Laboratório Laboratório Itinerante de Pesquisa do Aprendizado com Modelos Vivos
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IV Congresso Internacional de Agroecologia

I Congresso Brasileiro de Agroecologia

Apresentação da Pesquisa Biochip em Porto Alegre

 

Gratidões

        Nereida Daudt

 

dia 18/11/03

 

Agradeço Ana Branco ter ficado lá no Rio tão feliz quando lhe disse que poderia vir aqui pra Porto Alegre. Agradeço todo esse movimento que ela gerou e que me permitiu avaliar minha firmeza neste caminho.

Agradeço sua chegada feliz no aeroporto. Agradeço sua alma de poeta e o que escreveu sobre a crise de percepção e a ilusão das aparências.

Agradeço por ela ser quem ela é: firme, determinada, resoluta e confiante. A ponto de hoje pela manhã já ter partido no ônibus coletivo, quando fomos até os capuchinhos apanhá-la.

Agradeço por ela dizer que o mais importante somos nós três.

Agradeço ao Geraldo por ele ter chegado também trazendo alegria. Por ter dito que o mais importante é o agora. Por ele ser tão silencioso que nem percebo sua presença na casa. Agradeço o mantra Om Namah Shivaya e a melodia que ele irradia pela manhã. Agradeço por ele ser um amante da meditação, um praticante disciplinado que renova o ambiente com sua alegria.

Agradeço a harmonia suave que ele transmite em momentos limites, na montagem das barracas e mesinhas e no fazer das comidinhas em casa depois das apresentações. Agradeço sua compreensão com minhas exigências “descabidas”.

Agradeço a Porto Alegre e a essas raízes familiares que sinto em cada esquina. Com amor,

Nereida.

 

dia 19/11/03

 

Agradeço Ana Branco a oportunidade preciosa de ter assistido sua palestra hoje pela manhã. O encantamento que ela despertou nessa platéia de 1500 pessoas me fez chorar porque estava assistindo a verdade ser assimilada por  mulheres, velhos, jovens, agricultores, agrônomos, estudantes; um mar de gente quieta e atenta que ouvia boquiaberta, em silêncio, a  fala de Ana sobre o valor das sementes, da vida e do amor.

O dia de hoje foi muito forte, as trocas foram intensas. Agradeço ao estudante do interior do Paraná que veio falar conosco no carro. Ele disse: “Escutei a Verdade que sempre quis ouvir, usando essas sementes vou receber suas informações, vou interagir com a terra, obrigado por vocês existirem”.  Foram tantas as palavras de estímulo que ouvimos hoje graças ao brilho da exposição da Ana que estou em estado de graça: sem ser nada, sem querer nada, sem precisar de nada, em plenitude, vibrando e pulsando em ritmo de gratidão.

A maneira precisa com que Ana explicou para aquelas pessoas a Verdade do alimento vivo, sua fala sobre São Francisco, fez praticamente o auditório todo ir atrás do Suco da Luz do Sol. Mesmo com ameaça de chuva a barraca foi cercada por muitas, muitas levas de pessoas. Agradeço a todas que estiveram ali com seus corações abertos para assimilar essa nova possibilidade de viver em harmonia consigo e com a mãe terra.

Agradeço ao Geraldo sua rapidez e prontidão. Seu espírito amoroso e solícito fez com que nosso desempenho fosse de amor, o amor que fala Maturana: aceitação do outro na convivência.Agradeço Geraldo ter mencionado no carro a importância da positividade, onde o conflito rola e gera crescimento. Meu Deus, como estamos apreendendo sobre entrosamento humano aqui nesta estada em Porto Alegre. Isso acontece direto durante as comidinhas que fazemos juntos, os sucos que extraímos em público e também nos desmonta e monta do material que carregamos. Caramba! Como esses dois: Ana e Geraldo carregam e montam rápido nossas barraquinhas.

 Com muito, muito amor,

Nereida  

 

dia 20/11/03

Tri legal! Agradeço com todo meu coração estar aqui na valorosa Porto Alegre.

Três almas em harmonia. Ana, Geraldo e Nereida. Que tanta alegria, quanta risada!!! Agradeço Ana ter me telefonado às 3 da matina para saber das Sementes.

Agradeço ao Geraldo ter tocado na porta do quarto às 5 da matina e agradeço ao amor que nos conduz e envolve nas pequenas ações que fazemos juntos.

Que felicidade estar com pessoas tão afinadas que atraem outras pessoas que também se afinam numa sinfonia de luz , cooperação e aprendizado.  Aprendi, por exemplo, como fazer um almoço delicioso mesmo depois de passar a manhã inteira doando suco. Agradeço a vitalidade da Ana que espremeu suco toda manhã sozinha e ainda por cima não parou de dar aula a uma centena de pessoas que rodeavam sem cessar nossa barraquinha nesta manhã.   

