RAFAELLA DE SOUZA BARBOSA CONCLUSÃO 2017.2



RAFAELLA DE SOUZA BARBOSA - BIOCHIP 2017.2

24/08

Agradeço a corda de sisal pelo fato de podermos trabalhar juntos e em equipe. Desde o momento do nó que uniu a corda em uma coisa só, até o entrelaçar entre os integrantes do grupo. A partir do momento que foi possível no jogar, gerou em mim mais confiança no grupo. Inicialmente me senti insegura, mas logo depois de várias tentativas senti que a corda nos unia e nos tornava um só. Por nós tornar um só, eu sabia que o grupo me manteria em pé e segura. Aos poucos gerou em mim mais confiança e segurança no todo e no poder da corda.

29/08

Agradeço a cenoura por ser tão versátil e plural. Ela faz ser fácil trabalhar a imaginação e por ser tão rica de sabores, texturas e formas, se torna quase um alimento completo para todos os momentos. É um fruto tão rico que gerou em mim prazer e vontade de explorar os alimentos, além de celebrar a riqueza da vida.

05/09

Agradeço a corda de rami pelo fato de ela permitir que pontos tão distantes do meu corpo se conectem, por ela me permitir explorar minha imaginação, expandir meus movimentos e o conhecimento do meu próprio corpo. Com ela também foi possível que, em dupla, eu pudesse me conectar com uma outra pessoa de maneiras completamente diferentes de como faria no dia a dia. Ela gerou em mim um despertar de conexão único que nunca foi possível sentir.

19/09

Agradeço pelo repolho roxo e verde claro por serem leguminosas que nos permitem picá-las

e colocá-las em potes de vidro para observarmos uma possível fermentação natural. Todo o alimento puro e natural, do jeito que a mãe terra provém para nós é completo é capaz de nos permitir fazer fermentação natural e aprender com eles. Gerou em mim um sentimento

de paciência e aprendizado, pude perceber que os alimentos naturais são perfeitos e completos por si só.

21/09

Eu agradeço aos repolhos por fazerem fermentação natural e permitirem que comamos o alimento de maneira pré digerida, o que traz benefícios para nosso próprio corpo e saúde.

Também agradeço pela captura selvagem que permite a fermentação passar do ponto

aceitável para nós consumirmos e se torna perfeito para a mãe terra. É um alimento completo que gera em mim satisfação em saber que tanto alimento a mim, como a mãe

terra.

05/10

Agradeço a mandioca por ser uma raiz tão rica é possível de ser transformada. Passamos por vários processos com ela, foi possível limpar a terra, sentir toda a sua transformação e aos poucos, com o ralador fazer uma espécie de papa. Depois esprememos no pano torcido como no tipiti em dupla, as forças coletivas tiravam todo o leite da raiz e colocamos a parte seca para secar ao sol. Pude me conectar com o outro de uma maneira inusitada, isso gerou em mim cumplicidade e paciência pela espera da farinha da mandioca que secava ao sol. O leite de mandioca também tem propriedades positivas e foi possível degustá-lo. É incrível como todo alimento

é perfeito e nos permite consumi-lo na sua totalidade.

10/10

Agradeço pela farinha de mandioca por ela ser tão versátil e saborosa. Com ela é possível usar a imaginação e ir além ao misturar diversos alimentos e tornar tudo tão

colorido, saboroso e enriquecedor. Gerou em mim um sentimento de multiplicidade e sabor,

assim como a farinha de mandioca se adapta muito bem a todos os outros alimentos e torna tudo uma unidade de sabor e coisas boas.

Filme Camelos também choram

Agradeço ao filme Camelos também choram por despertar um olhar sensível e tocante em mim. É um filme tão íntimo que passa a fazer parte do dia a dia de uma família que leva a vida para cuidar dos seus camelos. É lindo como a própria rotina basta para eles, como a convivência entre familiares é respeitosa com a natureza e os animais a sua volta. Quando no final reconciliam a mãe camelo com seu filhote através da música, é uma cena extremamente tocante, que me aproximou daquela realidade é me comoveu tanto quanto.

A Bela Verde

Apesar de ser um filme de ficção, ele critica muito bem o nosso estilo de vida atual, além de

aproximar de um estilo de vida completamente diferente, mas completamente possível e positivo para o bem comum e do próprio planeta. Eu particularmente adorei esse filme, desde a atuação da atriz principal até todo a construção do roteiro. Um outro estilo de vida é possível e mais do que necessário. Sinto que é preciso nos conectarmos mais com a mãe

natureza e respeitá-la. Me dói ver a realidade como está e gera em mim um misto de sentimentos.

