Gratidões de Maria Clara David Guedes


28/08 – Filme “Ponto de Mutação”

Eu agradeço ao filme Ponto de Mutação por ter me feito refletir sobre tantos assuntos importantes para a sociedade atual sob diferentes pontos de vista. Ele gerou em mim um sentimento de pertencimento e gratidão a essa aula (minha primeira aqui depois do De-Para).

06/09 – Filme “Camelos também choram”

Eu agradeço a Ana Branco por me lembrar desse documentário tão lindo, que gerou em mim a certeza da minha paixão pelo cinema. Ao meu ver, é um relato de amor, união, coletividade e empatia. Lindo!

13/09 – Fermentados

Eu agradeço aos meus colegas por terem trazido fermentados tão diferentes e deliciosos. Isso despertou em mim a surpresa da facilidade de fermentar tipos diferentes de alimentos de forma fácil e deliciosa. Amei a comidinha que fizemos e fui pra casa me sentindo mais leve e reflexiva sobre a forma que nos alimentamos hoje em dia. Foi uma descoberta incrível saber que um potinho fermentado é melhor para pessoas doentes. Minha mãe está internada com um problema intestinal, acredito que alimentação fermentada seja uma boa alternativa para ela.

18/09 – Pigmentos vivos

Eu agradeço ao repolho, a abóbora, inhame e beterraba por serem tão versáteis e terem cores deliciosas, bonitas e cheirosas. Essa experiência despertou em mim a vontade de que mais pessoas tenham acesso a esse conhecimento. Minha mãe está com restrição alimentar e só pode comer líquidos. No hospital, eles cozinham os legumes e dão a água a ela. Se soubessem da possibilidade de fazer suco de legumes e verduras, talvez ela e muitas outras pessoas pudessem ter acesso a uma alimentação mais rica e nutritiva, acelerando o processo de recuperação.

20/09 – Sementes

Eu agradeço as sementes por serem casa e início de grande parte da natureza. Esse contato com as sementes despertou em mim um novo jeito de olhar para o que eu antes jogava fora ou nem ao menos reparava.

25/09 – Filme “La Belle Verte”

Não pude estar presente na aula, mas assisti ao filme com a família em casa. Eu agradeço a esse filme por ser tão lindo e sensível. Ele despertou em mim a reflexão acerca do que entendemos como evolução. É terrível perceber como estamos nos afastando da natureza e de nós mesmos, entrando em um ciclo repetitivo de produção e consumo, consumo e produção. É um filme maravilhoso para refletir e debater. Pretendo assistir novamente, já que não consegui absorver tanta informação de uma vez só.

02/10 – Farinha de aipim

Eu agradeço aos nossos ancestrais indígenas pela riqueza de conhecimentos e costumes que nos deixaram. Foi incrível preparar a comida em grupo com aquele canto de fundo que vai ficar na minha cabeça por algum tempo ainda. Limpamos, ralamos e secamos o aipim de uma forma serena e terapêutica... Sempre em conjunto. Esse processo despertou em mim uma paz e um novo jeito de ver o preparo dos alimentos. Adorei saber que o “leite” de aipim e laxativo e pode ser usado como alternativa para intestinos preguiçosos.

04/10 – Bolinho de pescador

Eu agradeço a Ana Branco por estar mudando minha forma de alimentação através do amor. É sempre um prazer ouvir suas palavras lindas, que enchem meu coração de paz e esperança. Fazer esse bolinho com a farinha crua foi mais uma das várias novidades que tenho aprendido até aqui. Confesso que estranhei durante o preparo, mas o resultado foi magnífico. Muito gostoso e fácil de preparar. Despertou em mim a vontade de quebrar mais preconceitos em relação aos alimentos e o modo que são preparados.

09/10 – Alteração de temperatura

Eu agradeço a aveia por ter nos dado o prazer de seu gosto delicioso em dois preparos diferentes. Perceber os alimentos em outra temperatura, onde nossas mãos eram medidoras da vida, foi muito interessante. Tem sido um processo lindo entender que comemos alimentos vivos, cheios de vida. Essa experiência com outra temperatura despertou em mim a sensação de aconchego. A sopinha de aveia morna estava uma delícia.

16/10 – Desenho de investigação com clorofila

Eu agradeço às sementinhas de trigo e girassol por terem crescido tão lindas e saudáveis. Plantá-las despertou em mim a nostalgia do dia em que plantei meu primeiro feijãozinho na escola ainda criança. Mesmo após tantos anos, o orgulho de vê-las crescendo foi o mesmo. Amei ver minha família cuidando e torcendo para que elas crescessem. A terra composta ajudou bastante o processo, pois senti que ela tornou o desenvolvimento mais orgânico. Pretendo plantar o girassol novamente até que a flor nasça como uma lembrança dessa aula. É lindo acompanhar o desenvolvimento de uma vida que ajudei a formar. Desde a primeira raiz até o crescimento das folhas. O momento da colheita foi uma mistura de sentimentos. Por um lado, o apego de ter que cortar as graminhas que cuidei com tanto carinho e por outro, a beleza de poder me nutrir de algo que sei que é vivo e cheio de amor. Amei reviver essa experiência com cuidado e consciência do processo. Gratidão!

