MILENA MONTEIRO CONCLUSÃO 2017.2



MILENA MONTEIRO 2017.2 Convivência com o Biochip

22.08.17

Agradeço a corda de sisal por eu ter voltado para a tenda guiando o grupo, o que me gerou pressa inicialmente, a qual deixei de lado depois de um tempo. Entendi que eu não guiava o tempo, só a direção.

24.08.17

Agradeço a corda de sisal pelo fato de ter me juntado com um grupo que participou de forma harmônica e alegre, isso me gerou confiança e preencheu-me de esperança.

O grupo fez experimentações, sentiu o momento, tudo isso juntos e sem vergonha de parecer bobos. Isso fez com que todos aproveitassem igualmente o máximo que a corda poderia proporcionar, sendo aquelas pessoas, naquele momento específico, naquele dia específico.

Agradeço a corda, também, pelo fato de formar uma estrela tão bela que me fez pensar que, se as coisas são como são, foi por conta de vários fatores e pessoas. Só juntos podemos mudar, sem o egoísmo, a competição, e sim como se todos fossemos um só.

29.08.17

Agradeço a cenoura pelo fato de ser uma, mas ser muitas. Ela é verde, busca a luz e essa parte alimenta de oxigênio a parte de baixo, que cresce para o lado oposto, lindo, de uma cor magnífica e viva.

Quando a gente pensa que algo cresce no escuro, tem uma cor tão viva e clara, é de se encher de esperança. Assim como quando vemos que uma cenoura, que a primeira vista parece ser só uma coisa, normal, chata, tem sua história, além disso, pode se tornar mil coisas, ter diversos sabores diferentes.

Isso me faz pensar, o ser humano pode ser colorido em um meio obscuro? Ele pode ter características diferentes, mas que fortalecem umas às outras? Podemos ser mutáveis, sem necessariamente mudarmos nossa essência?

05.09.17

Agradeço a corda de rami pela possibilidade de experimentar novas sensações, contando com o apoio de uma pessoa, até então desconhecida. Isso me proporcionou um sentimento de responsabilidade com minha colega para que ela pudesse experiênciar de forma segura, além de uma confiança imediata nela para que eu pudesse passar pelas sensações.

Agradeço também pela corda ser como uma extensão do meu corpo auxiliando em movimentos e perspectivas diferentes para meu próprio corpo.

Agradeço ao filme Ponto de Mutação por nos fazer pensar, por fazer uma verdadeira ginástica no cérebro, por mostrar uma perspectiva de mundo integrado, que cada ato influencia e é influenciado por diversos fatores. Isso me gerou a sensação de que estamos, todos na terra, ilhados em nossas vidas, pontos de vista, problemas e que com isso não vemos o todo, as coisas como são de verdade. Nos tornamos insensíveis com os problemas dos outros, pois não entendemos nem procuramos entender do que se trata realmente. (ex. Conflitos na Síria, moradores de rua, etc)

21.09.17

Agradeço ao repolho e à cenoura pelo exemplo de processo de fermentação que me ensinaram uma nova perspectiva da alimentação de forma visual, com isso aprendi que o alimento fermentado tem absorção mais rápida no corpo, com isso posso enriquecer a minha alimentação e a de outras pessoas.

Além disso, posso utilizar no design este método de coloração natural que não agride o meio ambiente, não poluente.

26.09.17

Agradeço ao grupo: maçã, repolho roxo, beterraba, inhame, por nos mostrar suas belas cores, antes escondidas em alimentos simples do dia-a-dia. É incrível ver a diferença de texturas entre os alimentos, os cheiros característicos e as cores lindíssimas que a Mãe terra criou.

Agradeço, também, pelo sabor dos sucos que são completamente diferentes entre si e trazem diversas lembranças e sensações diferentes. Juntos ficam ainda mais interessantes, pois, cada um ocupa um lugar no paladar e se prestarmos atenção conseguimos sentir cada um deles, já tendo conhecido cada sabor separadamente.

