Renata Farah Rezende CONCLUSÃO 2016.2
Bom, chegou a hora de agradecer ao curso como um todo, por mais que para mim, cada agradecimento de cada aula já demonstre minha gratidão para com o curso de Biochip. É simplesmente muito difícil colocar em palavras os ensinamentos que adquiri durante esse período. Confesso que quando me matriculei no curso, não sabia muito bem do que se tratava, apenas tinha ouvido muitos elogios e também me lembrei da feirinha orgânica às quartas feiras, com a qual sabia que tinha alguma ligação. No início para mim, foi uma surpresa. Não é um curso óbvio, esperado, cotidiano, rotineiro. É um curso que realmente faz você pensar e questionar tudo à sua volta pela primeira vez com independência e liberdade. De início, você até começa a questionar o que você está fazendo ali. Quando me perguntavam: “O que é Biochip??”, admito que não sabia responder muito bem. Até hoje, na verdade, eu fico pensando sobre isso, pois não é possível resumir Biochip a apenas mais uma matéria da universidade. É diferente, foge do pensamento cartesiano, é uma aula mais ligada ao sensível, ao estético, e à mudança que cada aluno sentirá quando dali sair. Porque é isso que acontece. O aluno não decora matéria para uma prova e não é avaliado pela sua eficiência mental, mas sim, aprende uma lição para a vida inteira, impossível de esquecer, mesmo se tentar negar. É uma avaliação baseada no humano, na experiência única e no aprendizado de cada um.
Eu, por exemplo, sempre amei demais a natureza, as plantas e os animais em geral. Cresci frequentando sítios e fazendas, queria ser veterinária para cuidar dos bichos e meu maior sonho era ver um urso polar antes que fosse extinto. Costumava plantar árvores com os meus pais, que sempre fizeram questão de me ensinar antes de tudo a respeitar a vida ao meu redor. Principalmente por conta de seguirmos uma vertente do hinduísmo, na qual todos os seres são considerados iguais. Além disso, fui criada como vegetariana desde que nasci. Ver meus coleguinhas comendo carne era tão espantoso para mim quanto para eles ver eu não comer. “Mas então.. o que você come?” me perguntavam.
Por esses motivos, já comecei o curso com uma mente aberta quanto a esse estilo de vida, e me senti em casa, onde eu poderia libertar a Renata de sempre sem qualquer julgamento. Porém, descobri e me aprofundei muito mais do que eu imaginava que poderia durante o período. Sinto que ganhei mais autonomia e consciência, conseguindo enfim explicar às pessoas com mais segurança e orgulho o porquê de eu insistir em não comer carne e o que eu como afinal, para “sobreviver”. Além disso, a aula de biochip expandiu para mim a ideia de refeição, pois conheci tantas comidas e formas diferentes de prepará-las e combiná-las, que agora a possibilidade de refeições, e consequentemente de nutrientes variados só aumentou!
No início do curso, eu não estava sentindo tanta diferença, e estava também achando que havia algo de errado comigo, que eu não estava me abrindo o suficiente. Mas aos poucos, quando eu tinha percebido, eu já estava mudada. Fui recebida como parte da família, com muito respeito e carinho por parte de todos, o que também ajudou muito no processo. Parei pra pensar nas coisas que havia assimilado e feito que eu nunca tinha feito ou que havia muito tempo que eu não fazia. Aquilo me encheu de alegria. Acho que me reencontrei no meio da vida corrida de uma universitária. Me percebi muito mais solidária e sensível em relação a questões sociais e ambientais. Me peguei pensando de forma diferente, olhando para o mundo com outro olhar. Um olhar muito mais humano, conectado à terra, um olhar talvez mais puro, de criança, como se eu tivesse recuperado algo que me pertencia. Fui aprendendo os meus gostos alimentares e tentando superar alguns preconceitos. Comecei a pensar duas vezes antes de escolher o que comer, e aos poucos desenvolvendo meu paladar para comidas que não fazem parte da minha alimentação diária. Acordar cedo para preparar a comida para a festa da prova foi uma das coisas que antes eu não era acostumada a fazer, mas eu adorei colocar em prática o que eu aprendi na aula, mas dessa vez na cozinha com a minha mãe. Pude perceber o quanto eu ainda precisava “praticar” e o quanto isso seria bom para mim. No final, mesmo não tendo saído exatamente como eu planejei, fiquei satisfeita com o resultado, além de ter ficado ansiosa para compartilhar e provar a comida da turma.
