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Projetos em Design desenvolvidos com a comunidade, baseados na
fartura e riqueza ambientais e no reconhecimento do corpo e das relações sociais
como ecossistemas locais. Depto de Artes e Design - PUC Rio
Construímos e utilizamos para as
aulas/encontros um espaço que é capaz de receber o entusiasmo ( enthousiasmo
- Deus dentro ) dos alunos quando ele aciona seu motor afetivo - Laboratório
de Pesquisa do Aprendizado com Modelos Vivos -BARRACA - Sala de aula entre
duas jaqueiras. Esse abrígo-objeto está em
experimentação no campus da PUC, acolhendo uma ideia, um modo de fazer,
favorecendo no mundo físico a vivência de ações e reflexões relacionadas com
a alegria de fazer dos alunos em projetos de Desenho de Produto e Comunicação
Visual, desenvolvidos com a comunidade, baseados na fartura e riqueza
ambientais, onde o corpo e as relações sociais são reconhecidos como partes
dos ecossistemas locais. A forma do abrigo-objeto se
propõe a favorecer a "escuta" dos desejos do entorno, que acontece
quando escutamos nossos próprios desejos ( Guatarri). Através das paredes
permeáveis ao ambiente (treliça de ipê) escutamos o caminho do sol durante
todo o dia, escutamos a chuva, a oficina mecânica, o vento, o frio, o jogo de
futebol, a água descendo as pedras do rio Rainha, o recreio dos Terezianos,
os micos. O mundo está todo aqui à nossa volta, oferecendo no presente os
exemplos para as conversas. Pode-se estar ao mesmo tempo dentro e fora da
sala-de-aula. Na metodologia proposta, os
alunos saem do ambiente da Universidade para buscar grupos em atividade e
então escolher com qual deles será feito o projeto. Deve ser a busca de um
encontro, onde começa o exercício da intuição. Não deve ser uma seleção
racional, o aluno deve buscar uma situação que esteja lhe querendo e ser
capaz de perceber isso é o início do exercício da atenção e da flexibilidade. O grupo escolhido deve estar em
plena atividade e aceitar trabalho voluntário para que o aluno possa oferecer
seu semestre através de encontros frequentes onde, em uma observação
participativa, o aluno exercite o seu olhar de aprendiz, aprendendo a
escutar, aprendendo a fazer um trabalho mantendo a curiosidade e se
envolvendo com as pessoas, atividades e questões do grupo até identificar seu
intercessor no projeto. Em sala-de-aula, a comunicação
dos processos de desenvolvimento são acompanhadas por desenhos e relatos
orais e escritos das situações vividas pelo aluno com o grupo. Esses
desenhos, onde os alunos se incluem, vão ampliando a complexidade a cada dia
a medida em que seus olhares vão se aprofundando e percebendo novos detalhes.
As falas escutadas e as ações observadas relacionadas com as situações
vividas e desejadas pelo intercessor em atividade vão constituir uma lista de
palavras que chamamos de "Universo Vocabular"(Paulo Freire). Essa lista é copiada, palavra
por palavra, em papéis separados, formando uma espécie de baralho, podendo
variar de cem a duzentas palavras. Essas "cartas" são oferecidas de
volta ao intercessor com a indicação de que deve arrumá-las. Começam, então,
a aparecer preferências, dúvidas, intenções e descobertas . Quando o
intercessor arruma as palavras o aluno redimensiona a significação delas e se
aproxima um pouco mais do universo que está convivendo. Interpretando essa
organização, o aluno ousa identificar possíveis objetivos daquele grupo com
quem está desenvolvendo projeto. Todos os alunos são convidados a participar
e tentar reconhecer a intenção contida em cada universo vocabular. São
formadas diversas possibilidades, frases, para cada "jogo" de
palavras. Essas frases são reencaminhadas para o intercessores , que pensando
e refletindo sobre seus fazer, define seu objetivo em conjunto com o aluno. Iniciamos então o processo de
dar forma no mundo físico para o conceito identificado. Então, organiza-se
classifíca-se as iniciativas existentes no grupo relacionadas com o objetivo
definido. Depois o aluno mostra-se ao grupo acrescentando iniciativas, vários
experimentos são feitos, tentando dar visibilidade , tridimensionalidade ao
conceito reconhecido como OBJETIVO. Agora os materiais são utilizados pelo
intercessor do mesmo modo como no jogo de palavras, ele vai organizando as
iniciativas do aluno, fazendo eles descobrirem coletivamente a forma, o
material , as medidas ,as cores conduzindo o desenho do objeto. O objeto é o resultado, portanto
de uma co-autoría, uma parceria para o bem comum. O intercessor recebe o
objeto já experimentado ,numa cerimónia de entrega e vai utilizá-lo em suas
atividades enquanto atender às suas intenções. O fato de ter acompanhado e
participado de todas as etapas de criação da forma ,favorece que ele se
aproprie do modo de fazer e seja capaz de dar continuidade ao processo
fazendo a manutenção ou mesmo alterando o objeto em função de novas
descobertas. |
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Cronograma Projeto Planejamento 2012.2 Projetos dos Alunos
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