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Feira do Produtor em Londrina PR
Publicações
A energia
que brota dos alimentos vivos
Adeptos dos crus acreditam que o alimento tem mais energia e beneficia saúde
Pode parecer estranho em um mundo de tanta tecnologia falar de pessoas que
têm uma dieta que remete aos primórdios do ser humano - baseada apenas nos
alimentos crus. Mas é justamente o contrário: a tecnologia é usada a favor
dessa escolha dietética, no preparo dos alimentos e para explicar os
benefícios que ela traz à saúde.
Na eletrônica, o
chip é um dispositivo de dimensões extremamente reduzidas com componentes
capazes de desempenhar muitas funções. Esse conceito foi usado para explicar
o poder dos alimentos crus - chamados ''vivos''- no organismo humano,
nascendo daí a denominação biochip.
A concepção é da
professora Ana Branco, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de
Janeiro, que criou o projeto chamado ''A convivência com o BioChip - grupo
aberto de estudo, pesquisa e desenho com modelos vivos''. Em Londrina, um
grupo divulga, na Feira do Produtor, os benefícios dos alimentos vivos. A
denominação biochip, segundo a professora, se aplica especialmente aos
alimentos germinados, que contém ''o máximo da sua energia''.
Neide Sampaio, uma
das integrantes do grupo de Londrina, que há quatro anos só faz uso de
alimentos crus e germinados, explica que todo alimento cru tem mais
potencial nutritivo. ''Tudo que está cru, está vivo e tem energia. No grão
germinado a nutrição é potencializada'', afirma Neide.
A explicação é que, se
plantado, o grão tem toda a informação de como lidar com o sol, a terra e as
formigas, para que possa florescer. Germinado, o grão é como um chip,
pequeno, mas com inúmeras informações e capacidade de desempenhar várias
funções. ''No nosso organismo, ele é capaz de suprir o que está em falta'',
explica Neide.
Uma das formas de se consumir o
grão germinado, e ficar ''on-line'' com a natureza, é com o suco da luz do
sol (confira receita), que tem esse nome porque os grãos são germinados em
local iluminado. ''No primeiro dia você já sente a diferença no corpo e
começa a entrar em sintonia com a natureza'', ressalta Ana Branco.
Junto com os grãos germinados,
que podem ser qualquer semente comestível, como girassol, aveia, trigo,
linhaça, gergelim, são batidos pepino, maçã, folhas verdes comestíveis,
legumes e raízes. ''As pessoas reclamam que não tem ânimo para fazer nada, e
é porque o veneno (dos agrotóxicos) deixa a gente triste, a comida ácida
(industrializada) causa doenças. Com o suco (da luz do sol) as pessoas vêm
relatar que ficam mais alegres, de melhor humor'', atesta Neide.
No site do projeto (wwwusers.rdc.puc-rio.br/anabranc)
é impressionante constatar a variedade de pratos possíveis de se fazer com
alimentos crus. Não apenas saladas, como se imagina, mas tortas, massas,
molhos, e até doces (veja quadro). Tudo feito com ingredientes processados,
triturados, cortados em finos pedaços, fermentados, marinados, liquefeitos
ou aquecidos com o esfregar das mãos. E, claro, com alimentos frescos e
orgânicos.
Exemplos são massas
feitas com farinha de aveia germinada e farinha de aipim, ou ainda abobrinha
e beringela ''cozidas'' com o calor da mão. Além dos brotos, as receitas têm
entre os ingredientes principais beterraba, alho, cebola, gengibre,
pimentão, repolho, e nos doces, amêndoas, maçãs, ameixas, passas e damasco.
Delícias para os olhos e para o paladar.
Chiara Papali. |
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Marcos Zanutto
Neide Sampaio faz parte do grupo
que há quatro anos só consome alimentos crus e germinados: ‘‘No grão
germinado a nutrição é potencializada’’
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