LEILA FERRELL CONCLUSÃO 2016.2



Dia 25/08/2016
Eu agradeço à corda de sisal pelo fato de me gerado segurança e conforto, ao mesmo tempo me tirar da minha zona de conforto ao fazer com que me sentisse pertencente de um grupo de pessoas novas. Pelo fato de enxergar uma conexão que eu não sentia que existia, mas que agora há com todos os seres vivos do mundo. Por me fazer realizar por meio de uma analogia que temos sempre que nos mexer para nos adaptar, para nos sentirmos confortáveis no ambiente e que ninguém pode fazer isso por nos. Apenas uma pessoa é capaz de nos fazer sentir bem em algum lugar, e se uma conexão não está boa, temos que consertá-la até que fique de nosso agrado. A corda de sisal gerou em mim paz de espírito por perceber que às vezes podemos nos sentir menos confortáveis em algum ambiente, mas que só nos mesmos podemos mudar. Me trouxe conforto e alegria.

Dia 30/08/2016
Eu agradeço à corda de sisal pelo fato de me mostrar que não importa a quantidade de pessoas, sempre tem como confiar no outro e sempre estamos abertos a receber novas teias e novas conexões. Há sempre um jeito de se ajustar em novas teias e ambientes. Me gerou conforto instantâneo de estar entrando na teia de novas pessoas e ser recebida com carinho e confiança, além de receber novas teias e saber me adaptar e gostar da nova conexão.

Dia 01/09/2016
Eu agradeço à cenoura por te me proporcionado bem-estar e saciedade. Além disso, me mostrou que um mesmo alimento vivo pode ter uma infinidade de sabores dependendo do corte e do pedaço. Não imaginava, nem esperava que cada parte tivesse um gosto diferente. O suco também é uma delícia e tem outro sabor completamente diferente.

Dia 13/09, 15/09
Eu agradeço aos alimentos fermentados por me mostrarem que mesmo que eles estejam em constante mutação, eles conseguem se misturar e compartilhar suas cores e sabores com as outras partes. Os alimentos fermentados possuem uma conotação negativa no mundo “normal” por estarem “podres”, mas na aula percebemos que isso é construção social e que eles continuam sendo vivos e com poder de acrescentar coisas boas. Me trouxe sentimento de pertencimento e alívio por saber que nem tudo é sempre como somos ensinados.

Dia 27/09/2016
Eu agradeço à argila por ter me passado seus conhecimentos de mais de 15 mil anos. Durante o meu tempo com a argila pude refletir e pensar em tudo que essa senhora já viveu e tem de experiência ao longo de sua duração no mangue. Mexendo na argila pude sentir todas suas “imperfeições” por não ser um material homogêneo, conter partes de plantas, arvores, e outros seres vivos que ela conheceu ao longo de sua jornada. Pude separá-la em pedaços mesmo sabendo que ela sempre voltaria para o seu original. Pude desenhar com ela e unir meu desenho com os dos colegas para formarmos algo ainda maior, e a argila mesmo assim pertencer ao conjunto.

Dia 11/10/2016
Eu agradeço às conchas por me levarem para perto do ambiente marítimo, do qual eu aprecio muito. Todas suas formas, diferentes cheiros e texturas, mostraram que cada ser vivo, mesmo sendo diferente um do outro, pode pertencer ao mesmo ambiente e se adaptar. Cada concha já abrigou um ser vivo diferente, e isso me trouxe paz e tranquilidade por saber que não importa se sairmos da nossa casa, ela sempre vai existir.

Dia 18/10/2016
Eu agradeço ao aipim por ter me mostrado uma nova forma de saborear as raízes e apreciá-las. Agradeço também por me mostrar que o caldo do aipim não é veneno e é uma delícia que faz muito bem para o corpo.

Bolinho de farinha de mandioca
Agradeço à farinha de mandioca por ter me permitido conhecer uma nova forma de experimentar o alimento, principalmente feito por mim mesma. A mistura com cebola, coentro e tomate fez da experiência uma coisa nova e me permitiu abrir a cabeça em relação ao tempero que antigamente eu negaria provar.

Reconhecendo a terra no processo de compostagem
Agradeço à terra de 1, 6 e 12 meses por me ensinar como acontece o processo de compostagem e como o tempo muda as coisas de uma forma que às vezes parece invisível aos olhos. Me permiti mexer com seres vivos que jamais conseguiria. Abri minha cabeça para tocar neles e enxergar essa forma de vida tão pura que existe, literalmente embaixo dos nossos pés, e ignoramos na maioria das vezes.

Conhecendo as conchas
Agradeço às conchas por terem me proporcionado ensinamentos tão distantes. Além dos sons, a textura de cada uma é diferente da outra e isso me fez enxergar que muitas vezes generalizamos os seres em uma só categoria quando na verdade são completamente distintos. Me trouxe paz e aliviou minha tensão do dia-a-dia tão corrido e cheio de pressão.

Conhecendo a areia
Agradeço a areia por ter me trazido mais consciência em relação a influência que temos sobre a natureza, especialmente sem o reconhecimento da própria natureza. Me trouxe um sentimento de responsabilidade por tudo que fere o meio ambiente.

Desenho com frutas
Agradeço às frutas por ter me trazido uma nova visão, novos sabores e novos conhecimentos sobre elas. Antes da experiência eu não conseguiria comer um abacate sem misturar com leite ou açúcar, agora depois de ter descoberto um novo sabor me sinto apaixonada e pronta para novas experiências. Aprendi que não devemos misturar frutas ácidas com outras frutas e que não podemos misturar melancia e melão numa salada de frutas pois pode atrapalhar na nossa digestão.

Apresentação da sala de aula entre as árvores

Agradeço aos conhecimentos e à paz que a sala de aula me trouxe. Um ambiente completamente diferente do estilo tradicional de educação, ditatorial e cheio de pressão. O estilo de vida nômade é completamente diferente do imposto pela sociedade atual, e foi muito importante realizar que ainda existe um meio de fugir dos padrões impostos.

Festa da prova
Após fazer um prato de macarrão de legumes com molho pesto vivo, consegui chegar ao ápice do meu aprendizado neste semestre. Percebi que quando queremos podemos mudar a nossa vida, nem que seja apenas dentro da gente. Agradeço ao Biochip por tudo que me ensinou, por todo o crescimento interno que me proporcionou. As aulas entre as árvores, a calma da professora, serviram como válvula de escape muitas vezes para a vida moderna que somos obrigados a levar. Me fez abrir meu coração e minha mente para novas experiências, me fez perder o preconceito com o alimento vivo e principalmente aprender a cultivar minha natureza. Sou muito grata por tudo que vivi durante esse semestre com a matéria oferecida pela, tão querida, Ana Branco. Não poderia sair da PUC sem passar pelas mãos e conhecimentos que a aula propõe.