YLLANA BRANDÃO CONCLUSÃO 2017.2



GRATIDÕES – YLANNA BRANDÃO

22/08 – DESENHO COM CORDA DE SISAL EM TURMA

Eu agradeço à corda de sisal pelo fato de me mostrar de forma tátil como as relações são estabelecidas. O que gerou em mim foi um senso de responsabilidade com as relações mais próximas. Se todos tiverem essas responsabilidades, a corda não iria embolar.

24/08 – DESENHO COM CORDA DE SISAL EM GRUPOS

Eu agradeço à corda de Sisal e o desenho em grupo pelo fato de ficar entrelaçada com muitos que gerou em mim uma necessidade de reconhecer a confiança. Foi preciso confiar tanto nas pessoas que estavam na ligação direta quanto nos demais. Qualquer movimento de algum integrante alterava na estabilidade de outros.

Assim que estabelecida a confiança, o desenho ficou mais bonito.

O que gerou em mim no final da dinâmica foi o apego à corda e ao sentimento de estar entrelaçada. Não queria que acabasse.

29/08 – INVESTIGANDO A CENOURA

Eu agradeço à cenoura pelo fato dela me mostrar que apesar de não ter nenhum dom com as ferramentas e nenhuma relação com a cenoura, eu consegui fazer muitas formas e ir provando durante o processo.

Cada forma tem um gosto diferente mas no final eram parecidos. Os pedaços mais interessantes foram os cortes mais interiores que se apresentam imensamente mais doces que os mais exteriores.

O que gerou em mim é que pode-se comparar a cenoura com uma personalidade de uma pessoa. Cada jeito de cortar gera um gosto, dependendo da forma que você chega na pessoa ela pode se apresentar de formas diferentes.

Por dentro as mais doces são as que tem cascas mais amargas.

A cada aula percebo o quanto somos parecidos com a natureza.

31/08- FILME PONTO DE MUTAÇÃO

Eu agradeço ao filme por ter me mostrado falas que parecem muito óbvias mas que não damos conta de juntá-las para fazer algum sentido e construir alguma teoria.

A última cena, da maré subindo me lembrou um episódio em que fui à praia por estar me sentindo perdida, confusa.

Essa cena gerou em mim a clareza de que inconscientemente nós aprendemos com a natureza sempre que valorizamos sua existência.

Ao ver a cena do mar me lembrei que um dia estava precisando espairecer e resolvi, sozinha, pegar meu carro e ir a praia.

Chegando lá, fiz tudo o que tinha na minha lista de afazeres como ler um artigo, mergulhar, meditar e etc.

Após todos meus afazeres eu simplesmente fechei os olhos e senti a praia.

Senti o barulho das ondas e o padrão delas...

De forma inconsciente eu saí de lá me sentido respondida, me responderam uma pergunta que eu nem sabia que tinha. Desde então, eu venho buscando ouvir mais a natureza, tentando ao máximo fazer como o personagem do Jack, tentando aplicar na vida cotidiana, espero conseguir ter a clareza de criar frases com tudo aquilo que aprendi.

05/09- DESENHANDO COM A CORDA DE RAMI

Eu agradeço à corda de Rami pelo fato de me entrelaçar comigo mesma. Gerou em mim um conforto, sinal de que eu posso buscar conforto em mim mesma e em outras pessoas.

Pelo fato de ser uma corda simples, gerou em mim a necessidade de ousar da criatividade.

14/09 – FILME “CAMÊLOS TAMBÉM CHORAM

Eu agradeço ao filme pelo fato de me mostrar que os animais, no caso os camêlos, também sentem as mesmas emoções que os seres humanos.

Sentimentos como vergonha, raiva, tristeza, e até aquele que não entendemos mas que escorrem em nossos olhos.

O que gerou em mim foi um grande impacto, a forma como o filme foi construído me impactou de forma que eu pude sentir todas as emoções que os camêlos expressavam.

Agradeço pelo fato da música conversar com a Camêla mãe, gerou em mim uma forte identificação pois de fato a música é uma arte que conversa, consola as pessoas.

19/09 FERMENTAÇÃO DO REPOLHO PARTE 1

Eu agradeço à fermentação do repolho pelo fato de me mostrar o que acontece dentro da gente do lado de forma.

O que gerou em mim de primeira foi um desconforto pelo cheiro forte que o repolho exalava em minha bolsa dentro de um transporte público lotado e sem circulação de ar.

