|
Colégio Nacional Quintino AGOSTO - Dia 17 das 10h as 12h
Relatórios de Gratidões Eu passarinho...Eu Socorrinho... Eu estava fazendo um trabalho na Região Centro-Oeste e viria para a primeira oficina de Massinha de Modelar, desse semestre, direto do aeroporto. Durante toda a viagem eu me animava com a idéia de ver e brincar com as crianças, sentir seu cheiro, ficar de mãos dadas, abraçar, brincar. O tempo passava depressa e eu temia não chegar a tempo de viver mais uma vez aquela experiência tão encantadora. Finalmente pude chegar à PUC. A oficina já ia avançada. Ana me avisou: “Corre lá! Seus filhos estão aí.” Saí correndo por entre as árvores e pude avistar as crianças, o Laza e o Marcio Breda. Meu coração acelerou e mergulhei bem dentro de uma roda formada por 31 crianças lindas, bem pequenas, alegres e cheias de vida. Laza me disse: “Está bem na hora do suco, eu vou pegar!” Enquanto me apresentava ao grupo eu podia observar o Marcio Breda fazendo massinha com algumas crianças que se encantavam pelo moedor e interagiam com ele na moagem da aveia. Pude observar o cuidado dele com as mãozinhas das crianças, seu carinho e atenção com todas. Comecei a conversar com as crianças sobre o suco, as sementes germinadas e as folhas verdes. Falei sobre ficar com “estrelinhas nos cabelos”, todos queriam as estrelinhas, embora algumas não quisessem o suco. Brinquei com elas pedindo para que levantassem as mãos para indicar quem queria as estrelinhas e quem beberia o suco. Elas se animaram.Avisei que ficaríamos inevitavelmente com a “linguona verde” e um “bigode” da mesma cor e que eu adorava ver as “linguonas”. O suco chegou, Laza trazia com cuidado e distribuía entre as crianças. Bebemos. Mostramos nossa “linguona” e exibimos nossos “bigodes” Apesar de algumas resistências, a maioria das crianças tomou o suco e alguns repetiram. Sugeri que balançássemos nossos cabelos para que as nossas estrelinhas se misturassem e ficamos assim balançando nossa cabeça trocando estrelinhas por alguns segundos. As professoras estavam integradas à atividade, algumas vezes se envolvendo tanto que não se davam conta de que algumas crianças estavam precisando de atenção. Após tomarmos o suco Laza propôs que fizéssemos uma nova roda. Expliquei que chamaríamos um elemento da natureza para nos fazer companhia e, que “esse amigo” que iria chegar, adorava estar entre as crianças e ouvir nossos desejos. Perguntei se algum deles poderia adivinhar quem iríamos chamar. Vendo Laza preparando a fogueira, alguns disseram logo: “O FOGO!” Pedro, um menino lindo que estava ao meu lado na roda perguntou: “O fogo é um ser humano?” Respondi: “Não. O fogo é um elemento da natureza assim como a água, o ar e a terra.” Pedro retrucou com seu jeitinho inocente: “Ah... Mas eu acho que ele é um ser humano!” Propus que cantássemos a música da fogueira. Cantamos várias vezes. Laza pediu às crianças que pegassem uma folha seca, apenas uma, para revelarmos nossos desejos ao fogo. Enquanto cantávamos a música o fogo finalmente pegou e as crianças começaram a fazer seus pedidos e a colocar as folhas. Laza ficou ao pé da fogueira cuidando para que as crianças não se machucassem, olhando, cuidando. Marcio Breda, girava ao nosso redor com a câmera fotográfica nas mãos registrando aquele momento tão mágico, silenciosamente, com cuidado e atenção, como se não quisesse deixar escapar nenhum segundo da magia que estava contida ali. Pude ver as estrelinhas no seu cabelo. Pedro, que estava ao meu lado, pediu ao fogo para voar. Me falou que adoraria se pudesse voar como um passarinho. Muitos fizeram o pedido silenciosamente. Eu pedi “amor e saúde” para todas as pessoas do mundo e coloquei a minha folha seca. Após alguns minutos o fogo começou a nos deixar, mas Laza o trouxe de volta com mais jornal e o nosso canto, e as crianças continuaram a fazer os seus pedidos. Desejos expressos, o fogo nos deixou. Laza foi buscar os docinhos. Pedro me falou: “Oba, eu adoro doces! É brigadeiro?” Eu disse: “Não, muito melhor, são almirantes!” Pedro retrucou: “Almirantes? Acho que não vou gostar!” Eu disse: “Experimenta que você vai adorar! São muito melhores e mais importantes no reino da natureza do que os brigadeiros”. Quando o docinho chegou ele cheirou, cheirou e nhaco, colocou na boca tudo de uma vez e fez uma carinha linda e marota, olhou pra mim e disse: “Que gostoso. Quero outro!”