Caio de Gouvêa Scot de Arruda CONCLUSÃO 2016.2
Agradeço a cenoura que gerou em mim surpresa pelo fato de um único alimento ser tão saboroso e múltiplo em suas diversas formas de corte.
Agradeço a corda pelo fato de ter me ensinado a importância de confiar nos outros e como é importante estar em harmonia e equilíbrio com os seres e consigo mesmo, que gerou em mim uma reflexão sobre a confiança.
Agradeço a natureza pelo fato de ter me feito ver as cores como elas são de fato, o que gerou em mim uma vontade ainda maior de ter a natureza mais presente na minha vida.
Agradeço as conchas que são imperfeitas e perfeitas em sua existência. Nenhuma é igual mas são todas conchas. A conchas tem impressões digitais como nós. Nossa unha é concha. Elas geraram em mim um entendimento maior do mundo como um todo, tudo está conectado.
Agradeço ao filme “Camelos também choram” pelo fato de ter me mostrado como ainda existem pessoas que se conectam de uma maneira profunda com a natureza e convivem em harmonia e em cooperação com os outros seres vivos, o que gerou em mim uma certeza do caminho que quero trilhar e espalhar.
Agradeço a beterraba, a cenoura, ao repolho roxo e a maçã pelos sucos vivos que pude tomar, o que gerou em mim um entendimento corporal da natureza. Se alimentar de vida traz vida.
Agradeço aos alimentos fermentados pelo fato da natureza ser tão sábia e ela própria pré-digerir os alimentos para nós, o que gerou em mim uma vontade de ser cada vez mais independente com a minha alimentação. Como a Ana diz: sair do predador para produtor.
Agradeço ao Sol e aos grãos pelo fato de poder experimentar um pão cru, que eu nem sabia que existia, o que gerou em mim uma surpresa com o poder da natureza.
Agradeço a ceia de Natal que fizemos pelo fato de ter me feito perceber importância do compartilhar e de que como cada um doar um pouco do seu tempo para fazer uma comida é muito mais gostoso, o que gerou em mim um senso maior de grupo, de comunidade, do todo.
Agradeço a aula que fizemos a torta doce pelo fato de ter mexido com meu paladar de maneira tão agradável sem o uso de nenhum açúcar ou químicas, o que gerou em mim uma vontade ainda maior de seguir uma alimentação mais natural.
Agradeço ao filme sobre a acrilamida pelo fato de dividir comigo o conhecimento de um mal tão presente nos nossos alimentos, o que gerou em mim uma independência de dizer não a esses alimentos.
Agradeço ao filme e a conversa sobre os balões pelo fato de ver como nem tudo é o que parece e que os poderosos tem poderes maiores do que possamos imaginar e, ver, o amor daquelas pessoas por uma arte tão linda e tão infantil, no melhor uso dessa palavra, o que gerou em mim uma esperança no ser humano.
A aula de Biochip me fez abrir os olhos para o mundo, abrir os olhos para como o mundo realmente era e eu não podia ignorar isso mas, ao mesmo tempo, não poderia me irritar com isso e deixar a minha energia vital ir embora por causa dos outros, por causa da violência dos outros consigo e com o mundo. É um processo difícil. Eu já era vegetariano há 4 anos mas nunca me importei com os outros comendo carne a minha volta, nunca argumentei. Durante esse período isso fui mudando e fui me incomodando com a violência que via todo o tempo a minha volta. As pessoas se entupindo de comida, se entupindo de açúcar, se entupindo de remédios e torturando os animais por um simples prazer egoísta de consumir carne. É difícil ver o que acontece a nossa volta de verdade. Como um véu que cai e revela o que antes víamos como sombras. E mais difícil ainda e aprender a conviver com isso e tentar, através do amor, do exemplo, fazer com que mais pessoas sejam tocadas e mudem seus planetas primeiro, seus corpos, para fazer diferença no mundo.