BRENDA NUNAN CONCLUSÃO 2015.2
Brenda Nunan Biochip 2015.2
13/08/2015 – Desenhando com cordas de sisal em grupo
Eu agradeço a corda de sisal pelo fato de me mostrar que quando uma
situação está difícil,
devemos nos aproximar do problema para que aos poucos ele seja percebido e
resolvido.
Isso gerou em mim uma sensação de paciência e reflexão.
18/08/2015 – Desenhando com cordas de sisal em 4 grupos
Eu agradeço a corda de sisal por ter me mostrado o quanto a presença do
outro faz na vida.
Após o outro grupo ter saído da teia, a sensação que ficou foi de vazio, de
que algo estava
faltando, ou de que a teia estava incompleta. O resultado da união e
separação de dois
grupos foi a modificação da organização da teia, sendo, portanto um reflexo
do fim daquela
relação. Agradeço também por ter me mostrado que mesmo após a separação, a
teia inicial
encontra maneiras de se adaptar à mudança, um novo recomeço, mas com marcas
do que
aconteceu. Isso gerou em mim uma sensação de serenidade e esperança.
20/08/2015 – Desenhando de investigação com a cenoura
Agradeço a cenoura por me proporcionar uma extraordinária experiência
gastronômica.
Atraves da diversidade de formas que influenciam no sabor, pude perceber
que uma
cenoura se transformou em biscoitos, cebolas e batatas com a imaginação das
pessoas, o
que me proporcionou uma sensação boa. Foi muito interessante investigas a
cenoura e ter
curiosidade de experimentar o que estava sendo feito, foi essencial que a
turma tivesse
experimentado ao mesmo tempo, pois as sensações e descobertas foram
compartilhadas.
Agradeço a ana Branco por ter me mostrado que uma cenoura não é apenas uma
cenoura, e
que muitas outras coisas mereçam atenção.
25/08/2015 – Desenhando com cordas de sisal em duplas
Agradeço a corda de rami pelo fato de ter me mostrado que é preciso ter
paciência para se
chegar a um equilíbrio, tanto em dupla quanto individualmente. Agradeço
também pelo fato
de ter entretido a turma inteira com objeto tão simples, incrível como a
criatividade pode
transformar a rigidez da corda em diferentes e maleáveis situações. Me
diverti mais
observando os outros do que individualmente, talvez pelo fato de ter ficado
ansiosa e não
ter tido paciência para investigar individualmente.
01/09/2015 – Desenho de investigação com fermentação
Agradeço ao repolho por sua estrutura, que ao mesmo tempo facilita e
atrapalha o corte,
dependendo do lugar segurado. Agradeço pela cor, que ao cortar pude
perceber que o
interior é mais claro que o exterior. Agradeço também pela capacidade de
absorção de agua
em seu interior, pois quando eu estava colocando os alimentos dentro do
pote, a agua
provocou uma sensação de refrescante em um dia tão quente como hoje.
Agradeço a
cenoura por ter me proporcionado um momento criativo durante a elaboração
do potinho.
03/09/2015 – Reconhecimento dos fermentados
Eu agradeço ao repolho fermentado por ter me proporcionado um diversidade
de sabores
através da combinação com outros ingredientes. Me surpreendi muito ao
perceber que a
união de diversos gostos diferentes proporcionaram um sabor interessante.
No inicio pensei
que comeríamos somente o que estava nos potes, o que me despertou um certo
receio em
relação ao sabor e textura, mas depois vi que era muita inocência e
desconhecimento de
minha parte em achar isso. Ao ver a Ana misturando todos aqueles
ingredientes me deixou
surpresa e com vontade de experimentar aquela comida colorida. Essa aula me
mostrou que
nada é somente uma única coisa, e que não devo ter medos ou preconceitos e
principalmente devo parar de tentar imaginar o que irá acontecer, tendo
paciência e
tentando me livrar da ansiedade.
08/09/2015 –
Desenho de investigação com pigmentos vivos
Eu agradeço a abobora por ter um sabor adocicado e por sua
cor forte e marcante, complementando as outras cores e sabores. Agradeço a beterraba pela cor vivida, que
lembra sangue. A experiência de saborear as diferentes cores e sabores
despertou em mim
criatividade, pois quando foi possível misturar os alimentos, tive uma
sensação boa de
experimentação, a sensação de descobrir algo novo é gratificante e
emocionante. Até hoje
todas as aulas me deixaram emocionada e tenho certeza que até o fim do
semestre
continuarei me emocionando e me surpreendendo.
