Publicar para avaliar, corrigir e melhorar







Equipe:
Isabela Machado
_lol@hotmail.com

Marcela Rodrigues
marcela.arodrig@gmail.com

Grupo social:

Fabiana Marcellus fabiana_marcellus@yahoo.com.br
Escola Municipal Desembargador Oscar Tenório
Rua Professor Manuel Ferreira, 141, Gávea,Rio de Janeiro – RJ CEP:2245

Fizemos o projeto na escola Desembargador Oscar Tenório com a professora de matemática, português e ciências do quinto ano Fabiana Marcellus. Durante o processo, observamos algumas aulas dadas por Fabiana afim de conhecermos melhor sua metodologia e seu universo vocabular.Fabiana conduz sua aula com o Maximo de descontração possível e busca sempre a participação dos alunos em suas aulas. Enquanto os alunos fazem atividades propostas nas apostilas ou no quadro, Fabiana circula pela sala, tirando duvidas e corrigindo os alunos. Em vez de dizer que seus trabalhos estão errado, Fabiana diz aos alunos que estão bons bom, só faltam alguns detalhes para poderem melhorar, respeitando o conhecimento de cada um e tentando acrescentá-lo em vez de mudá-lo.A partir do conjunto de palavras que compõe o universo vocabular de Fabiana, reconhecemos como tema para o projeto: “Escrever respeito e concordar com o saber, sempre avaliando, corrigindo e melhorando”. A partir de objetos propostos e do uso que Fabiana fazia deles, chegamos ao conceito de que deveríamos produzir suportes para que os alunos pudessem publicar suas produções, avalia-las, sugerir correções e melhora-las. O resultado de diversos estudos e experimentações foram placas de mdf com alças e moldura de elástico para que os alunos pudessem facilmente colocar suas publicações. As placas se juntam e podem formar sanfonas, totens ou varais, para que todos possam ver o resultado do conjunto das publicações da turma.

Conclusão Isabela:
O projeto 1002 foi uma experiência incrível tanto pelas pessoas que conheci quanto pelo conhecimento de mim mesma. Mais uma vez me apaixonei por essa forma de design pela qual eu me já me encantara no projeto 1001. Trabalhar em uma escola municipal foi algo extremamente novo para mim e mudou completamente minha percepção do que é o ensino público. Antes, quando eu pensava nas escolas municipais, as via com enorme preconceito, com o estereótipo de um local caótico, desestruturado, e, nas primeiras vezes que fui visitar as escolas, ainda a procura de uma parceira, fui com receio, pois, mineira nascida em cidade pequena, eu estava cheia de estereótipos do não só das escolas mas também do Rio: das favelas, mostradas com caos e violência na televisão. Chega a ser difícil expressar o quão errada eu estive, e, principalmente admitir a mim mesma que tinha tais preconceitos.

Conhecer Fabiana será algo que levarei para o resto da vida, me lembrando sempre de sua alegria, seu cantar em sala de aula, das risadas que ela dava em situações onde ela poderia estar se estressando, brigando com os alunos. Sua forma de ver o mundo me encantou do primeiro encontro à experimentação final, além de sua garra: não é fácil tentar ensinar polígonos a alunos que não se lembram direito o que é um retângulo. As crianças também me encantaram e me marcaram muito pelo seu carinho, sua atenção, sua curiosidade e vontade de aprender. O trabalho desenvolvido ao longo do período foi desafiador, abundante, e, muitas vezes, exaustivo. Estar na barraca, porém, facilitou grande parte do processo, primeiro por estar entre as árvores, respirando e pensando muito melhor do que em uma sala de concreto. Muitas vezes, durante o processo, ficamos para trás do cronograma, pois Fabiana gostava de experimentar com calma, pensando bem no uso dos experimentos, e isso foi difícil, angustiante para mim, no início. Com o tempo, porém, fui aprendendo que a ansiedade pelas etapas que estavam por vir não levava a nada, e passei a trabalhar com o tempo que me era dado, aprendendo que cada projeto tinha seu próprio ritmo e o importante era não parar de trabalhar, de produzir.