No início também fiquei um pouco preocupada pois pensei que nunca conseguiria mudar meus hábitos alimentares para os hábitos da Ana Branco, por exemplo. Mas fui percebendo também que não é questão de se tornar uma Ana Branco, mas sim, inspirada em seu estilo de vida, encontrar o seu melhor eu. Também precisei perceber que é um processo lento para a maioria das pessoas, e que é normal duvidar de você mesmo no caminho, mas é aos poucos que vamos construindo um novo eu. Um eu preocupado com o Planeta Terra, com os animais, as plantas e os homens. E é só experimentando coisas novas, sempre em movimento, que a mudança é possível. É preciso confiar, se entregar na rede de conexões. É preciso, diante de um mundo cada vez mais distante de suas raízes, voltar às origens, enxergar uma alternativa e mudar aos poucos seus hábitos para que as pessoas ao seu redor também se sintam encorajadas a isso. Relendo todas as gratidões do período pude comprovar que já estou no processo, e não quero mais voltar. Agora, só me resta fazer a última gratidão do período, mas com certeza uma das primeiras do resto da minha vida, e seguir em frente, sempre questionando, experimentando, vivendo de um modo saudável, natural e mais humano. Sentirei saudades dos ensinamentos e do carinho! <3 Obrigada :’)
Agradecimentos das aulas de Biochip
Dia 23/08/2016
Eu agradeço à Ana Branco, que me apresentou o Biochip, o alimento vivo, um estilo
diferente e mais natural de se alimentar, de pensar e de viver. Aprendi o que nos
vivifica e o que nos mortifica: o que no nosso dia a dia vai nos matando por dentro e
o que é realmente bom cultivar e prezar para podermos viver bem, em harmonia
com a natureza, com tudo e todos, inclusive nós mesmos. É uma aula de mudança
de pensamento, acima de tudo, e espero que eu termine esse período com uma
cabeça e corpo mais natural, mais verde, mais saudável, me reconectando com a
origem e respeitando o que eu deveria ser como ser vivo nesse planeta terra.
Dia 25/08/2016
Agradeço à corda de sisal pelo fato de ter me conectado com as outras pessoas da
turma, o que gerou em mim um sentimento de segurança, proximidade e
pertencimento. :)
Dia 30/08/2016
Eu agradeço à corda de sisal novamente, mas dessa vez pelo fato de ter, de forma
simples, porém eficaz, me ensinado a importância de se unir, confiar, se movimentar
acima de tudo, pois ficar parado não muda nada; o que é um ensinamento para
levar a todos os aspectos da vida!
Dia 01/09/2016
Eu agradeço à cenoura pelo fato de ter me ensinado a investigar, experimentar,
desconstruir alimentos e descobrir que há diversas formas de se preparar a comida,
e que cada corte, cada ralada, cada parte da cenoura tem um gosto completamente
diferente! Isso gerou em mim vontade de mexer com mais alimentos e prepará-los
de uma forma que eu nunca comi antes, para buscar novos paladares e desenhos!
Dia 06/09/2016 Agradeço à corda de rami pelo fato de ter me ensinado que tudo está ligado. Não só as pessoas e a natureza, mas também todas as partes do corpo humano, animal e vegetal. Cada movimento muda alguma coisa no nosso entorno e isso gerou em mim a consciência de que é importante estar atento às nossas ações e sempre continuar em movimento!
Dia 08/09/2016 Eu agradeço ao filme “Ponto de Mutação” por ter me apresentado uma visão diferente do mundo em que vivemos; e por me fazer crer que é possível sim mudar o mundo, apesar de ser muito difícil, pois vivemos dentro de um pensamento cartesiano, que reduz o mundo ao invés de enxergá-lo como um todo, através de relações entre objetos da natureza. Só entendendo essas conexões entres os seres vivos que poderíamos crescer sustentavelmente, num mundo melhor para todos. Isso gerou em mim a vontade de mudar e reeducar meu modo de pensar para fazer a diferença.
