Vitor Vanzan CONCLUSÃO 2016.2



Agradeço a corda de sisal que, apesar de rígida e toda entrelaçada nos permite estabelecer uma conexão com os que compõe nosso grupo e assim chegar a desenhos que não pensei que dariam certo, afinal o segredo é justamente não pensar, apenas sentir. Assim me senti bem e aproveitei a liberdade que a corda me deu apesar de estar presa ao meu corpo.

Hoje acho que entendi o propósito da corda e agradeço por isso. Enquanto desenhamos com ela e deixamos o nosso corpo livre nos apoiando apenas no peso de cada um que compõe o desenho aprendemos a confiar no outro, que vive, cresce e se desenvolve junto de nós. Agradeço a corda de sisal a me ensinar a confiar em um completo estranho; agradeço a esses estranhos por não me deixarem cair.

Agradeço a cenoura por me mostrar a beleza do laranja e por me mostrar que tudo depende de como alteramos a forma natural que nos foi entregue. A cenoura pode ser doce, crocante, igual a capim ou até mesmo brigadeiro, só depende das mãos que a manuseiam e da liberdade que toma conta da cabeça de cada um. Até mesmo um rato pode ser doce, ainda mais quando é feito de cenoura.

Agradeço ao filme Ponto de Mutação por ter me mostrado que sempre temos que estar abertos aos contatos que estabelecemos por mais ocasionais que eles possam ser, desse encontros podemos extrair coisa que mudem nossa maneira de pensar e agir e nos faça enxergar o mundo de uma forma completamente nova e até mesmo melhor do que enxergávamos, nos tornando pessoas melhores.

O filme Camelos também choram falou para mim sobre aceitação e como nos afeta não ser aceito e ser aceito pelos que nos rodeiam. Agradeço ao filme por me fazer questionar o quanto minha pessoa precisa da opinião de outra pra sentir a alegria de fazer parte de um grupo, nenhum ser vivo é uma ilha e nos formamos através de nossos contatos.

Agradeço a argila por me lembrar que tudo pode ser alterado e ganhar uma nova forma a qualquer momento, até mesmo nós. Só depende da influencia que sofremos e do quanto estamos propícios a isso.

Agradeço a semente por ser a fonte de energia viva, por conter tanta informação e capacidade dentro de algo do tamanho de um botão. Quando usamos a semente para nossa alimentação parece que nosso dia muda e que estamos prontos para lidar com o resto das nossas tarefas.

O filme La belle verte me fez mais uma vez questionar a maneira como tratamos o lugar onde vivemos, além disso me fez pensar se realmente precisamos de ajuda de alguém que veja a situação de fora para nos mostrar o quão mal fazemos a nossa casa e as outras pessoas com as quais a dividimos; não sei se algum dia atingiremos a utopia de ter um planeta em completa paz, mas seria certamente um lugar melhor para se viver.

Agradeço a aula de hoje por me lembrar da minha ligação com o lugar onde vivo, por me lembrar que onde piso é minha casa e o que eu recebo dela depende de mim.

Sou extremamente grato pela leveza que esta aula me trás, só de estar aqui nessa tenda já me sinto revigorado. Cada etapa do processo tem seu tempo respeitado e tudo vai ficando branco, exatamente como a farinha, emanando paz e trazendo bons ares para o resto do dia.

Sou grato pela semente que contém a vida necessária para a minha vida, sou grato por vê-la germinar e por tudo que ela pode se tornar.

Obrigado por me ajudar a ignorar toda doutrina que me foi imposta, por me deixar sentir o sabor sem que eu já me feche para ele antes de experimenta-lo.

Agradeço pelo novo ar que a aula de hoje trouxe para a minha vida, um gosto doce me veio a boca e transformou todo ambiente. O que era feio já não é tão feio assim, obrigado.

O ano passou tão rápido que nem senti o natal chegando, estranhei por não ser no mesmo dia de sempre, mas logo me deixei levar pelo clima e essa insignificância não voltou a minha cabeça. Obrigado pelo natal fora de época.

Vitor Vanzan

Obrigado, acho que essa é a única maneira de começar esse texto depois do que vivi nesses últimos meses. Essa aula me apresentou a muitas coisas, mas a principal delas, foi a mim mesmo. Desde o primeiro dia de aula, quando entrei no auditório eu já me senti diferente, sabia que não seria uma aula como outra qualquer.

Com o passar do tempo esse sentimento só foi se confirmando, a aula serviu para mim como uma espécie de terapia para mim, sempre sai de lá me sentindo mais leve.

Além disso, sou grato pela oportunidade de ter convivido com todas as pessoas que passaram por essa aula, cada um vindo de lugares diferentes, cursos diferentes e com olhares diferentes, no entanto todos na mesma sintonia nos momentos da aula.

Um dos exercícios que mais me marcou foram os de desenho com cordas, sou uma pessoa um pouco retraída próximo de desconhecidos, mas depois desse exercício as coisas mudaram, pelo menos dentro da aula.

Obrigado por me mostrar uma nova maneira de viver bem e me sentir melhor, ultimamente por causa do trabalho não estava me alimentando tão bem, mas a convivência me fez tomar vergonha na cara – acho que não tem expressão melhor – e mudar a maneira como eu estava vivendo.

Transmito também os agradecimentos das pessoas com as quais eu moro, a cada dia quando eu chegava da aula eles esperavam para ver as coisas novas e todos passaram a comer muito melhor também e dois estão pesando em se inscrever no curso período que vem.