, é simples, me fez pensar que talvez as novidades tragam apetite pra vida. Mais uma vez pudemos fazer um grande quadro coletivo e apreciá-lo, compartilhá-lo... Construir junto é realmente maravilhoso! Eu sou muito grata pela comemoração e pela oportunidade de olhar o outro ao meu redor e sentir que juntos podemos aprender muito.

Dia 1/12 Baloeiros RDC
Confesso que cheguei no RDC cheia de dúvidas, preconceitos e julgamentos. Durante o filme, observei pessoas apaixonadas pela arte de fazer balão. Me pareceu tão bonito mas muito pouco palpável e distante da minha realidade. Entretanto, quando o baloeiro que a Ana convidou para conversar com a gente olhou nos nossos olhos e falou da sua realidade, dos seus desejos, eu pude entender. Não é sobre fazer algo proibido. É sobre se apaixonar pela vida, pelo fogo e pela arte. É sobre querer se expressar nos céus e desejar isso de todo o coração. Foi importante, pra mim, estar ali e me dispor a conhecer, a enxergar com a partir de outra lente. Gratidão pela oportunidade que despertou uma mente e um coração aberto em mim.

Conclusão
Eu sou muita por poder resignificar o conceito de vida e isso nunca me pareceu uma hipótese. Vida, para mim, sempre foi aquilo que respira de alguma forma e pronto. Isso era vida e todo resto, estava morto. Eu nunca pensei que fosse encontrar vida na areia, nas conchas, nos alimentos... Me parecia absurdo me comunicar com aquilo que me afeta. Eu quero agradecer a cada um aqui porque juntos descobrimos que podemos dialogar, conhecer no seu sentido mais puro - sem julgamentos e preconceitos - e modificar a nossa destruidora para construir coletivamente. Eu quero agradecer a Ana por conduzir o curso e por nos ensinar a experimentar sozinhos; por nunca apontar o dedo pra dizer se estava certo ou errado mas nos incentivar a observar. Em todas as aulas eu pude aprender algo novo e compartilhar isso, de alguma forma, com as pessoas ao meu redor. Isso é gratificante. Obrigada. Eu tenho certeza que eu não sou a mesma Juliana do começo do período letivo e que nada foi por acaso.

Gratidão Juliana