10/08/2015 – Filme ponto de mutação
Agradeço ao filme ponto de mutação por ter me mostrado que devemos estar
sempre
abertos a novas descobertas e passíveis a novos entendimentos. Não devemos
estar presos
a nossas "verdades" pois a verdade é na verdade uma percepção da realidade,
cada um tem
uma percepção e não devemos tomar as nossas como verdades absolutas. Apesar
de não ter
gostado muito do filme, por ser um pouco arrastado de mais, reconheço que
os diálogos são
importantes para abrir uma reflexão acerca de percepções através de
assimilações ao
mesmo tempo científicas e abstratas.
15/09/2015 –
Desenho de investigação com desidratação de sementes germinadas
Eu agradeço ao pilão por ter me mostrado que transformações exigem
paciência e
determinação. Enquanto pilava tive uma sensação muito boa, pois durante a
meditação tive
um momento de reflexão e paz, tive a sensação de que poderia ficar horas
naquela posição
pilando. Agradeço ao moedor por ter proporcionado um momento de união com a
turma,
pois foi organizado um esquema onde cada um moia um pouco, cada um tinha um
papel
importantíssimo durante o fazer do alimento. É muito legal ver como cada um
reagia quando
pilava ou moia, muitos assim como eu, ficaram surpresos ao ver o quão
relaxante é fazer
algo tão simples quanto pilar.
17/09/2015 – Reconhecendo argila
Agradeço a argila por ter estimulado minha criatividade. Conversando com a
argila fui capaz
de visualizar diferentes formas e imagens. Não fui capaz de absorver
respostas que a argila
poderia me transmitir. No inicio comecei a mexer na argila, e fiquei
tentando descobrir qual
seria o melhor jeito de manusear a argila, mas acabei percebendo que
deveria deixar fluir,
sem me incomodar em ficar com a mão suja. Comecei a separar a argila para
ter mais
liberdade de movimento e com essa separação surgiram as seguintes formas:
um boneco de
neve, um dado, uma bola, um menino. Depois resolvi brincar com o registro
que a argila
deixou na minha mão. Arrastando os dedos na palma da mão, comecei a ver
letras nos
espaços que a argila deixava. Depois comecei a raspar a argila seca da
minha mão, querendo
se livrar do que estava seco, do que me incomodava. Na mistura da argila
seca com a argila
maleável se torou o pedaço de argila perfeito, isso me possibilitou a ver
que a solução de um
problema pode estar inclusa no problema. A argila me fez criativa e alegre,
foi inspirador
mexer com a argila e não imaginava que seria tão grandioso quanto foi.
22/09/2015 –
Filmes camelos também choram
Eu agradeço ao filme camelos também choram por ter me mostrado que as
diferenças
devem ser aceitas sem julgamentos ou preconceitos impostos pelos outros.
Devemos ter
nossa própria concepção do outro, aceitando-o como indivíduo, ou no caso do
filme,
camelo. O filme me provocou uma sensação de empatia principalmente pelo
fato de que eu
tenho uma ligação muito forte com os animais.
29/09/2015 -
Filme la belle verte
Agradeço ao filme la belle verte por ter me mostrado que não devemos nos
preocupar e dar
prioridade a coisas superfulas, devemos sempre tentar ter outras percepções
e tentar mudar
para que nossos valores não permanecam invertidos, provocou em mim uma
sensação de
reflexão.
06/10 Agradeço a Ana Branco por ter me mostrado que a percepção é algo driblável, não devemos nos ater apenas a algo que conhecemos e ter preconceitos com o desconhecido. Ao cortar a batata como se fosse maçã e vice versa, tivemos a oportunidade de conhecer o desconhecido, o que pareceria estranho a primeira vista, mas foi facilmente desconstruido durante a maravilhosa mistura que a Ana realizou. Sempre fico impressionada em como as coisas podem se tornar algo totalmente diferente. As cores e sentimentos levados ao alimento me deixaram feliz e grata.
8/10 Agradeço ao filme a carne é fraca por ter me mostrado o quao a industria alimenticia é perversa. O filme me proporcionou o sentimento de tristeza, tanto que não consegui assistir até o final, ver aqueles animais morrendo e sendo torturados foi demais para mim. Apesar disso, o filme me deixou pensativa sobre meus habitos, e aos poucos penso em tentar diminuir meu consumo de carne, pois fará diferença nao so para meu corpo, mas também para o meio ambiente.
13/10 Agradeço as conchas por carregarem tanta história e beleza. Isso despertou em mim um sentimento de
empatia, pois desejei por um instante, enquanto as investigava,
ser aquelas conchas, sentir um décimo do que elas
sentiram e principalmente absorver tudo aquilo que a
concha queria me contar. Fui agraciada por uma enxurrada de palavras que vieram a minha cabeça, mas a que mais me marcou foi a concha mais antiga, achada durante escavações. Essa concha me proporcionou refletir sobre as marcas do tempo e o quao a natureza é eterna. Nossas ações se desenvolvem em cadeia e senti que aquela concha sofreu para proteger o que havia em seu interior, dando ao
mesmo tempo uma sensação de que ela era forte e frágil, como uma mãe.