03.10.17

Agradeço ao filme La Belle Verte por mostrar como a forma que vivemos, nossos hábitos, nossa forma de nos comunicar e de levar a vida está totalmente ultrapassado e incoerente com os avanços de conhecimento que temos hoje, conhecimento esse científico e tecnológico. O que fica para trás é o conhecimento moral, que parece se desenvolver em velocidade muito mais lenta.

Isso tudo me gerou uma vontade de crescer como ser humano e ajudar todos a minha volta a crescerem também, embora minha mãe tenha sido maravilhosa em me ensinar a ser uma pessoa moralmente responsável e a procurar sempre melhorar. Espero que eu possa ensinar os meus filhos a serem pessoas melhores, com hábitos melhores também, quem sabe a sociedade no futuro seja melhor como um todo.

05.10.17

Agradeço a mandioca/aipim/macaxeira por me mostrar e fazer sentir como os índios, escravos, povo nordestino, todos grupos que ouvimos falar que fazem e faziam a farinha. Uma atividade que sempre achei tão bonita e sempre tive curiosidade de fazer.

Isso gerou em mim um sentimento de comunidade, de tranquilidade, muito interessante. A mandioca sendo uma alimentação tão versátil que é tão importante na alimentação do povo brasileiro, o ato de descascar e ralar, depois secar e fazer a farinha, isso dá ainda mais importância a ele.

10.10.17

Agradeço ao pimentão, a cenoura, a lentilha, a cebola, o coentro e a todos os ingredientes que compuseram o nosso bolinho, que geraram em mim uma sensação nova, já que eu não gosto de coentro. Foi uma sensação de rejeição do meu corpo no início, mas, ao mesmo tempo, eu mesma tinha muita vontade de provar.

A cor que se formou foi muito bonita e diversa, o que torna o ato de comer, ainda mais agradável. Hoje me senti orgulhosa por ter provado o bolinho.

17.10.17

Agradeço ao trigo e a semente de girassol, que juto com a terra fértil me fizeram muito feliz. Eu moro sozinha e essas plantinhas me tiravam um sorriso toda vez que eu chegava em casa e via que elas tinham crescido mais um pouquinho. Isso fez com que eu me apegasse a elas, conversasse e cuidasse delas com carinho. Fiquei feliz por ter tido sucesso nessa atividade, pois eu nunca havia plantado nada.

Agora, olhando para elas com outros olhos, como alimento, vejo como são coloridas, comparadas aos outros vegetais, e tem o potencial de alegrar e alimentar ao mesmo tempo. Isso é incrível nas plantas!

Agradeço a terra por nos ensinar hoje que a vida é eterna. Com o exemplo da compostagem que, com o contato do alimento com a terra, cria vida nova. O alimento desaparece, morre, dando lugar a vida dos animais que se alimentam dele e àquela terra, que mais adiante dará vida a novas plantas. Esse papel sujo de terra mostra como entrei de cabeça e mãos na terra, minha alma falou e ouviu a mensagem e isso me gerou uma enorme esperança. Eu já acreditava na vida eterna, mas não havia nunca olhado por este ponto de vista, próximo, terreno, palpável, talvez por nos afastarmos para pensar em coisas “maiores”. Essa aula me fez pensar que devemos dar um passo de cada vez e que a Terra é nosso lar agora e por isso, como uma dádiva, temos que viver da melhor maneira possível, respeitando o nosso corpo, o nosso meio e o nosso próximo. É preciso ter em mente, também, que nós somos parte de um todo, parte de um organismo vivo e não o centro dele.

Agradeço a argila pelo fato de, com seu poder e conhecimento milenares, me mostrar como as coisas são mutáveis e maleáveis. Por transmitir sua energia fresca, viva, vibrante. Isso gerou em mim um entendimento e uma percepção sobre as formas, a maleabilidade dos sentimentos, do corpo, da criatividade. As formas que criei, mesmo quando eram do mesmo tema: seres humanos, por exemplo, ficaram todas diferentes umas das outras, com expressões diferentes e eu tentava fazê-las sorrires, terem uma expressão mais feliz. Mas com a energia da própria argila, acabei pensando sobre querer estar feliz sempre. Às vezes a dor nos faz aprender e o sorriso pode esconder muita coisa, então ser real, como o momento pede, é bem melhor. Viver o tempo presente, a alegria, o luto, o medo, a ansiedade, de uma forma saudável e crescente. Mutável.