Concluir um trabalho é sempre compensador, mas concluir o trabalho desse projeto foi mais que isso, foi engrandecedor e emocionante. Porque esse não foi um trabalho “meu”, foi um trabalho de uma grande equipe, uma rede de pessoas - eu, Marcela, Ana, Vicente, Fabiana, os colegas da barraca, as crianças, Lu, Socorro, Mari, Israel, Thai, os laboratoristas de moda e de volume – e é por isso que é tão incrível: não é um trabalho egoísta, pelo contrário, engloba todo o contexto e todas as pessoas a sua volta. Os aprendizados foram inúmeros nesse semestre. Duas falas que me marcaram muito, ditas pela Ana, foram que “sucesso” vem de “sucessão”, de fazer uma coisa, depois outra, e seguir fazendo; e que é preciso guardar todas as “bobajadas” que a gente faz antes de chegar a uma solução boa, para não pensarmos que somos geniais. De fato, foi preciso fazer, experimentar, tentar, falhar para chegar a um resultado simples e muito mais funcional que nossas primeiras ideias super elaboradas e cheias de rodeios. E não há trabalho “genial”, não há bom resultado sem muitos tropeços pelo caminho.

Agradeço a Fabiana por ter recebido a mim e a Marcela mesmo já tendo concordado em receber também Nina e Henrique. Depois de receber muitos “nãos” de outros professores, aprendi que existem pessoas que simplesmente não querem conhecer além do que já sabem, mas existem outras – como Fabiana – que querem sempre saber mais, conhecer mais, e estão de portas e coração abertos para receber um pouco dos outros e doar um pouco de si mesmos.

Agradeço a Marcela pela parceria, pela troca de ideias, pela cumplicidade ao longo de todo o processo. Aprendi que trabalhar em dupla é muito proveitoso quando há diálogo e sincronia: o trabalho, quando dividido, fica mais fácil e os problemas e desafios, quando compartilhados, ficam menores.

Conclusão Marcela: A disciplina de Projeto 2 significou um aprendizado muito além de ensinamentos para a vida profissional. A prática da gratidão me fez ver o quanto aprendemos diariamente sem sequer perceber, e o quanto temos a agradecer por pequenos gestos. A experiência de fazer projeto em uma escola pública foi surpreendente, ela que, costumeiramente, é evitada por pessoas que buscam uma educação de qualidade, gera um conhecimento muito mais abrangente que o vivenciado nos muros de uma escola particular. Trabalhar para acrescentar àquele ambiente e, de certa forma, otimizar o trabalho realizado pelo professor é gratificante.

Acima de tudo, aprendi a aprender com meus erros, transformar eles em garra e não em obstáculo, perceber o valor de tentar inúmeras vezes, pois quanto mais se explora, mais se conhece, mais se aprende. O simples não é fácil, mas o complicado é óbvio, por esse motivo, nunca se deve parar na primeira solução, ela, sem dúvida alguma, pode ser melhor, pode ser mais fácil. Buscar alternativas ecologicamente corretas, evitar o desperdício, também foram princípios que aprendi a prezar com mais afinco.

O ambiente da barraca nos proporcionou um contato mais próximo, tanto entre nós, quanto com a natureza. A troca de conhecimento é otimizada por essa organização, troquei ideias, observei o projeto dos colegas, aprendi com eles e com as discussões acerca, com os conselhos dos professores, com a ajuda dos monitores. Juntos, nos empulcionamos sempre em frente, não apenas entre duplas, mas entre todos aqueles que vivenciaram esse projeto e sugaram dele o máximo que conseguiram.

Agradeço à Fabiana pela experiência maravilhosa de ter feito esse projeto com ela. Por todas as conversas que me acrescentaram bastante sobre a realidade da escola pública, por ser apaixonada pelo o que ela faz e isso resultar em um trabalho brilhante em sala, um trabalho que valoriza o aluno, que o respeita em seu tempo e a sua visão de mundo e, ao mesmo tempo, o estimula a sempre buscar o melhor de si. Meu maior aprendizado com ela foi que a paixão é o que nos move e nos faz ser melhor.  

Agradeço à Isabela por ter sido uma incansável dupla de trabalho, por ter dividido comigo todas as etapas do processo, por todo o compartilhamento de conhecimento, de dúvidas, pela confiança que depositou em mim ao aceitar fazer esse projeto comigo e, acima de tudo, por ter sido uma verdadeira amiga, além de apenas dupla.

 

Avaliação completa do Intercessor
Gostaria de agradecer por fazer parte desse projeto que muito contribuiu para o enriquecimento do meu fazer pedagógico. O processo de construção do projeto ocorreu de forma bem tranquila. O protótipo final contemplou uma das etapas essenciais da prática educativa, que é ter um olhar crítico sobre a sua produção para melhorar o que for necessário, bem como dar sentido comunicativo a escrita. Muito obrigada. Fabiana

Disciplina: DSG 1002
Turma: 1AC
Professores: Ana Branco, Luis Vicente, Luciana Grether, Maria do Socorro Calhau

e-mail: ana.branco@rdc.puc-rio.br

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