MARCELA GENTIL CONCLUSÃO 2017.2
MARCELA MUTZENBECHER GENTIL – 2017.2
Aula 22/08:
Agradeço a corda de Sisal por termos desenrolado as cordas, nos organizados passando para a pessoa do outro lado, o que fez com que ficássemos todos conectados e vivos por conta da resistência do outro que gerou em mim o equilíbrio. Nos transformando em um belo desenho, uma mandala linda.
Saímos da tenda e unidos caminhamos no mesmo ritmo, sem pressa, conseguindo sentir a conexão existente a cada passo para chegarmos em um novo lugar com maior visibilidade do desenho que estávamos formando.
A corda gerou em mim um sentimento de pertencimento, conforto, paz e calma. Ao vermos que sozinhos nós não conseguimos alcançar aquilo que almejamos, e muito menos sem paciência e tranquilidade.
Aula 25/08:
Agradeço a corda de Sisal pelo nova formação em grupos menores, o que acabou gerando uma maior facilidade a partir do momento em que pegamos nossa corda até a nossa formação dos nossos desenhos em um espaço maior.
A caminhada com um menor numero de pessoas foi diferente do que a com a turma toda, o ritmo dos passos e do grupo como um elemento só fluiu de maneira natural, assim como a formação dos desenhos.
Essa formação fez com que fosse possível a percepção a grande diferença entre a participação de uma corda, e a recepção de outra. A vinda e ida de um grupo para o outro gerou em mim uma grande reflexão de que até que ponto nós temos autonomia, domínio e alcance daquilo que está a nossa volta.
Aula 29/08
Gostaria de agradecer a cenoura por ter me mostrado que ela não depende de outros alimentos e temperos para ter diferentes gostos. Seu corte faz com que o sabor seja diferente, muitas vezes achamos que o gosto do que comemos vem dos temperos e maneiras de fazemos, e não como cortamos. A partir disso vemos também que o corte faz com que a superfície de contato seja maior ou menos, o que gera em sabores e diferentes.
Foi possível também observar as inúmeras formas que podemos cortá-la com ferramentas que estão ao nosso alcance no dia a dia, onde a delicadeza na montagem e nas diferentes formas gera desenhos lindos e diferentes.
Esse fato gerou em mim grande percepção de tudo que nós comemos, e que basta a forma como exploramos e cortamos nossos alimentos para que inúmeros sabores sejam despertos em nosso paladar.
Aula 21/09:
Agradeço a Ana e aos alimentos por terem me feito perceber que a partir da fermentação de cada um deles, suas formas, gostos e estruturas mudam. Primeiro ralamos o repolho roxo, repolho verde e cortamos as cenouras.
Pela fermentação percebi e observei a quantidade de água e gás que fica presente em um alimento que a principio se encontra no vácuo, sem contato com o ambiente externo.
Foi possível observar também o trabalho de cada bacteriazinha presente no ar e como era irá interferir nessa nossa fermentação.
Aula 26/09:
Agradeço a Abóbora, a Beterraba, ao Inhame, ao Repolho e a Maça por terem me feito perceber que cada COR tem um gosto e um sabor diferente.
Cada prova nos mostra que o sabor e a cor estão ligados diretamente, assim como a textura, o tamanho e o corte também. Esses fatores fazem com que nosso paladar seja influenciado e perceba essas diferenças.
O gosto da junção de cores e texturas nos faz querer provar mais e mais as inúmeras possibilidades de sabores das infinitas cores.
Agradeço a natureza e ao sol que nos permitem essa percepção de diferentes sensações, gostos e sentimentos.
Aula 10/10:
Agradeço a todos os alimentos que usamos para temperar e colorir a farinha de mandioca temperada, que foram: cebola roxa, pimentão vermelho, coentro, cenoura e lentilha germinada sem casca.
A partir do corte bem pequeno desses alimentos (que fazem com que a superfície de contato torne os sabores mais ativos), observamos o sabor vivo e único quando juntos com a farinha.
O molho que temperamos foi feito a partir das ”extremidades” dos legumes que usamos e as sementes do pimentão, todos batidos no liquidificador e depois adicionamos limão, sal e azeite.
A farinha que colorimos com esses alimentos e tempero foi feira da desidratação da mandioca, e os bolinhos a partir dessa junção toda de sabores ficou muito saboroso.
Aula filme “Camelos também choram”:
Agradeço ao filme por ter gerado em mim um sentimento de preocupação e emoção com a relação ao camelo que nasceu diferente de sua mãe, que acabou fazendo com que ela o “rejeitasse” no início do filme sem ter dado o amor que ele necessitava depois de ter nascido.
Agradeço também pelo filme ter mostrado de forma única como os animais são seres sensíveis como nós, que tem sentimento e que precisam de carinho, amor e dedicação como nós.