A aula de Biochip como um todo me marcou muito e me modificou de dentro para fora. Desde o começo do ano eu me deparei com outras verdades e me abri muito mais para o mundo de uma forma que eu aos poucos fui percebendo o quanto eu estava crescendo internamente. Ao montar minha grade desse semestre eu precisava fazer alguma eletiva fora do departamento para cumprir créditos. Decidi comigo mesma que queria alguma matéria que se alinhasse de certa forma com a nova “eu” que eu tinha descoberto nos primeiros meses do ano. Escolhi biochip sem saber muito bem o que esperar. Hoje eu vejo que foi a escolha mais certa que eu poderia ter feito. Biochip me abriu para um novo mundo, a cada aula era tanta energia positiva que eu absorvia tanto conhecimento, que nenhuma outra aula dentro de uma sala tradicional poderia me proporcionar. Eu amava e queria absorver todo o conhecimento possível. Toda aula era muito aprendizado, tanto que não é possível dimensionar ou quantificar em um texto. E enquanto eu escrevo sinto que ainda não é possível compartilhar o que vivenciei. É vivência. Eu saía de todas as aulas querendo compartilhar as aulas com quem eu amo, mas só estando ali na tenda é possível entender tudo. É um mergulho tão profundo que hoje me arrependo de não ter experimentado antes, mas acredito que as coisas acontecem quando tem que acontecer. Vou destacar também o momento das gratidões, era um despertar para os detalhes e a simplicidade das coisas que eu levei para fora da sala de aula. Particularmente também quero agradecer a oportunidade de ter visto filmes incríveis que abriram muito minha cabeça e me puseram de frente a realidades lindas Devemos, sim, sempre agradecer por cada pequena coisa positiva ou não que passa na nossa vida. Estou saindo de 2017.2 mais calma, mais atenta, mais inspirada e mais esperançosa.. Eu me senti tocada em todos eles, pretende revê-los sempre e indicar para amigos. Minha realidade do dia a dia é ainda bem diferente de como eu gostaria que fosse, quando se trata da inclusão da alimentação viva, mas estou empenhada em aos poucos fazer isso mudar e transformar não só a mim, mas também aos meus familiares. Eu só tenho a agradecer a Ana Branco e a Luiza por terem sido pessoas incríveis e tão cheias de luz e conhecimentos fundamentais.

Agradeço aos baloeiros por serem uma arte tão forte, enraizada a culturas do subúrbio e representam uma tradição tão bonita e inspiradora. Eu adorei poder assistir ao documentário e ouvir de um baloeiro em pessoa o quão belo e transformador soltar balão pode ser. Muitas “verdades” foram desmistificadas e eu fico eternamente grata por isso. Foi um abrir os olhos para uma realidade que é abafada e manipulada pela grande mídia, me senti tão feliz de ter descoberto o outro lado.

Agradeço as sementes de girassol e trigo por germinarem e florescerem folhagens tão lindas e cheias de coloração verde. Pude observar de perto o brotar e o crescimento das folhagens, seguindo o próprio ritmo delas. Me deixava muito feliz poder observar esse fenômeno, eu parava alguns instantes da minha vida para apenas apreciar. Tão bonito. Depois, em aula, agradeço por poder ter experimentado o suco bem verde de cada folha que nos foi apresentada. Depois, além de apreciar a coloração, pude beber e provar o sabor de cada uma. A grama de trigo em especial me surpreendeu com o sabor tão adocicado. Experiência única me alegrou demais.

Agradeço as frutas por terem cores, texturas e sabores únicos. Poder desenhar, fazer cremes com colorações tão vivas e fazer disso um momento de contemplação e arte foi muito gratificante. Foi um aprendizado único descobrir o formato de borboleta na tangerina, eu particularmente quis cortar os gomos porque achei lindo demais. Saber também que algumas frutas são mais básicas e outras mais ácidas foi um aprendizado a mais. Sem contar todo o processo coletivo de corte dos alimentos, que tínhamos em quase todas as aulas. Eram momentos únicos de união, cumplicidade e atenção nas pequenas ações.

Agradeço acebola, alho-poró, maçã, batata, brócolis, agrião e aveia germinada pela refeição, que misturou seus sabores criando uma experiência nova para o meu paladar que não está acostumado com os seus sabores. Além disso, vivenciamos o momento em que Ana esquentou os alimentos até a temperatura que a mão pode aguentar, mais um conhecimento sobre esse tipo de alimentação tão rica.

Essa segunda parte do curso foi mais atribulado meu dia a dia, comecei um estágio e ficou mais difícil estar presente em todas as aulas, faltei aulas únicas e fico triste por ter perdido esses conhecimentos. Fico triste, mas em todas que estive presente, me fiz completamente presente. Me entreguei e quis estar sempre aberta totalmente para absorver ao máximo.

Por fim, gostaria de agradecer principalmente a última aula, último momento que estivemos juntos, na festa da prova. Foi um momento sem igual, extremamente emocionante, onde pude conhecer melhor meus colegas de turma. Me emocionei junto com eles, junto com suas histórias. Além disso, pude em casa produzir minha própria comida com duas sementes germinadas e compartilhar com meus colegas. Que momento gratificante de verdade! Me senti tão cheia de luz nesse momento, tão bem por estar compartilhando dos mesmos sentimentos e poder estar me alimentando de pura vida. Saí leve e me sentindo cheia de energia positiva. É gigante demais a minha gratidão. Ainda mais que esse foi meu último semestre formal na PUC, período que vem terei apenas a monografia na minha grade. Foi uma maneira linda e iluminada de terminar minha faculdade. Fico grata de ter conhecido essa matéria e a professora Ana Branco, que é conhecimento sem fim. Por mim, ficaria mais outros semestres por perto para absorver cada vez mais conhecimento. Obrigada por tudo.

Receita da festa da prova:

SALADA DE CEVADINHA E LENTILHA

Ingredientes

1 xícara (chá) de lentilha germinada

1 xícara (chá) de cenoura ralada fina

1 xícara (chá) de cevadinha germinada

1 cebola picadas

1 dente de alho picado (opcional)

4 colheres (sopa) de azeite

Sal marinho

1 limão

½ xícara de salsinha

½ xícara de coentro (opcional)

Modo de preparo

Deixe a lentilha e a cevadinha na água por 8 horas e no ar por 8 horas, assim os grãos serão germinados. Depois de germinarem, lave bem. Descasque as lentilhas e depois misture todos os ingredientes em uma vasilha. Está pronto para servir.