23/10 – Manutenção de temperatura

Eu agradeço a essa aula pelo fato de ter me despertado. Não tinha noção de que possuía mais um vício no paladar. É assustador perceber como somos programados e doentes, tudo em prol do lucro de uma indústria. Por isso, agradeço, também, a cevadinha que nos trouxe a possibilidade de ressignificar as sensações na boca de uma maneira viva. Isso despertou em mim a atenção para o gosto, textura e sensações dos alimentos no paladar. É maravilhoso se alimentar observando cada detalhe desse presente que é a alimentação.

25/10 – Reconhecendo conchas

Eu agradeço às conchas por me lembrarem da beleza dos defeitos e das particularidades. Elas são porque se permitiram ser. Cada uma marcada pela sua história, pela água e pelas ondas que encontraram no caminho. São todas de areia, mas são diferentes. A beleza está nos arranhões, nos quebrados, no imperfeito. Que lindo e acolhedor é perceber isso. Se posso me perceber diferente, posso ser diferente. Posso ser areia, posso ser concha, posso ser pérola. Isso despertou em mim a vontade de assumir minha bobeira para mim e para o mundo. Quero me enxergar concha para poder ser concha.

30/10 – Desenho com frutas

Eu agradeço às frutas pelo fato de serem lindas e deliciosas. Prepará-las em formatos diversos com amor e criatividade me fez valorizar mais o sabor único de cada uma delas. É lindo oferecer e receber um desenho, ainda mais quando é nutrido de vida e amor. É como oferecer um pedacinho seu a alguém. Amei perceber como a harmonia das frutas fez bem para o organismo, facilitando a digestão.

08/11 – Filme “Les Baloons”

Que experiência maravilhosa! Eu agradeço profundamente a essa aula por ter me livrado de uma série de preconceitos aprendidos durante anos acerca dessa prática baloeira. Eu não fazia ideia da dimensão dessa cultura. Quanto empenho, quanta riqueza. É um verdadeiro show, uma arte nossa que foi enterrada pelas grandes empresas. Adorei relembrar o balão que meu tio fez com o meu nome. Hoje entendi que ele precisou de tempo, dedicação e carinho para fazer que aquele balão subisse. Amei quando criança e hoje mais ainda, pois percebi que foi um presente de amor. Gratidão pela presença do Tura e da Mônica, que compartilharam suas experiências conosco com tanta generosidade. Pretendo chegar em casa e pesquisar muito mais sobre o assunto. É uma parte da cultura brasileira que não pode ser apagada.

20/11 – Preparação para a festa da prova

Eu agradeço a Ana por ter preparado uma torta natalina deliciosa enquanto escolhíamos o prato que vamos trazer na festa. O amor que ela coloca nas coisas que faz é lindo de se ver. Adorei a torta e com certeza vou levar para a ceia de natal como uma forma de doar um pouquinho de vida para as pessoas que eu amo. Esse novo formato de torta despertou em mim a gratidão por perceber como é acessível e fácil comer bem.

24/11 – Festa da prova

Que maneira linda de encerrar um ciclo que mudou minha vida. Estar com tantas pessoas atenciosas, abertas para dar e receber amor é impagável. A presença de pessoas que não participaram do curso me fez entender que é muito simples colocar tudo o que aprendemos em prática, basta fazer com amor. Eu e minha mãe preparamos o prato juntas e foi um momento lindo para as duas. Quebramos paradigmas e preconceitos e nos permitimos sacralizar o alimento com muito afeto. Eu agradeço aos meus colegas por terem preparado pratos deliciosos, que levavam um pouquinho de cada um. Já sinto uma saudade imensa dos momentos em grupo, aprendendo juntos sobre a vida.

Quanto ao curso, não tenho palavras para descrever o que foi essa experiência. Não esperava que fosse ser tão mágica para a minha vida. Foi um ano difícil e que eu precisava conhecer esse modo de viver. Eu precisava entender que ainda tem jeito, basta querer. Toda vez que entrava na sala de aula o mundo ficava lá fora. As árvores, as músicas, a energia te transporta pra um lugar de paz com o mundo. Sempre tive uma relação conturbada com a comida e pela primeira vez hoje como em paz, com gratidão. Nunca pensei no ato de cozinhar como um ritual, uma forma de ingerir meu próprio amor. Para mim, a aula foi muito além de uma apresentação à alimentação viva. Foi uma aula de vida e amor. Minha gratidão é a você, Ana. Poucas vezes na vida temos a sorte de encontrar um ser humano que sabe viver seu propósito com amor infinito. Sua fé naquilo que acredita nos faz acreditar também. Cativo um respeito e um carinho absoluto por você. Muitas vezes me emocionei nas aulas com suas palavras tão cheias de carinho. Te ver contar histórias enquanto cozinha é um privilégio. Eu andava muito desacreditada no mundo e você me fez ter fé na vida de novo. Você conseguiu deixar um pedacinho de luz na gente de uma maneira tão simples e singela. Sem dúvidas minha maior riqueza é ter tido a honra de conviver com um ser humano tão cheio de coisas boas como você, Ana. Te levo comigo em cada comidinha que preparo, em cada ensinamento que compartilho e em todas as memórias lindas que passei na sala de aula entre as árvores. Gratidão infinita ã vida por ter me colocado no lugar certo e na hora certa!