Reconhecendo Argila
Agradeço à argila pelo ato de molda-la e de senti-la ter gerado em mim grande ligação e satisfação em relação a esses milhares de grãos que vivem a mais de milhões de anos e que continuam sempre em transformação com o centro gerador de tudo, que é a natureza.
Ao manuseá-la sentindo sua temperatura e sua textura pude sentir diferentes sensações, sejam físicas ou apenas mentais. O grande prazer de toca-la e molda-la e sentir sua temperatura que muda de acordo com os movimentos que fazemos nos faz refletir e pensar cada vez mais em nossos movimentos.
Agradeço também por ela me fazer voltar à minha infância e lembrar de quando eu brincava com argila e montava esculturas ou apenas ficava moldando sem preocupação durante horas e horas.
Colorindo a farinha do Aipim
Agradeço a farinha do Aipim pelo ato de ter deixado com que a gente a colorisse, e que fosse de maneira tão única e coletiva.
Para que fosse possível essa coloração nós cortamos pedacinhos de maça, cristais de agrião, cristais de cebola roxa, ralamos a cenoura e cortamos bem fininho o alho poró.
Após a junção desses ingredientes à nossa farinha, acrescentamos passas e o liquido que deu liga para que ficasse pudéssemos enganar nossos paladares que estão acostumados a gostar de coisas mais pastosas...e logo depois acrescentamos sal, alho picado, limão e azeite.
Essa junção parecendo um risoto proporcionou em mim grande satisfação ao prova-la, gostei muito muito do gosto e quase não consegui parar de comer. A enganação do nosso paladar com certeza foi essencial para que houvesse tamanha satisfação com a junção dos alimentos formando uma mistura deliciosa.
Desenho de investigação com manutenção de temperatura
Agradeço a cevadinha germinada e aquecida e ao feno grego germinado pôr em junção com os alimentos ter proporcionado uma explosão de sabores que é possível senti-los únicos e em conjunto com os outros.
Para fazer essa junção com a cevadinha e o feno grego nos cortamos a cebola roxa bem fininha, ralamos a cenoura, cortamos confetes de aipo e pedacinhos de maça. Juntamos todos esses alimentos com um liquido mais pastoso que foi feito de alho descascado, cevadinha, sal, água e cúrcuma, para driblarmos nossa percepção entrando em outra frequência. O que fizemos nos engana porque tem cheiro, cor e textura – os três elementos que somos dependentes na alimentação.
Agradeço a todas essas junções por ter me feito perceber o quanto somos dependentes de certos elementos na nossa alimentação e como diferentes sabores e texturas ficam deliciosas juntas.
Reconhecendo Conchas
Agradeço as conchas e aos seus diferentes tamanhos, formas e cores por ter me feito reconhecer algo com tanta história e força como elas.
Quando pequena adorava brincar com conchas e desde que cresci em toda viagem que faço trago conchinhas que ao toca-las eu possa voltar para o lugar de onde a resgatei.
A partir dessa aula de reconhecer e perceber as conchas pude voltar em lugares que passei, momentos que vivi com pessoas únicas que nem estão mais no mesmo plano que eu. As conchas são constituídas de coisas vivas, são constituídas de histórias de lugares e situações diferentes.
Com certeza cada pessoa que pegar uma concha terá um sentimento diferente....seja nostalgia, saudade, amor ou felicidade.
Comidinha germinada
Minha comidinha foi um tabule, primeiro eu germinei o trigo e depois bati no liquidificador para que ficasse bem trituradinho.
Ralei a cenoura, cortei em cubinhos a cebolinha, o tomate e o pepino..juntando com esses cortei e botei salsinha e hortelã. Depois de juntar todos os ingredientes com a mão, sentindo a textura de cada alimento e deles todos juntos apliquei sal marinho, azeite e limão.
Fazendo todo o processo que costumamos fazer nas aulas só que em casa pude ver o quanto é importante o nosso contato com o alimento, desde a sua germinação até quando ele fica pronto. Nossa temperatura das mãos interfere diretamente no que queremos fazer, e como queremos. Cozinhar sempre foi como uma terapia para mim, mas agora agradeço muito às aulas e aos alimentos por terem me feito perceber o quanto cada corte e cada toque é importante para todo um processo harmônico.
Convivência Biochip ❤
Agradeço à você, Ana por ter me proporcionado tantos bons momentos durante esse período todo que estivemos juntos. Nossas aulas foram muito transformadoras para mim na maneira agora que vejo o mundo, os alimentos, meu corpo e tudo relacionado a mim mesma.
Vejo que conheci uma parte minha que antes estava esquecida, uma parte minha como um todo pertencente a esse mundo imenso em que vivemos.
A partir da convivência do biochip pude me sentir bem com pequenas coisas que antes achava que não despertassem esse sentimento em mim.
Uma enorme gratidão a você Ana e a todo o conhecimento que você repassou para nós de forma tão leve e natural. Nunca vou esquecer de nada que falamos e nem do que vivenciamos.
Marcela M. Gentil