Dia 13/09/2016 Eu agradeço à cenoura, ao repolho roxo e ao repolho branco por terem me ensinado a trabalhar em equipe, dividir e principalmente a perceber e dar mais valor às cores dos alimentos, que são vivos e sempre mudam, assim como todos nós! Isso gerou em mim uma sensação de pertencimento tanto ao grupo quanto à natureza. <3
Dia 15/09/2016
Eu agradeço à fermentação, que fez um ótimo trabalho tanto no desenho vivo que
levamos para casa, tanto no queijo de soja germinada. A experiência de
acompanhar a fermentação me ensinou que não temos controle sobre a natureza e
seus fenômenos, devemos nos inspirar nela, respeitar, louvar e aproveitar o que ela
nos oferece, sem intervenções de qualquer produto industrializado. Assim, seremos
muito mais limpos e saudáveis. Isso gerou em mim a consciência da importância de
escolher o que comer ou não. :)
Dia 20/09/2016
Eu agradeço mais uma vez à Ana Branco e à apresentação do curso Biochip, que
me fez pensar na minha evolução nas aulas até aqui. Creio que durante a
apresentação, entendi melhor e me identifiquei mais com as coisas ali faladas, pois
já estava vivendo dentro dessa realidade. Investigar e recuperar as informações
presentes nos seres vivos durante as aulas vem gerando em mim o afloramento de
uma pessoa mais conectada com o meu ser e com os outros seres do universo.
Dia 22/09/2016
Eu agradeço ao filme “Camelos também choram” pelo fato de ter me tocado
profundamente, mesmo sendo a terceira vez que o assisto; por toda vez me
relembrar que é essencial respeitar o que está a nossa volta, nos integrando com o
meio, vivendo uma vida boa, simples, saudável, sustentável, em harmonia com os
antepassados, com os animais e com a natureza: desse jeito ficamos cada vez mais
perto da mãe terra e nos sentimos parte de algo maior, conseguimos ter consciência
das teias de relações que formamos e damos mais valor a elas, tendendo a
conservá-las com mais cuidado. Isso gerou em mim a vontade de absorver e trazer
os ensinamentos desse estilo de vida mongol para nossa vida corrida na cidade de
hoje em dia, na medida do possível.
Dia 27/09/2016
Eu agradeço à argila pelo fato de ter me proporcionado uma experiência estética, na
qual eu senti a argila, reconheci suas formas, compreendi sua história e idade e
aprendi que somos um. Aprendi que o conhecimento é inteiro, enquanto a
percepção não é, e é sempre importante conhecer! Sinto que conheci a argila e
descobri seu potencial de sempre mudar, de adaptar, de acolher e de abraçar!
Dia 29/09/2016
Eu agradeço ao repolho, à beterraba, ao inhame, à maçã e à abóbora pelo fato de
terem me proporcionado um momento de trabalho em equipe, observação de
maravilhosas cores vivas, a sensação de textura dos alimentos, os sabores de seus
sucos sozinhos e a possibilidade de juntá-los e ir experimentando as combinações
até achar uma que você faça “HUMM”. Isso gerou em mim mais vontade de
experimentar alimentos de formas diferentes e combinadas!
Dia 04/10/2016
Eu agradeço às sementes germinadas desidratadas pelo fato de ter me
proporcionado a experiência de moer e pilar as sementes usando instrumentos
interessantes e antigos, que contém ainda o ritmo de cada pessoa que ali também
trabalhou. Mesmo que as etapas do trabalho fossem realizadas individualmente,
num momento de encontro com nós mesmos, foi um trabalho de equipe, no qual, ao
final, preparamos biscoitos deliciosos e nutritivos que me encheram de saúde,
energia e amor. <3
Dia 06/10/2016
Eu agradeço às conchas, essas criaturas maravilhosas, marca viva da história e do
tempo, pela experiência estética, que mais uma vez senti tocando, manuseando,
ouvindo, cheirando as conchas. Cada concha me impressionou com sua cor, seu
brilho, textura, formato, marcas, curvas, buracos, etc. São todas únicas e lindas,
cada uma transmitindo mensagens diferentes do mar e da areia; cada uma com um
formato adquirido ao longo dos anos pela influência do ambiente em que viveu. Eu
senti um enorme reconhecimento e acolhimento das conchas para comigo. É uma
sensação de pertencimento ao universo, a todos os elementos, e todas as
paisagens; isso me fez sentir mais viva, mais concha. <3
Dia 11/10/2016
Eu agradeço às sementes de girassol e de trigo pelo fato de terem me dado a
oportunidade de plantá-las, me tornando produtora, e não apenas predadora.