Apesar disso achei importante aprender como é possível pre digerir um alimento fora do corpo.

Eu agradeço ao pássaro nos ensinar fermentação, mostra que podemos aprender com a natureza e ela aprender com a gente.

21/09 FERMENTAÇÃO DO REPOLHO PARTE 2 A CAPTURA SELVAGEM

Eu agradeço à fermentação do repolho pelo fato de ter me mostrado o que era a captura selvagem, onde ao capturar seres na fermentação, ela acelera e ao abrir o pote ele espuma de uma forma incrível.

Gerou em mim surpresa e ansiedade para a minha compota explodir, ela não explodiu, sinal de que estava apto para comer. Pude perceber que as compotas que explodiram foram a de alunos que pegaram o resto do repolho que estava na mesa para compor seus desenhos. Logo, havia na mesa esses seres.

26/09- DESCOBRINDO O GOSTO DAS CORES

Eu agradeço aos pigmentos pelo fato de me mostrar o gosto das cores. Isso gerou em mim no início uma ansiedade sem tamanho, pois nessa sinestesia, eu imaginava o gosto das cores e quando provei elas não tinham o mesmo gosto que eu imaginava.

Eu fiquei espantada com o roxo do repolho, que era a cor que eu visualmente mais gosto e foi o sabor que eu menos gostei!

Ao provar juntos eu consegui identificar de primeira o roxo do repolho, pois acho que era pelo fato de eu não ter gostado do sabor.

28/09 O PÃO FEITO COMO NA BÍBLIA

Eu agradeço aos instrumentos utilizados para fazer o pão como antigamente pelo fato de ativar a minha memória óssea dos meus ancestrais. O que gerou em mim uma grande satisfação e surpresa, pois achei que fosse ser muito difícil e trabalhoso quando na verdade foi prazeroso e divertido.

Eu adoro saber de coisas que meus ancestrais faziam e resgatar isso foi muito legal.

05/10 INVESTIGANDO A MANDIOCA

Eu agradeço à mandioca pelo fato de ser muito importante no Brasil por ser a base da alimentação do meu país e dos meus ancestrais. O que gerou em mim uma valorização dela que eu não valorizava antes.

Eu agradeço a aula pelo fato de ter me mostrado uma música que se canta em conjunto, gerou em mim uma sensação de pertencimento que eu venho buscando.

Ao final eu evitei experimentar o leite, pois havia acabado de sair de um mês muito ruim para a flora e fiquei amedrontada pelo mito de que o leite era uma boa purga.

10/10 COLORINDO A FARINHA DE MANDIOCA

Eu agradeço à farinha de mandioca colorida por ter me mostrado uma sinestesia de cor, cheiro e gosto.

O que gerou em mim foi surpresa pois sempre fui muito chata para comer e eu adorei tudo junto, ficou apetitoso e foi muito legal fazerem conjunto com a turma.

Impressionante como nada precisou morrer para ser gostoso.

Farinha de mandioca: Confecção e coloração

Eu agradeço à confecção de farinha de aipim pelo fato de me mostrar como se produz a farinha, sempre em conjunto com alguém e por ter me mostrado a música de confecção.

O que gerou em mim foi uma sensação de coletividade maravilhosa! Principalmente no resgate da memória óssea dos ancestrais, eu achei um máximo ter de refazer os movimentos que os antepassados faziam para produzir farinha e aquilo me instigou a imaginar como era toda a confecção de alimentos da época, a valorização de cada ação de cada movimento.

Coloração:

Eu agradeço a coloração da farinha de mandioca pelo fato de me mostrar como é fácil enganar os sentidos.

A textura, a cor e o cheiro de como ficou a farinha colorida me gerou primeiramente um desejo enorme de experimentar a comida, eu nunca tive essa sensação antes com comida viva, e o gosto realmente me surpreendeu. Estou dando muito valor aos cristais de hortaliças que devemos cortar de forma minúscula.

Reconhecendo areia

Eu agradeço à areia pelo fato de me mostrar em sua mais bruta naturalidade os mais diversos conselhos sobre a vida. O que gerou em mim foi uma forte emoção e impacto que senti até depois de sair da aula.

Eu agradeço a areia pelo fato de me mostrar sua mutabilidade. O que gerou em mim foi uma comparação com ela. Eu sou areia, eu posso ser areia, posso ser gelada, posso ser quente, posso ser de qualquer forma.