Agradeço as conchas por falarem comigo hoje. Senti dentro de mim o dever de passar adiante tudo que aprendi e venho aprendendo com a Ana. A grande necessidade de espalhar a mensagem da felicidade na simplicidade, de mostrar dos pequenos aos grandes gestos que o ser humano faz parte e está totalmente integrado com a natureza, a mãe Terra. Passar a adiante que nossos males são causados por nós mesmos e que o equilíbrio do corpo se reflete no equilíbrio da mente. Não basta querer dominar o conhecimento acadêmico, financeiro, empresarial, ser um sucesso no trabalho, se por outro lado, sofremos de males físicos e morais. Uma ave não voa com uma asa só. Respondo às conchas que me sinto incapaz de, mesmo minimamente, passar mensagens tão delicadas, tão complexas e ao mesmo tempo tão naturais. Mesmo assim me sinto engajada e totalmente ligada, cada vez mais, entendendo e vivendo desta forma. Acredito que ser diferente já é uma forma de modificar o ambiente. Levar alegria, simplicidade, delicadeza, atenção, já é dar o exemplo, quebrando o ciclo do cansaço, da indiferença do dia-a-dia. Tirar as pessoas do piloto automático, quebrar o escudo que as pessoas carregam todos os dias para se relacionar com as outras, já é uma forma de humanizar as relações. Se importar, olhar nos olhos, fazer o outro perceber que você enxerga nele outra pessoa, não mais um obstáculo no meio do seu dia. Isso aquece o coração do outro, e talvez, ele possa ser mais gentil com o próximo também. Somos parte do mesmo ambiente, da mesma existência e temos responsabilidade para com o outro, já que a forma com que nos relacionamos com cada um, afeta sua vida, suas atitudes.

Participar do Biochip este semestre foi: Incrível! Muito melhor do que eu poderia esperar. Na verdade não sabia bem o que esperar, mesmo assim, nunca imaginaria que cresceria tanto e que me faria tão bem. Tudo que aprendi com a Ana neste semestre afetou a minha vida positivamente, inclusive, a minha enxaqueca crônica foi 90%afetada pela melhora da minha alimentação (que não era tão ruim, mas também não era a ideal) e do consumo frequente do suco de luz. Mas não foi só isso. Meu olhar se ampliou e passou a olhar coisas que antes eu não percebia, me fez olhar outras coisas com outros olhos e de fato, me fez ver que sou mais parte deste planeta do que eu pensava que sabia. E eu quero mais, pensar mais sobre isso, viver mais estas experiências que me fazer ser uma pessoa melhor e que tocam as pessoas a minha volta. Fico orgulhosa de ver a minha mãe, que tinha uma alimentação muito ruim, hoje frequentando a feira de orgânicos de nossa cidade todos os sábados, comprando e comendo verduras e legumes, coisas que antes não fazia e perdendo a preguiça de preparar o suco de luz. Ela me conta feliz dos efeitos positivos em sua saúde e eu fico muito orgulhosa dela e feliz por ter tido a chance de conhecer a matéria e a Ana.

Obrigada por tudo Ana, espero que você tenha muito tempo para ensinar cada vez mais perdidinhos como nós e fazê-los mais humanos. Gostaria de retribuir de alguma forma e se você pensar em alguma, a curto ou longo prazo, por favor, entre em contato comigo.

Festa da Prova

Gratidão! Prato: Alho poró com maçã verde - Alho poró - Maçã verde - Hortelã - Limão - Semente de girassol germinada - Azeite - Sal - Picar o alho poró - Cortar a maçã em cubinhos +- do tamanho do alho poró - Picar um punhado de hortelã - Misturar - Espremer limão a gosto (espremi ½) - Temperar com sal e azeite