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UESME - Núcleo de Arte Prof. Albert Einstein

 

 

OUTUBRO

Dia 26  das 10h as 11:30h

Dia 26  das 11:30h as 13h

Dia 26  das 13h as 14:30h

 

Relatórios de Gratidões

 

Maratona da Alegria

(Socorro Calhau, 26/10/2006)

 

Cheguei ao galpão 6:50 horas. Meu coração estava acelerado, pois teríamos 90 crianças em três grupos de 30, fato que garantia a alegria, mas pedia mais atenção e cuidado para que tudo desse certo. As crianças que viriam hoje eram alunos do Núcleo de Arte Prof. Albert Einstein, uma escola do município, situada em de Jacarepaguá, Gardênia Azul. Germinei 2 quilos e pouco de aveia . Ainda não havia ninguém no galpão nessa hora. Forrei a mesa, acendi a vela. Rezei. Gesine chegou em seguida e arrumou as flores em ikebana e colocou ao lado da vela. Além da aveia eu trouxe alho, cebola, urucum em pó. Tínhamos guardado curcuma, açafrão. E urucum em semente, um pouco que sobrou de Cotia.

Enquanto aguardava a chegada de Laza fui moendo a aveia. Laza chegou em seguida. Eu já havia passado a aveia pelo moedor uma vez e estava começando a passar pela segunda vez. Vendo meu esforço com a aveia um pouco ressecada, após a primeira moagem, Laza se ofereceu para moer. Resolvemos umidecer um pouco a massa para facilitar o trânsito pela máquina que estava muito difícil. Ana chegou nessa hora, feliz feito passarinho, com a presença de tantas crianças. Laza comentou comigo que sua preocupação com a presença de 90 crianças não era pela possibilidade de realizarmos a oficina com a alegria de sempre, pois isso ele estava certo de que aconteceria, e estava feliz com a maratona. Sua preocupação era com a qualidade do nosso trabalho, já que nossa passagem pelas diversas atividades precisavam ser mais rápidas para possibilitar a todos a presença na oficina. Deixamos a alegria tomar conta de nós e nos entregamos ao preparo da oficina. Fiz a massinha amarela e fizemos juntos a laranja e a vermelha. Ficaram deliciosas!

Arrumamos a mesa. Laza arrumou o carinho. A roda de oração foi bonita. Sueli, Gesine, Inês Braconnot e Rosana haviam voltado. Chamei o anjo da Realidade. Laza chamou três anjos, também pudera, o dia justificava.

Subimos para arrumar a feirinha. Ana ajudou na montagem das mesas. Eu e Laza organizamos o espaço da oficina. As crianças do primeiro grupo chegaram dez e pouquinho. Todas alegres, suadas e cheias de energia. O dia estava muito quente. O sol estava a nossa volta carregando nossas baterias de energia e calor.

Este primeiro grupo era formado por 39 crianças, segundo a professora, um erro de divisão, já que havíamos combinado dividi-los em três grupos de 30 crianças. A professora falou que trouxeram 84 crianças ao todo. Fui logo me apresentando e apresentando o Laza para eles. Eles também se apresentaram. Havia com eles um professor e uma professora acompanhando o grupo. Não me lembro dos nomes, pois estava muito emocionada e não me detive aos nomes. Encaminhei as crianças para a barraca do Tuíca. Chegando lá Laza propôs que dividíssemos o grupo. Enquanto eu ficava nas verduras ele ficava com as crianças na barraca das sementes e depois trocaríamos. Conversando com as crianças fiquei sabendo, por eles, que muitos eram alunos das Turmas de Progressão. As Turmas de Progressão são classes formadas por alunos que se encontram em processo de alfabetização, um pouco fora da chamada “idade apropriada”. Essas turmas têm por objetivo corrigir a defasagem idade/série. Tratavam-se de crianças risonhas, alegres, comunicativas, enfim, um céu, uma alegria.

Falei sobre os vegetais. Perguntei a eles se sabiam o que tinham vindo fazer aqui na feirinha e todos responderam certinho. Estavam preparados para viver a oficina e motivados para a atividade. Falei sobre o alimento vivo, a saúde, a alegria e a vida. Eu e Laza nos entreolhávamos de longe para saber a hora de trocarmos de atividade sem atropelos. Na hora certa trocamos; Laza veio para as hortaliças e eu fui para as sementes. Maria Helena ficou por perto, participando, falou sobre o vôo dos pássaros, com papos cheios de sementes, na travessia dos oceanos, espertíssimos e felizes. Falei sobre ter estrelas nos cabelos. As crianças acharam graça. Eram crianças maiores que não ousam, de primeira , embarcar na fantasia. Expliquei o processo de germinação. A professora disse que iriam fazer isso na sala de aula

Fomos todos juntos para as mesinhas brincar com a massinha. Sobraram nove crianças em pé, que se sentaram no gelo baiano ao lado da mesa, com as pranchetas nas mãos, pois preparamos apenas 30 lugares. Apesar do intenso calor, e do sol grande que batia nas mesas, as crianças estavam alegres e adoraram a massinha. Muitos comeram e gostaram. Modelaram, coisas muito bonitas como, casas, flores, bonecos, paisagens, enfim, fizeram muitas coisas. Hoje não houve demonstração da moagem da aveia por causa do tempo menor em que iríamos atuar com as crianças.