A areia escorregando pelos meus dedos me mostrou que quanto mais eu aperto ela, mais ela foge. Sozinha ou com minha ajuda a areia muda de desenho.

Nas minhas mãos ela delimita minhas marcas, escondeu meu superficial e só mostrou o meu profundo.

no meu desenho com areia, eu olhava ao meu redor e em outros alunos sempre alcançando comparações. Me indaguei, será que preciso? há um certo? Não há!

Qual será o menor pedaço de areia que existe?Será que se eu me limpar estarei livre dela? será que eu sou livre da areia?

Certo dia eu vi um espírita fazendo psicografia de artistas que já foram pintores, esse espírita psicografava com as mãos e os dedos de forma "despretensiosa" e saía desenhos lindos!Quis imitá-lo com a areia saiu desenhos como um cérebro, uma flor, uma natureza

Grãos de areia invadem meu papel de escrita da gratidão, ela borra minha escrita, ela quer se fazer presente, sutilmente presente.

ÁRVORE, escrevi de forma gigante na folha, tudo que eu desenho no final vira uma árvore.

Meu nome é Ylanna. Ilana em hebraico quer dizer árvore frondosa, sempre quis ser uma árvore, e sempre fui, morrerei sendo.

Semente de trigo e girassol: Produtor

Eu agradeço às sementes de trigo e de girassol por me mostrarem como é cultivar uma vida, o que gerou em mim foi um sentimento de apego muito forte que se aflorou no final do processo.

Estava muito animada com todo o processo, eu vivi para ter uma aula que me ensinasse a plantar e cultivar. Sempre achei lindo mas faltava aquela motivação sabe?!

Pois bem, Ana Branco me incentivou a plantar e no início eu estava muito encantada com a forma como as gramas iriam crescendo e ficando lindas.

Até que um dia meus gatos acharam graça também nas gramas e resolveram comê-las! Eu fiquei bem chateada no início pois eu estava deixando elas crescerem e estavam ficando lindas! Mas só sobrou um montinho comido para eu levar na aula.

Ana me mostrou que não tinha nada de errado na alimentação extra dos gatos, que aquilo era bom para todos, e eu fiquei melhor, só queria mostrar para todos que eu tinha conseguido fazer crescer tanto uma plantinha sozinha. Mas ninguém se importa na verdade com o tamanho da grama do vizinho, não na aula de Biochip.

O que mais aflorou em mim foi um senso de responsabilidade, eu tive de crescer muito em relação a ser uma cuidadora.

Meus gatos por outro lado melhoraram muito sua saúde intestinal e sua pelagem está incrível!

Clorofila

Após o processo de cultivo levamos para investigar a clorofila, o verde de diversas folhas, dentre elas o trigo e o girassol.

Na hora de colher foi triste e chocante para todos os recém agricultores, todos arregalaram seus olhos e boquiaberto assistiram a professora cortando as gramas com uma tesoura sem "piedade".

Triste, um pouco cerimoniosos, inclusive eu, a mais apegada de todos, fomos colher nossas plantações.

Ao colher já começamos a cortar e eu agradeço às folhas por me mostrarem seus variados verdes e o que gerou em mim foi mais um encantamento da natureza novamente pelo simples.

Depois fomos experimentar a clorofila e cada verde tinha um gosto, não bebi muito pois estava atrasada, mas dava para perceber um gosto diferente do que eu conhecia antes.

Terra composta

Eu agradeço a terra composta por me mostrar que a vida é eterna e o que gerou em mim foi uma emoção muito forte e um sentimento de me integrar à natureza.

O contato tátil com a terra, assim como com os animais que habitam, me fez mudar um conceito de morte e de como quero meu sepultamento.

Essa aula me fez também perder o medo bobo de tocar nos animais que eu sempre quis tocar.

Eu queria ser cremada mas essa aula me fez mudar de ideia. É muito mais interessante deixar o natural da eternidade da vida acontecer, a vida é eterna, eu sou e serei uma árvore e que linda é a eternidade da vida, que amável.

Manutenção de temperatura

Eu agradeço à manutenção de temperatura por proporcionar textura de comida que eu estava acostumada. O que gerou em mim primeiramente foi conforto pela temperatura e satisfação por sentir vontade e desejo por comida viva, algo tão natural e saudável.