. Havia uma menininha linda ao lado de Pedro que ainda segurava seu docinho dizendo: “Não quero!” Olhei para ela com carinho e tentei fazê-la cheirar e compreender quais ingredientes haviam ali, mas ela se recusou fazendo uma cara feia ao cheirar. Lamentei que crianças tão pequenas já estivessem tão entorpecidas pelo cheiro do açúcar e do chocolate ao ponto de não tolerar o cheiro das frutas e da canela. Marcio Breda continuava registrando nossos momentos de troca e descoberta, enquanto Laza propôs uma brincadeira “muito legal” com as mãos, que todos aderiram, inclusive eu. A brincadeira consistia em algo que fazia nossas mãos se entrelaçarem e nossos dedos brincarem, primeiro uns com os outros, depois nossas mãos com as mãozinhas das crianças.Uma canção comandava os movimentos. A brincadeira envolvia mais do que isso, envolvia nosso corpo e movimentos que nos aproximavam cada vez mais. Adorei brincar disso! Ao final, Laza avisou que só sairíamos dali depois de nos abraçar fortemente. E aí foi aquele abraçar sem fim. Uma delícia sentir aqueles corpinhos quentes e irriquietos de encontro ao nosso, dizendo foi legal, gostei muito.Dei um abraço nas professoras. Perguntei a elas se gostaram da oficina. Disseram que sim, que adoraram. Saí dali com meu corpo e minha alma revigorados de uma semana de viagem e trabalho pesado. Com o coração cheio de esperança e alma em festa, leve como um passarinho, eu e Socorrinho.
Agradeço a Socorro e ao Marcio Bredariol por não poderem vir cedo para prepararmos as massinhas gerando em mim concentração para fazer todo o trabalho a tempo de preparar tudo antes da turma do Colégio Nacional. Agradeço a Inez por provar as massinhas quando estava em duvida sobre o sabor delas gerando em mim parceria. Agradeço a Ana Branco por montar as mesas quando as crianças chegaram e elas (as mesas) não estavam prontas. Gerou em mim apoio para poder realizar as começar a oficina. Também agradeço a Ana por cobrir as massinhas que estavam sob o sol enquanto estava descarregando a baleia. Gerou em mim convergência pois estava pensando em fazer isso. Agradeço as professoras Luiza e a outra (esqueci o nome) vieram se apresentar gerando em mim simpatia por elas. Agradeço as 31 uma crianças de uns 8-9 anos de idade por serem tão calmas, atentas e interessadas gerando em mim tranquilidade e envolvimento para realizar a oficina com elas. Agradeço ao Marcio Breda por chegar bem no momento em que falava das hortaliças e me ajudar lembrando o nome de todas. Gerou em mim admiração por ele ter tão familiarizado com o nome de cada uma delas. Agradeço a crianças como a Ana Giulia e o Bruno por mostrarem-se tao interessados nos brotos germinados, pedindo para provar brotos como o de soja ou repetir mais de uma vez o de amendoim. Gerou em mim satisfação e alegria. Agradeço ao Bernardo por vê-lo manuseando a couve-flor como se fosse uma bola gerando em mim graça por reparar como ele toma intimidade com esta hortaliça. Agradeço ao menino que segurou a minha mao quando estávamos na fila esperando os outros a terminarem de lavarem as mãos. Isto gerou em mim afeto. Agradeço ao Pedro por fazer cara feira para tudo que era apresentado (ate mesmo o cheiro de hortelã) mas insistir para moer a a veia no "mimoso" (nosso moedor), gerou em mim ver que o envolvimento de cada se da a sua maneira. Agradeço a pequena Larissa por não querer participar da oficina de nenhuma maneira gerando em mim querer ter mais tempo para para que pudesse me aproximar dela. Agradeço a Maria Helena por trazer o suco de luz ara que as crianças pudessem provar e a conseguir uma pessoa que me ajudasse a servir. Gerou em conforto e apoio. Agradeço a Marta por ajudar a colocar as amostras de suco nos copinhos gerando em mim apoio. Agradeço a Maria Socorro, por chegar no exato momento em que precisava de mais uma pessoa ou para servir o suco ou para explicar o que era o suco de luz. Gerou em mim parceria e convergência. Agradeço ao Marcio por s[fotografar os momentos da oficina gerando em mim apoio e tranquilidade. Agradeço a Larissa, aquela mesma que não quis participar de nada, por querer deixar sua folhinha seca na fogueira gerando em mim felicidade por sua participação. Agradeço ao Pedro que apesar de fazer cara de nojo para tudo saborear os nossos docinhos almirantes querendo repetir a dose quantas vezes pudesse gerando em mim satisfação por sua flexibilidade.
|
|
|||
|
|||||
e-mail: ana.branco@uol.com.br |
english version |