Agradeço ao Geraldo seu entrosamento com as pessoas que perguntam de tudo sobre o caminho do vivo. Agradeço sua boa vontade no trato com os humanos, aprendo muito com você Geraldo, sua maneira interessada e gentil informando sobre o germinar, o combinar das frutas e contando suas experiências de comer o alimento vivo e ter perdido peso. “Onde está minha bunda?” disse ele com a mão no traseiro  para a galera que às gargalhadas ouvia atentamente suas histórias lá na escadinha do lado de fora da PUC/POA.

Agradeço a Ângela da Coolméia seu coração puro, sua simplicidade ao atestar que este é o caminho que quer trilhar com sua filha. Durante a oficina de desenho com frutas no Jardim Botânico,  ela disse que a Ana é tão famosa quanto a Xuxa. Só que Xuxa leva os fãs à morte e Ana à vida!

Com amor,

Nereida  

 

dia 21/11/03

Agradeço Ana Branco sua felicidade pela manhã relatando seu compartilhar de Biochip com o frei capuchinho e suas identificações com São Francisco.

Agradeço sua alegria na PUC logo depois contando sobre a conversa de transgênia com a bióloga da Emater.

Agradeço sua maneira amorosa de não levar a sério quando lhe disse que havia falado merda e com isso chamado merda, porque pintou um guarda (pequena autoridade) na parada, pedindo para gente retirar o carro logo em seguida dela me dizer: “Desliga esse som chato aí Nereida”.

Agradeço Ana Branco ter montado hoje e também todos os dias do Congresso a barraquinha de bambú do Suco da Luz do Sol.

Agradeço sua disposição incansável de fazer o Suco todos os dias ao mesmo tempo em que dá aula de Biochip.

Agradeço a oportunidade de participar de um movimento que acontece no agora de forma coletiva e me transforma pela graça da professora que hoje me ajudou a desatar os nós dos enganos que me prendem.

Ana a visualização de luz nas pessoas da família já fez efeito. Agradeço às pessoas interessadas na nossa atividade que cercaram durante toda a manhã nossa barraquinha.

Agradeço o capim limão em minha homenagem no suco, agradeço o almoço de reis e rainhas que Ana ofertou depois de uma manhã toda na barraquinha. Agradeço ainda a torta de frutas e o visual amoroso do desenho.

Agradeço ao Geraldo sua habilidade com todo o transporte dos materiais.

Agradeço ontem ele ter lavado tudo na cozinha quando voltei bem tarde e encontrei (que felicidade!) a cozinha flamante. Agradeço sua gentileza nata com as pessoas e sua alegria manifesta em gargalhadas  bem altas, durante nossas traquinagens por essa primavera em Porto Alegre.  

 

dia 22/11/03

Agradeço este último dia de apresentações em Porto Alegre. Agradeço a chave de ouro com a qual fechamos nossos trabalhos por aqui, fazendo inclusive com que Geraldo e eu tivéssemos um conflito construtivo que resultou no mais doce de todos os sucos da temporada: o suco da Luz do Sol que ofertamos às pessoas que se apertavam no auditório lotado da Coolméia para assistir a palestra de Ana Branco. Agradeço a Ana ter sido tão inspirada a ponto de responder uma pergunta sobre o uso ou não da erva mate, dizendo que quando foi a Bagé usou as folhas desse arbusto para poder falar de Biochip com a gauchada.

Agradeço ao Geraldo sua paciência comigo quando perdi a minha com ele no início desse trabalho na Coolméia. Estávamos fazendo o suco para a platéia da Ana num local bastante destoante: uma fábrica de pão!

Agradeço que minhas desconfianças sobre um possível boicote de certas pessoas com nosso trabalho tenham se dissipado no andar da carruagem. À medida que o Suco foi se corporificando o astral desembaçou e o final foi lindo: caixas e caixas de morangos doces orgânicos, amoras, abraços,  papos, trocas e combinações de novos encontros.

Agradeço Ana Branco e Geraldo, estas duas criaturas de Deus generosas e amorosas que coloriram minha vida nesse caminhar em grupo, fazendo de graça, doando graça, rindo à beça, cantando, perdoando e amando de MONTÃO!!!

Agradeço a Ana ter feito um prato supimpa no almoço: "ovo cozido" feito com aipim e curcuma liquidificados com aquecido de aveia e batata cozida. Isso me lembrou minha vó Lolóta e seus pratos cobertos de gemas de ovos cozidos partidinhos.

Com muito amor,

Nereida

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