Origami de revelar palavra




Equipe:
Olívia Rodrigues Pedroni
Olivia.pedroni@gmail.com

Grupo social:
Telma Feriguetti
telmaferiguetti@gmail.com

CIEP Agostinho Neto
Rua Visconde Silva, s/n, Humaitá. Rio de Janeiro- RJ


Resumo:

Desde que entrei no curso de design da PUC fui sendo encaminhada para realizar meu projeto dois na barraca. Todas as minhas expectativas foram superadas ao longo do semestre. Não poderia nunca dizer que não foi um desafio e que encontrei algumas dificuldades no caminho, mas esses só serviram para me fazer crescer e para fazer meu projeto ainda melhor. A disciplina de projeto lecionada na barraca pelos professores Ana e Vicente, consiste em acompanhar uma professora da rede pública de ensino durante um semestre e em parceria com ela desenvolver um objeto de apoio para a sua aula. Comecei a busca pelo parceiro com o Pedro, minha dupla naquele momento. Durante o projeto, acabamos nos separando e seguindo nossos caminhos separados. Depois de assistir a aula de quatro professoras optamos por dar continuidade ao projeto com a professora Telma. Ela dá aulas de português, matemática, história e geografia. Sua turma possui 27 alunos, sendo dois deles portadores de necessidades especiais. A aula acontece com base nas apostilas cedidas pelo Estado e com materiais de apoio que ajudam os alunos a entenderem e revelarem o abstrato das matérias, como notícias de jornal e atividades de desenho, corte e colagem. A partir do conjunto de palavras que compõe o universo vocabular de Telma reconhecemos como tema para o projeto: “Revelar o abstrato interagindo e transformando o universo” . Após as experimentações iniciais, decidimos que trabalharíamos com classes gramaticais, para ajudar os alunos a entenderem o que é cada uma delas e como usa-las na produção textual. Depois de testes de tamanho e forma chegamos à um origami de dez faces feito de papel revestido com tecido. Em suas dobras foram costurados pedaços de carpete, onde ficam presas palavras dobradas em sanfona. Cada cor do origami corresponde a uma classe gramatical, assim como as palavras que nela estão presas. Em suas aulas, a professora Telma utiliza o origami como uma biblioteca de palavras. As crianças vão até ele, escolhem uma ou mais palavras e as classificam. Depois, sozinhas ou em grupo, devem elaborar orações ou textos baseados nas palavras sorteadas. Ao longo desses meses tive grandes lições. A primeira delas foi aprender a viver do presente e não do futuro. Sempre fui uma pessoa ansiosa quanto ao que está por vir. No meio da construção do protótipo fiquei muito nervosa e travei porque não conseguia parar de pensar na montanha de tarefas que tinha pela frente. Até que tive um clique e percebi que deveria parar de pensar em tudo e viver uma etapa de cada vez. O número de tarefas não diminuiu, mas pude ir realizando cada uma delas com enorme leveza e satisfação. O segundo aprendizado foi o da entrega, e isso se relaciona muito com viver do presente. Aprendi a me entregar ao grupo que estava ao meu lado na barraca passando pelo mesmo que eu, ajudando e deixando que me ajudassem. Aprendi a me entregar para a opinião dos meus professores, sempre munidos de dicas e ensinamentos riquíssimos para me dar. Aprendi principalmente a me entregar e a não temer o diverso e o desafiador. No final desse percurso tive como resultado um material de apoio para a aula da professora Telma, mas tive também algo que vai muito além disso, tive um amadurecimento muito grande como pessoa. Passei a ver o quadro como um todo de forma muito mais clara e simples. Aprendi com a Ana e com o Vicente ao longo desses poucos meses que a beleza e a graça estão na simplicidade, estão em todos os lugares, basta querer enxergar. Esse com certeza foi meu maior aprendizado. Agradeço à professora Telma por me mostrar como coisas muito diferentes uma das outras podem funcionar juntas. Quando comecei o projeto percebi que eu e ela éramos muito diferentes, ela é uma professora que gosta de uma aula mais tradicional, então os experimentos que sugeriam uma atividade mais fora do comum não foram utilizados. No começo me senti lesada, achando que meu projeto não daria certo. Mas com o tempo percebi que estava muito enganada, e que nossas diferenças só fizeram com que o trabalho ficasse mais rico e com que eu amadurecesse mais e visse que a nossa diferença só vinha a somar e não a diminuir.

Disciplina: DSG 1002
Turma:
Professores: Ana Branco, Luis Vicente Barros, Luciana Grether, Maria do Socorro Calhau

e-mail: anabranc@puc-rio.br

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