Agradeço também pelo processo de crescimento das sementes, que me fez esperar
ansiosa, me preocupar, cuidar e importar todo dia com esses seres vivos,
acompanhando seu crescimento com muita gratidão. Ao final, experimentar seus
sabores diferentes e comparar seus verdes com os verdes de outros alimentos
gerou em mim a consciência da particularidade de cada cor, cada tom de verde,
cada semente, cada alimento e a vontade de perceber mais, de dar mais valor e
explorar mais e mais as particularidades de cada alimento.
13/10/2016
Eu agradeço ao filme “La Belle Verte” pelo fato de ter me apresentado uma forma de
viver completamente ideal e diferente do que vivemos hoje; e pelo fato de ter me
feito olhar pros nossos costumes com olhar mais crítico, e me fazer questionar o
modo de vida que venho levando. É como se o filme nos “desconectasse” e fizesse
com que a gente perceba que o mundo ideal é um mundo no qual nós, seres
humanos, vivemos em total harmonia com a natureza, com o meio ambiente e com
nós mesmos. Isso gerou em mim a vontade de mudar meus hábitos e tentar me
aproximar mais desse mundo que, infelizmente, hoje em dia ainda é tão distante.
Dia 18/10/2016
Eu agradeço à mandioca por ter me dado a oportunidade de me surpreender com
um alimento que sempre amei mas nunca tinha sentido dessa forma. Participar de
todo o processo de fazer a farinha da mandioca me fez muito mais consciente. Foi
tudo realizado no amor e no silêncio, como um ritual sagrado para a mandioca.
Descobri suas formas e espessuras que nunca tinha experimentado antes e percebi
que ela se transforma o tempo inteiro, que nem a gente!
Dia 20/10/2016
Eu agradeço ao pimentão vermelho, à cebola, ao coentro, à lentilha germinada e à
farinha de mandioca por terem me feito trabalhar em equipe e por terem me
deliciado com sua mistura, que rendeu um bolinho muito fofo!
Dia 25/10/2016
Eu agradeço ao pimentão, à aveia, ao brócolis, ao alho-poró, à cebola e ao agrião,
por terem feito parte de uma ótima sopa e depois de uma deliciosa refeição;
agradeço também principalmente à maçã e à batata: as duas pommes, que
enganaram meus sentidos com seus cortes e suas texturas, e me deram uma nova
percepção; e à panela, que esquentou nossa comida sem que os ingredientes
cozinhassem e perdessem seu biochip. Tudo ficou muito bom junto, e eu aprendi a
misturar batata e maçã, ingredientes que eu já comia juntos, de modo que não
necessita o cozimento da batata, ou seja, de modo mais natural!
Dia 27/10/2016
Eu agradeço aos filmes “A Carne é Fraca” e “Futuro Roubado” por terem me “dado
um tapa na cara” e me lembrado da forma cruel que nossos animais são tratados e
das etapas desumanas aos quais são submetidos nos abatedouros só para que os
desejos dos homens sejam saciados, que por comodismo e não por falta de
alternativas alimentares, continuam, mesmo que indiretamente, compactuando com
esses maus tratos e comendo suas carnes. Se fosse carne de algum animal
“fofinho” ou algum animal de estimação ou até carne humana essa lógica seria
considerada um absurdo, mas colocam as galinhas, as vacas e porcos num patamar
mais baixo, “bichos sem alma” apenas como desculpa que dão para si mesmos para
continuar se alimentando deles. Mas a verdade é que são animais assim como o
cachorro ou gato que vivem conosco e que amamos. São seres vivos assim como
nossos pais, nossos avós e nós mesmos. Eles podem não ter a consciência que
temos, mas justamente por termos, deveríamos usá-la para proteger os nossos
semelhantes, e não nos considerar superiores a ponto de matá-los e comê-los. Isso
também não significa que eles não sofram e que eles não sintam nada. E o pior é
que sabemos disso, mas preferimos esquecer todo dia para nos proteger. E não
fazemos nada. Só agimos quando os nossos atos de poluir, matar, explorar sem fim
se voltam para nós mesmos. É um egoísmo absurdo e uma triste prova de que o
homem se separou da terra que o gerou e está cada vez mais cego e alheio a ela.
Se reconectar é um processo trabalhoso e lento, mas pelo qual vale a pena lutar.
Mesmo sendo vegetariana, estou inserida nesse sistema e por isso me sinto tão mal
quanto qualquer um deveria sentir. É responsabilidade de todos. Agem aqueles que
ainda tem terra no coração.
