LARISSA BARAT CONCLUSÃO 2015.2



Larissa Barat - Psicologia -1011039



Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade de fazer o trabalho mesmo que eu esteja sem as gratidões escritas no final das aulas. É uma pena que eu não tenha as encontrado, pois escrevendo logo depois da experiência tudo fica mais vivo e fresco na memória. Porém, confesso que de alguma forma este acontecimento acabou sendo interessante porque, de alguma forma, vou poder voltar ao tempo de cada aula e escrever o que de fato mais me marcou.

18/8 terça-feira:

Agradeço a dinâmica em grupo com as cordas de sisal por me possibilitarem a explorar um tipo de existência, vivência e experiência que seja mais fluida, natural e orgânica sem que tenhamos que estar "reféns" do nosso próprio pensamento racional e objetivo que na maioria das vezes nos limita e reduz nossas possibilidades. Experimentar isso através no movimento de nossos próprios corpos foi muito engrandecedor. Foi um exercício difícil pois além de estar aberto para essa nova forma de possibilidade tínhamos que conciliar o equilíbrio dinâmico com as demais pessoas do grupo no qual muitas delas tentavam se impor racional mente e dizer como tinha que ser. Visualmente foi uma dinâmica interessante também pois permite que visualizássemos as redes as quais estamos ligados a todo tempo, pois Ser Vivo é viver em rede.

20/8 quinta-feira:

Agradeço a cenoura por permitir entender que quando mudamos a forma de alguma coisa, automaticamente mudamos essa coisa. A partir das múltiplas formas de cortar a cenoura pude descobrir diferentes funções e sabores. Algo que antes para mim era apenas uma cenoura se transformou em muitas possibilidades. Também gostei muito da explicação de que a cenoura trava uma conexão entre o céu e a terra. Nunca tinha a percebido desta forma. Foi muito gostoso perceber isso pois me (re)lembrou de um sentimento muito íntimo de que o sagrado não está para além de nos, lá no céu ou em templos espirituais mas sim, de baixo dos nossos narizes (literalmente) e em coisas e seres que não temos o costume de sacralizar normalmente.

25/8 terça-feira:

Agradeço a dinâmica em dupla com a corda de sisal por ressaltar os insights frutos do primeiro exercício com a corda de sisal. Foi muito bom ter relembrado que só estamos em equilíbrio estando em movimento, pois até parado ou em meditação nosso corpo esta em constante movimento através da respiração, batimentos cardíacos, fluxo sanguíneos e etc.

27/8 quinta-feira:

Agradeço a dinâmica individual com a corda de sisal por me possibilitar um momento de brincadeira, investigação, criatividade e superação comigo mesmo. Foi bacana ter praticado essa dinâmica sozinha e poder explorar os possíveis movimentos que antes foram estabelecidos em rede e posteriormente com um outro e agora com nós mesmos. Talvez essa tenha sido, das dinâmicas com o sisal, a mais difícil para mim. O que é interessante de observar, pois nos outros momentos parece que o outro de certa forma atrapalha, mas me encontrando sozinha com a corda vi que foi bem difícil criar possibilidades do que fazer com ela. Depois de um tempo, pegamos uma certa intimidade e ritmo e fluiu melhor.

1/9 terça-feira:

Agradeço ao repolho por poder me sentir mais próxima da Terra e portanto, mais conectada com essa energia orgânica e antiga. Isso se deu através de sua textura, cheiro e cores durante o processo em que cortávamos para montar a compota.

3/9 quinta-feira:

Agradeço ao processo de fermentação pois através dessa observação pude entrar em contato com o Tempo que é algo tão abstrato e que nos atravessa de modo meio despercebido, pois quando nos damos conta "já passou". Através do efeito da fermentação pude ver a materialização dessa passagem do tempo. Outra coisa que me chamou atenção nessa vivencia, foi o insight de que a fermentação é vida. Isso me tocou em um lugar meio paradoxal pois é a vida que emerge através desse processo de apodrecer fazendo parte da integração dos opostos e da complexidade da vida.

8/9 terça-feira:

Agradeço a vivacidade das cores! Essa aula ampliou muito o meu conceito de cores pois podemos transcender os pigmentos e descobrir e explorar suas respectivas sensações, texturas, cheiros, sabores e formas. Temos uma visão tão segregadas das coisas, porém essa experiência me experimentar o sabor das cores me fez olhar as coisas de forma mais integrada. Muita gratidão.

10/9 quinta-feira:

Agradeço muito ao filme Ponto de Mutação (pela sincronicidade da vida, havia começado a ler o livro semana em que assisti o filme) por aumentar ainda mais a minha chama interna de vontade de "mu-(dança)". Pois é só "dançando", "mo-(vendo-se)" para sair das crises que nos encontramos em nós mesmos e no momento atual da humanidade, seja ele no âmbito político, econômico, social, psicológico e científico. Nos encontramos em um momento crucial de "trans-(mutação)" de paradigmas e isso é muito lindo ao mesmo tempo que desesperador e angustiante. Minhas sinceras gratidões ao filme por conversar com esse sentimento profundo e ambíguo de forma tão intima e sensível.

29/9 terça-ferira:

Agradeço ao filme La Belle Verte por me mostrar de novo de forma tão sensível, engraçada, fofa e romântica esse estranhamento e absurdo das coisas que são tão familiares para nos. Esse estranhamento nos faz refletir de forma profunda, intensa e, ao mesmo tempo doce sobre nosso modo de existir e de ser.

Agradeço a mim, a Ana e a sincronicidade das coisas por estar fazendo esse aula.

