Gabriel Gayer

Quando as aulas estavam para começar, eu mal podia esperar. Sabia que na faculdade, principalmente por cursar Desenho Industrial, eu teria muitas experiências novas.

Quando cheguei à Barraca, não me surpreendi. Era a minha primeira e tão esperada novidade.

Com a escolha dessa sala as professoras já conquistaram minha simpatia. Quando fui saber que a professora Ana é a mãe da Barraca, me senti ainda mais privilegiado.

O mais gostoso foi que essa sensação era constantemente renovada. Tudo o que ali era dito complementava as demais informações.

A Ana e a Renata estabelecem uma sintonia impressionante!

Isso favoreceu ao entrosamento da turma. Assim como a própria Barraca, por permitir que nos acomodássemos como quiséssemos. A proximidade acelera o processo de socialização.

Eu posso esbarrar no Adriano, e ele reclamar. Chego pra lá, e esbarro no Igor, que sorri, se encosta, dá apoio... Mas hoje ele não tomou banho, está fedorento. Chego pra trás, a Isabel está cheirosa. Ih! Mas ela não pára de falar. Vou chegar pra frente e ficar entre a Renata e a Aline que é a boa!

As pessoas vão se conhecendo. Enquanto isso a aula está rolando. Cabe a cada um investir atenção no que julgar mais importante. A liberdade de escolha estimula o amadurecimento.

Aprender a lidar com concentração é uma lição impagável. A vida nos exige isso pra não nos distanciarmos de nós mesmos. A Barraca é aberta, ela não nos isola do mundo. Aqui trabalhamos nele.

Maravilhoso foi que, em pleno as férias, voltei à Barraca escrevendo isto. E presente aqui, ainda que em pensamento, não escapo de um aprendizado.

Depois ler este texto pra fazer uma conclusão sobre o que é esse espaço, percebi que se ele é isso tudo - construído vizinho ao rio e ao campo de futebol, sobre o chão de terra, as "almofolhas", os besouros secos grudados na madeira, o galho pendurado lá em cima no buraquinho do teto, alunos e professores ensinando e aprendendo a cada período - ele flui; nasceu e está evoluindo, logo está vivo!!!

Hihihihi. Isso é a cara da Ana! E eu fico feliz de perceber que tudo isso é Projeto.

Agradeço à Ana por este exercício de aula extra.

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