Terminado essa atividade, fomos para a barraca do suco. Rosana serviu as crianças que observavam atentas a Lurdinha fazendo o suco. Cantamos “tembiuporã”, brindamos. A maioria das crianças tomou e gostou. Voltamos para o espaço de cima onde fizemos a roda para a fogueira. Laza, como sempre, preparou tudo, distribuiu as folhas secas e acendeu o fogo. Ana entrou na roda com seu sorriso azul. Eu e Laza fizemos nossos pedidos. Ele pediu que as crianças voltassem sempre. Eu pedi amor para todas as crianças. Uma a uma, as crianças foram colocando suas folhas na fogueira. Distribuímos os docinhos, todos gostaram. Laza ensinou a palma ritmada para encerrarmos a oficina. As crianças e os professores fizeram direitinho: um, dois, três, um dois, três, um dois, três, um dois, três, um dois, três, um. No final aquele aplauso lindo. Avisei que estávamos aceitando abraços. As crianças se penduraram no meu pescoço. Por último, um menino lindo, que estava de mãos dadas com o professor, me deu um beijo no rosto que demorou mais de um minuto. Uma graça de carinho, que derreteu meu coração. O nome dele: Saulo. Fiquei emocionadíssima!

Eu e Laza começamos a preparar tudo para a segunda leva de crianças. Arrumamos as mesas, aventais e massinha, bancos e placas. Esperamos uns dez minutos e o segundo grupo chegou. Nesse grupo devia haver entre 25 e 30 crianças. Não contei. Me apresentei, apresentei o Laza e fomos para a barraca da Tuíca. Nessa etapa encontramos as hortaliças bastante sentidas pelo intenso calor que fazia. Tínhamos também menos hortaliças, pois muitas já haviam sido vendidas. Conversei com o novo grupo sobre nossa proposta alimentar, sobre comida viva, enfim, com as crianças maiores esses explicações surtem bastante efeito, pois já compreendem bastante bem o processo alimentar como importantíssimo na manutenção da saúde. As crianças conheciam muitas hortaliças pelo nome. Estranharam apenas o nabo, o rabanete, o aipo e o alho poro.

Quando acabei de falar nos encaminhamos para barraca das sementes. Falei sobre a germinação, provaram as sementes e adoraram o trigo. O amendoim quase acabou no primeiro grupo, por isso, apenas duas crianças provaram-no, deixando ainda quatro grãos para o terceiro grupo. Tocaram as sementes, sentindo a textura, observando o cor e o aroma.

Fomos dali direto para as mesas com a massinha. Eu e Laza distribuímos a massa e ele explicou o processo de produção da massinha, e mostrou os ingredientes responsáveis pelos sabores e cores. As crianças estavam animadas e calorentas. O sol já ia ao meio, quentíssimo. Provaram a massinha, modelaram, trocaram , brincaram muito.

Fomos para o suco provar a clorofila. Cantamos “tembiuporã” e Inês Braconnot nos serviu. Brindamos. As crianças adoraram o sabor e dali voltamos para o espaço de cima para a fogueira e os docinhos. Laza ocupou-se da fogueira. Cantamos a música da fogueira. As crianças fizeram seus pedidos. Distribuímos os doces e Laza propôs as palmas ritmadas para encerrarmos. Foi muito bonito! Nos abraçamos e nos despedimos desejando um novo encontro.

Eu e Laza voltamos correndo para preparar a oficina para o próximo grupo. Em dez ou quinze minutos, o terceiro grupo chegou. Desta vez havia umas vinte e cinco crianças. Me apresentei e apresentei o Laza a eles. Para minha surpresa, a professora, grávida, era Lenilce, minha ex-aluna na PUC, do Curso de Pedagogia, minha ex-estagiária no NEAd. Não nos víamos há muito tempo e eu estava com saudades dela.

Nos encaminhamos para a barraca do Tuíca onde as verduras já eram escassas e bastante sentidas pelo sol forte. Falei sobre a nossa proposta, o objetivo da feirinha e sobre o alimento vivo. As crianças ouviram com atenção. Ao final eu estava com a voz bastante rouca e, por isso Laza os encaminhou para a barraca das sementes e fez a atividade sozinho com eles. Fiquei no entorno fotografando com a sua máquina, que nunca sei usar muito bem. Nesse momento quatro jovens vestidos de forma inusitada se encaminham e interrompem a atividade para avisar que haverá “agora” no pilotis” uma apresentação de  teatro que dura sete minutos: O Casamento da Barbie. Eu e Laza ficamos atônitos, as crianças desconcentraram-se e diziam que queriam ir para o teatro, Lenilce os desestimulava que e Laza ríamos do que ele chamou de “agentes de dispersão” que eram vários, mas como aqueles , nenhum. Logo, logo, as crianças se voltaram para Laza que terminou a  atividade e nos  encaminhamos para as mesinhas para brincar com a massinha.

O sol estava bem forte, o calor era grande, mesmo assim, as crianças brincaram alegres e modelaram diversas figuras. Eu fotografei algumas. Explicamos a composição da massinha, provamos com eles, muitos acharam a massinha muito gostosa. Ao final, nos encaminha mos para a barraca do suco. Apresentei Lurdinha ao grupo. Eles já haviam servido o suco nos copinhos. Distribuímos e pedimos que esperassem para tomarmos juntos e brindarmos. Fizemos um brinde e tomamos o suco. A maioria gostou muito, alguns repetiram.

Quando nos encaminhávamos para o espaço de cima para a fogueira, a coordenadora avisou que não haveria mais tempo. Precisavam partir. Fizemos uma roda, rapidamente, e distribuímos os docinhos. Laza fez a despedida com as palmas ritmadas. Falei que estava aceitando abraços. As crianças nos abraçaram. Lamentamos não fazer a fogueira. Já eram quase duas horas, estávamos felizes de termos dado conta dessa maratona tão incrível, eu e Laza. Foi maravilhoso.

 

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