20/10 Agradeço a mandioca por ter me trazido a possibilidade de construir um alimento em equipe. Expremer a mandioca para que ela se tornasse farinha foi uma tarefa relaxante e coletiva, que provocou um mim uma sensação de pertencimento e coletividade. Agradeço ao Rafael que realizou o procedimento junto comigo, pois juntos conseguimos produzir a farinha de maneira rápida e eficiente.
22/10 Agradeço a união da turma, que me proporcionou um sentimento de coletividade, de que mesmo com a ausencia da ana, a turma se uniu para fazer o bolinho de nanã. Agradeço a Luiza por ter conduzido a aula, assim como a Dadal, que juntas repassaram cuidadosamente como fazer o bolinho. Fiquei bem surpreendida com o gosto e consistencia, e me diverti bastante confeccionando os bolinhos, fiquei com vontade de fazer e comer de novo.
Apesar da ana não ter vindo hoje, fizemos o bolinho pensando nela, mandando energias positivas e isso deixou tudo com um sabor ainda mais gostoso. Agradeço a ana por ter me mostrado que a comida tem sabor também de sentimentos, e tenho certeza que quanto mais energia e amor colocamos em algo, mais recebemos de volta quando consumimos.
27/10 Agradeço a cenoura, maça e passas por tornarem a comida agridoce, o que provocou em mim uma sensação de felicidade, tornando a comida muito mais saborosa. Como a Ana disse, as passas realmente deram gosto de natal ao prato e ficou maravilhoso. Agradeço também pelas cores derivadas da diversidade dos alimentos, fiquei impressiona da com tanta beleza em tão pouco espaço.
Filme Balões
Agradeço a Ana por ter trazido o Tura para
compartilhar sua história conosco. Agradeço ao Tura por compartilhar um pouco do amor que sente na confecção e soltura de balões. Eu fiquei muito impressionada com a conversa pois abriu minha, antes eu realmente achava que soltar balão se limitava a festa junina, e não imaginava todo o trabalho de união que soltar balão traz para uma comunidade
. Isso me trouxe um sentimento de tristeza pois o balão é um elemento muito marcante da nossa cultura e mesmo assim muitos desconhecem. Fiquei muito emocionada com o amor e energia que o Tura deposita nessa atividade e fiquei com muita vontade de aprender a fazer e até soltar um balão. Na verdade, tenho muita vontade de andar de balão, sei que o foco do Tura não é esse mas mesmo assim despertou esse sentimento de querer voar que sempre tive.
Agradeço pelo documentário mostrado para nós em sala, pois ilustrou perfeitamente o que o Tura queria dizer com tudo, fiquei bastante emocionada com a presença dele e espero que um dia ele possa soltar balão na comunidade dele .
Compostagem
Agradeço a ana por me mostrar o quanto a natureza é renovavel e eterna, com a compostagem devolvemos tudo que a terra nos ofereceu, me fez ver o quanto a natureza é perfeita e programada nos mínimos detalhes. Pude perceber melhor o processo de mudança e transformação dos seres vivos.
Agradeço aos bichinhos “papadefunto” por me mostrarem que a morte é um processo de renovação e não algo finito e trágico.
Agradecimento final
As aulas de Biochip foram muito esclarecedoras, não só em relação a alimentação viva mas também em relação a vida. As aulas sempre me trouxeram
insights através de demonstrações práticas e de convivência. Para mim, todas as aulas serviram como metaforas para vida, passei a entender principalmente que as coisas não são como são, e que a percepção é algo moldavel.
Aulas trabalharam um lado meu relacionado a ansiedade, sinto que estou menos ansiosa em relação a tudo. Aprendi que cada coisa tem seu tempo e que as coisas se resolvem naturalmente. Aprendi a esperar, não tentando sempre adivinhar o que iria acontecer durante as aulas, viver é melhor do que pressupor e ansiar. Sinto que cresci como pessoa pois aprendi a ver o mundo com outros olhos, olhos de empatia e entendimento em relação ao outro.
Terças e quintas meu dia começava melhor, pois já sabia que às 11horas estaria aprendendo e desconstruindo ideias que antes estavam marcadas na minha cabeça.
Sempre minhas expectativas eram alcançadas e sempre me emocionava com as palavras da Ana. Sempre me surpreendia com a beleza e gosto das comidas preparadas em sala, isso me deu um conhecimento e oportunidade de mudar, confesso que ainda não tenho planos para iniciar
uma alimentação viva, mas foi importante ter todo o conhecimento em relação a isso e, quando
eu estiver pronta para tal, terei o background para iniciar o processo de mudança alimentar. As aulas foram muito importantes pois funcionaram como uma ruptura em meio a tantas aulas teóricas.
Agradeço a Ana por ter tornado o meu semestre mais leve e adoravel.