Não costumava comer comida saudável justamente por não me atrair da forma que estava atraída nessa aula. Apesar de trabalhosa, é muito fácil, se fizermos em grupo tudo fica mais ágil.

conchas

Eu agradeço às conchas por me mostrarem em sua textura as diversas formas que um corpo pode assumir, o que gerou em mim foi curiosidade nas texturas e conforto na parte interior, tão lisinha e viciante de passar a mão.

Essas histórias contadas nas aulas me mostraram coisas lindas que eu não tinha pensado mas me emocionei junto, a historia com o irmão, com a avó, com a conversa sem fala, em todas as aulas eu observava os alunos e pude sentir um pouco o que eles sentiram, inclusive o sono que estava rondando toda a sala.

RECEITA PARA A FESTA DA PROVA

Salada de lentilha germinada

Ingredientes

1 xícara de lentilha germinada

2 colheres de sopa de cenoura ralada

1 colher de sopa de rabanete ralado

1 colher de sopa de cebola roxa cortada em cubos pequenos

1 tomate cortado em cubos pequenos

1 punhado de hortelã picado

Suco de 1/2 limão

1 colher de sopa de azeite

Sal e Pimenta do reino.

Preparo

Misture a lentilha, a cenoura, o rabanete, o tomate, a cebola e o hortelã. Coloque o suco de limão, o azeite , sal e pimenta do reino e misture novamente. Coloque sobre folhas verdes e sirva

PARA O QUE SERVIU A CONVIVÊNCIA COM O BIOCHIP NESSE SEMESTRE?

A convivência com o Biochip nesse semestre me serviu para abrir e mudar. Abrir minha mente em questões como a forma de ver e entender o mundo e os seres vivos. E me permitir experimentar comidas vivas e naturais. Pois, quem me conheceu antes do Biochip, sabe que eu não comia quase nada que era natural. Fruta era só morango e legume era só batata e frita!

Na primeira aula, aquela em que a Ana mostra alguns trabalhos que nós até executamos depois, como a mandala de frutas por exemplo. Eu só olhava aquilo e pensava: Meu Deus, como eu vou comer esses negócios? Eu estava assustada e ansiosa, porque sempre fui uma boa aluna e jamais quis desapontar algum professor.

Mas até nisso a convivência com Biochip me transformou, meu modo de agir foi questionado diversas vezes nessa aula, minha racionalidade foi posta em xeque pois aqui nada disso era importante. O importante era deixar aflorar em você a criança que sempre viveu e a sociedade faz questão de reprimir.

Minha visão sobre o que é a vida e a beleza dela mudou muito também, eu agucei a minha visão na percepção do simples, na beleza do simples! E quantas vezes fiquei encantada com aquilo que sempre esteve ali e nunca percebi! Quem diria que falar de terra composta e morte seria uma aula linda e cheia de emoção?!

Sonhos e metas foram construídos nesse semestre, observei em mim uma vontade de viajar mais, para conhecer sobre a terra de outros lugares, as comidas, os costumes dos mais simples. Minha vontade de conhecer só aumentou.

As pessoas ao meu redor não entendem até hoje muito bem o que é Biochip e na verdade a maioria nem tem tanto interesse, mas aqueles que tem são os que eu mais valorizo. Porque essa aula é a aula que eu saio e tenho vontade de gritar pra todo mundo tudo que vivi aqui, todo desenho com comida, toda música aprendida, todo sentimento sentido eu quero compartilhar.

Uma coisa muito interessante é que eu não ia pegar essa matéria nesse semestre. "Sempre foi interessante mas não tinha tempo", eu pensava. Até que então, por algum motivo, meu computador trava por 3 minutos, esses 3 minutos que me fizeram perder muitas aulas e lá sobrou um espaço na grade. Terça e quinta 11-13h

"Só de raiva vou pegar biochip também" e que raiva mais maravilhosa, foi a revolta mais gostosa que já vivi. Posso dizer que minha vida mudou e vai continuar mudando, a semente que foi plantada nesse semestre vai continuar germinando e crescendo.

Gratidão eterna pela vida, mãe Terra, pela professora e pelos alunos que muito corajosos se abriram e eu pude perceber coisas lindas em cada um. Apesar de não ter me aberto muito, até agora, eu aprendi muito com todos. E com muita certeza Convivência com Biochip é a matéria que eu vou recomendar para todo mundo de agora em diante.

​"FIM"

Ylanna

em hebraico: Árvore frondosa​