Obs's:

1-Só não escrevi sobre as aulas que infelizmente, não pude estar.
2- Senti que viajei um pouco na hora de escrever, mas não um viajar no sentido negativo. É um viajar no sentido de deslumbramento das coisas, sensações, sentimentos e pensamentos que me atravessam durante as vivências das aulas já que essa disciplina me toca de forma muito intensa.

6/10 Terça Feira:
Agradeço a Sopa de Aveia com alho poró e agrião pela oportunidade de comer pela primeira vez uma sopa crua e tão gostosa e nutritiva. Agradeço também a batata crua por aprender a come-la sem preconceitos de uma forma completamente nova, já que sou fã número um desse alimento. Muito interessante apreender com o desing a driblar nossa percepção viciada da alimentação, através da estética das formas. Adorei aprender também sobre a similaridade da maça e da batata pois suas texturas são muitos parecidas: em quanto uma é a batata da terra, a outra é a batata do ar.

13/10 Terça Feira:
Agradeço ao trabalho de reconhecer as conchas. O contato com essas conchas funcionaram comigo como uma espécie de portal. Me senti teletrasportada por elas através do tempo, da memória da terra, dos sentindo. Aprendi com elas muitas coisas, dentre elas, as que mais me tocaram e que mais me conectei foi: Perceber a singularidade de cada ser existente; sobre o frescor da vida, da água; sobre a força da terra; sobre as informações do Uni-verso; sobre a história do tempo, sobre os Desenhos de Gaya.
Agradeço mesmo a cada uma dessas conchas pela experiência intensa e pelas incríveis viagens.

22/10 Quinta Feira:
Eu agradeço ao bolinho de aipim -Nana- por ter aprendido a comer uma comida tão maravilhosamente viva, saborosa e colorida de modo que inclusive amenizou o meu desgosto pelo coentro :)

27/10 Quinta Feira:
Agradeço ao trabalho de investigação com manutenção de temperatura por me proporcionar sabores tão intensos, saborosos e coloridos. Através dessa aula, puder compreender a alimentação viva mais afundo e entender que também é possível preparar alimentos tão gostosos e parecidos com os cozidos, sendo estes, muito mais vivos, saudáveis e nutritivos.

5/11 Quinta Feira:
Agradeço aos filmes de Agrossivicultura por aprender novas formas viáveis e sustentáveis alternativas à lógica monocultura e extrativista. Foi bonito observar como Ernest lida com a biodiversidade. Os serem humanos tem muito a aprender com a agrossilvicultura sobre suas formas de se relacionar com o outro/diferente. Relações que sejam mais cooperativas e não competitivas.

10/11 Terça Feira:
Agradeço ao filme Les Baloons por mostrar de forma tão leve e colorida (como os balões), a resistência que os baloeiros exercem com tanto amor, aqui no Rio de Janeiro. Muita gratidão por assistir essa aula de paixão e beleza da vida, das potencialidades e da criatividade. Muito interessante de ver como o homem que se dizia ateu sacralizava aquele oficio ancestral com intensidade, paixão, devoção e honra. No início não entendi muito bem o que aquele filme tinha haver com a aula mas no fim entendi que era mais uma aula de potência de vida, de cultivo - cultura, de raiz e do que realmente nos Alimenta.

17/11 Terça Feira:
Agradeço a aula de demonstração de Festa Natalina pela possibilidade de expressar os sentimentos do natal a partir da vida da própria natureza. Utilizar as cores vivas dos alimentos vivos me pareceu intensificar o sentido da vida que o natal carrega em si. Uma celebração muito mais sincera, verdadeira e carregada dos mistérios da simplicidade.

Sem data:

Agradeço a grama de trigo e ao broto de girassol pela possibilidade de ampliar nossa consciência ao que nos parece apenas uma cor: o verde. Pude perceber através desse contato que os verdes são muitos e cada qual com suas particularidad3w, cheiros, sabores e essências. Além da multiplicidade de verde, o encontro com o plantio de trigo e do girassol proporcionou-me um vislumbre da possibilidade de uma existência produtora e não predadora, de modo que possamos somar com nossa SagradaMãeTerra e não destruí-la. Foi muito importante para mim também enxergar os trigos e o broto como filhos da terra e sentir com isso a conexão de irmandade e proximidade com estes já que somos todos filhos de Gaya.

CONLUSÃO DA DISCIPLINA:

Fazer a disciplina de BioChip foi interessante para mim em muitos aspectos. Porém, se fosse pensar em uma coisa que estaria por de trás de todos esses aprendizados, uma única coisa que conectasse todos esses pontos, diria que é a Vida. Fazer essa disciplina me ajudou a me reconectar com a Potencia Vital que cria, gera e move tudo.
Aprendi que o estudo a Alimentação Viva é um estudo dos ciclos naturais da vida, da Terra. É viver em harmonia integral com os ritmos e com os movimentos da Natureza. Consagrar o suco de Luz por exemplo, é uma das formas que nos aproxima da essência e vitalidade da terra. Amplia sua sensibilidade para a percepção da vida como um todo.

No início, não entendia porque essa aula acontecia através do departamento de design. Com o passar das aulas, pude ir me familiarizando e entendendo melhor o que estava no centro de todo aquele estudo das aulas: A beleza da vida com todas suas singularidades, cores, sabores, formas, resistências e prazeres. Comecei a entender melhor como a estética das formas, das cores, das memórias afetivas influenciavam na nossa forma de comer.
Participar da aula de BioChip me redeu muitos aprendizados, questionamentos, mudanças e novos pensamentos. Muito grata a todos esses ensinamentos e tras-forma-ações. Vamos semear :)