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BioChip Rumo ao Sul 2005

    

Gratidões Nereida Daudt

 

Porto Alegre 23 de janeiro de 2005

Agradeço ter chegado a Porto Alegre a caravana: Ana, Marise e Inêz. Com ela a caminhada que faço aqui pelo Sul recebe confiança e reforço.

Agradeço Ana ter observado que estou me depreciando. Ora dizendo que eu “sou agressiva” ora “achando” que vou morrer por causa de uma picada de abelha. Enfim, me achando feia. Com isso, pude perceber que Deus deve ter em seu plano para mim a chegada de alguma parceria pra valer nesse fazer o Vivo por aqui. Tenho claro, cristalino que devo pedir a Ele, por favor, que inclua isso em seu plano para mim. Que a verdade da vida faça acontecer! Que a partir do grupo que se reúne às quartas-feiras, no Menino Deus, parcerias se juntem nesse caminho.

Agradeço Inêz e a felicidade que pude ver em seu rosto quando ela soube que o filho Vitor também está em Porto Alegre para participar do V Fórum Social Mundial. Agradeço ela ter me falado, enquanto caminhávamos até o mercado, que vai sugerir à Ana que façamos uma oração matinal pra que pessoas com coração aberto estejam nesse trilhar pelo sul.

Agradeço à Marise  ter se prontificado a deixar o espaço de bio-construção no FSM assim que dei toque sobre o horário. Assim saímos na hora certa para consertar o pneu do carro e ainda fizemos mercado.

Agradeço a chegada da caravAna que acabou minhas refeições solitárias. O grupo chegou e minha respiração circula redonda de novo, passou a tranqueira e o nó na garganta que me apertava nesses últimos dias.

 

Nova Santa Rita , 24 de janeiro 2005

Agradeço à Marise ter cuidado da nossa retaguarda hoje em Santa Rita.

Agradeço por ela ter encantado Monique, uma guriazinha de sete anos que sorridente lhe perguntava: Como é seu nome? Você trabalha nessa cozinha? Você tem duas pias? Agradeço Marise ter observado que aquela indiazinha não aparentava trauma algum apesar de ter sido abandonada pela mãe. Monique mesma falou disso naturalmente e falou também que o pai estava trabalhando na colheita da maçã.

Agradeço Ana ter apresentado uma palestra tão assimilável aos sem-terra do Assentamento do Sino. Agradeço por ela ter falado que ficou feliz com a transformação na fisionomia daquelas pessoas simples. No início demonstravam desconfiança - ao final choravam – surpreendidas pela verdade simples do manuseio da vida.

Agradeço a José Luis Gava. Este funcionário da Secretaria de Indústria e Comércio do município de Nova Santa Rita - nos conduziu até o Assentamento do Sino – onde moram 13 famílias do MST. Agradeço seu interesse por toda nossa história.

Agradeço à Inêz pela massagem que me doou aos pés da imagem de Santa Rita na entrada da cidade enquanto esperávamos com José Gava pelo pessoal que nos conduziria ao assentamento. Agradeço ainda sua precisão ao acertar o nº de copinhos na hora de servir o Suco aos assentados. Agradeço sua forma gentil e sutil ao assistir Ana, durante essa apresentação.

 

Passo Fundo ,25 de janeiro de 2005

Agradeço o bate-papo amigável que desenvolvi com Ana durante a viagem a Passo Fundo. Através de suas observações pude perceber que tenho me auto boicotado! O motivo ainda está oculto, a ficha ainda não caiu. Na superfície, digo que é sobre o crescimento do trabalho do grupo de Biochip que se desenvolve às quartas-feiras, no Menino Deus. Mas o buraco é mais embaixo! Agradeço seu interesse em esclarecer essa parada. Agradeço sua análise de meu comportamento de forma direta e dura. Aceitei e estou assimilando suas críticas construtivas. Em princípio reconheço minha negligência em não tomar nota sequer do telefone do Nei - quem me salvou na hora da mordida da abelha – isto sinaliza, mas não é tudo.

Agradeço à Inêz a melô do Bolinha, a Garota de Ipanema em inglês, com sotaque de Frank Sinatra e a batucada durante a viagem. Agradeço sua sutileza no fazer do Suco para apresentação, seu foco ao servir os copinhos e a maneira amorosa como ficou conversando com as pessoas presentes lá na Casa Solidária de Passo Fundo. Assim aprendi que suavidade e carinho ao próximo nos aproximam de Deus.

Agradeço à Marise sugestão de colocar mais hortelã ao final do Suco na cozinha da Casa Solidária. Foi aquele pouquinho que faz a diferença!

Agradeço ao deputado Giovane Cherrine ter me falado que gosta muito de minha filha Juliana. Agradeço ele ter nos recebido com os pés descalços, demonstrando estar à vontade.

Agradeço esse movimento que nos faz viajar, cantar, se deliciar, voltar mais feliz e mais rica que antes.

Agradeço ao borracheiro no meio da estrada que nos recebeu sorrindo quando chegamos perguntando se podíamos usar aquele espaço para fazer nossa comidinha. Ele nos ofereceu banco, horta, água e castanhas portuguesas.

 

 

Porto Alegre 26 de janeiro, quarta-feira.

 

Agradeço à Inêz ter me falado hoje durante o desenho com hortaliças que não ia se oferecer para lavar o ladrilho do filho.

 –Não quero criar um monstro, ela disse!

 - Inês, eu lavaria. Que engraçado, pensei que eu no seu lugar lavaria de tão feliz que ficaria com a presença de um filho no nosso meio.

Criar um monstro machista, nunca tinha me ocorrido dessa forma. Agradeço seu exemplo, sua felicidade explícita em ter o filho por perto, mas sua firmeza de valores. É as mães criam os filhos machistas. O amor pelo filho não tem nada a ver com se sacrificar por ele. “Deus não gosta de sacrifício.” (UCEM)

 

Agir como Touro, com os outros. Como Escorpião, comigo. Agradeço Inêz ter me dado essa dica. Com isso reforcei o comprometimento de ser Escorpião: severa e disciplinada comigo. Ser Touro: complacente e carinhosa com os outros.

 

Agradeço Marise ter me oferecido seu ladrilho com um desenho farto, repleto de amarelo do molho de abóbora! Agradeço quando subiu na caminhonete e brincou dizendo: - Viu como baixinha fica em pé aqui dentro? Assim rindo de si mesma, ela arrumou todos os sacos do bagageiro de um modo que nunca tinha visto antes.

 

Agradeço Ana ter de imediato aceito quando manifestei que não ia participar da marcha do início do fórum. Agradeço mais ainda por ela ter me mostrado que amanhã devo me concentrar antes de qualquer outra coisa em MIM mesma.

 

Auto-organização, uma oitava acima! Como a meta é regenerar, devo dar um prazo para que todos os itens que compõem esse propósito aconteçam de fato.

Agradeço o privilégio receber em casa pessoas transparentes, verdadeiras amigas que me auxiliaram no tomar Consciência de qual é meu real calcanhar de Aquiles nessa vida. A base de tudo, sem o qual o mundo é nada.

 

Agradeço Vitor, filho de Inês, ter embalado com seu tambor e tamborete o corte que fazíamos nas verduras pra preparar os desenhos. Seu som alegre e doce co-criou nosso instante santo. Ele estava encantado com a própria mãe e esse sentimento transbordava em seu rosto. Era o rosto que Deus criou! (UCEM)     

 

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