Dia 01/11/2016
Eu agradeço à terra de um mês, à terra de seis meses e à terra de 12 meses com
todas suas minhocas, gongolos, tesourinhas, filhotes de lacraia, raízes, brotos,
folhas secas, papa defunto, pedras, e todas as outras formas de vida que habitam
essas terras, pelo fato de terem me mostrado a transformação da terra e dos seres
dela durante o processo de alcalinização; e por terem feito eu me reconectar
literalmente à terra mãe, deixando de lado qualquer tipo de julgamento e
simplesmente colocando a “mão na massa”. Isso gerou em mim a vontade de
cultivar terra, ganhando assim meu próprio tesouro; eu me senti muito mais
consciente e parte do Planeta Terra, reconhecendo que é dela que viemos e para
onde vamos, valorizando todas as formas de vida do solo, e agradecendo o que
elas fazem por nós.
Dia 03/11/2016
Eu agradeço aos filmes “A Dança das Sementes”, “Fase Agrossilvicultura” e “Horta
Brasileira” por terem me alertado e ao mesmo tempo me ensinado que há sim uma
saída para a quantidade absurda de agrotóxicos e pesticidas que vai parar no nosso
prato. Ver essas alternativas de cultivo me deixaram com mais esperança e com
vontade de pesquisar mais sobre isso e pensar mais do que duas vezes antes de
comprar meu alimento.
Dia 08/11/2016
Eu agradeço à cenoura, ao pimentão vermelho, à cevadinha germinada, ao feno
grego, ao aipo, à maçã, ao curry, à cúrcuma, às passas, ao alho, etc, por juntos
terem formado um alimento delicioso e nutritivo, que se manteve quentinho graças à
forma de aquecer que não rompia as moléculas dos alimentos, mantendo eles vivos!
Dia 10/11/2016
Eu agradeço à areia, rainha do tempo, por ter me colocado praticamente em estado
de meditação enquanto eu tinha mais uma experiência estética, explorando seu
movimento, sua dança, seus grãos, textura, etc. Acho incrível o fato de cada grão
importar e formar o todo; também me surpreende a trajetória de cada um deles, que
voam e se acomodam em eterno movimento! Depois de um tempo imersa naqueles
grãos, comecei a reconhecê-los como parte de mim, e nos tornamos um. Se cada
pessoa ali se tornou um com a areia também, significa que somos todos areia,
portanto somos todos um. Isso simplesmente reforçou o fato de estarmos sempre
ligados e por isso, outro fato que apreciei muito na aula foi a de ter ouvido as
pessoas compartilharem suas experiências, cada uma bem pessoal e que me
ensinava a ver a areia de uma forma diferente e descobrir mais coisas sobre ela.
Dia 17/11/2016
Eu agradeço ao mamão, à manga, ao abacate, à uva, à goiaba, ao abacaxi, à
tangerina e às passas por terem alegrado nossos pratos com os desenhos que
pudemos fazer com elas: cada desenho tinha uma mistura deliciosa de cores e
sabores das frutas, que mudavam em cada prato. Foi uma maravilhosa experiência
para explorar algumas das minhas frutas favoritas, suas combinações e suas
possibilidades. Cada uma mais gostosa que a outra!
Dia 22/11/2016
Eu agradeço à sala de aula entre as árvores e aos livros da bibliografia do curso por
permitirem que tenhamos a chance de ter uma aula tão maravilhosa quanto a de
Biochip, em um espaço simplesmente abençoado entre os verdes e com um
conteúdo que serve pra vida inteira: isso é que é aula, inclusive segundo Maturana,
em seu belo texto. Todos esses livros permitiram com que a Ana Branco abrisse
ainda mais sua mente, mudasse sua vida, e criasse essa bela disciplina. O fato de
ela compartilhar isso conosco é muito bonito, pois renova um novo ciclo. Isso gerou
em mim a vontade de ler tudo aquilo, expandir minha mente e, no futuro,
compartilhar com mais e mais pessoas <3
Dia 24/11/2016
Eu agradeço aos filmes “Super Size Me” e “Conexão Dioxina” por terem me feito
pensar novamente nas minhas escolhas alimentares. No dia a dia é fácil esquecer e
ignorar o prejuízo que certos alimentos podem nos trazer, mas vendo filmes como
esses, nos lembramos que a maior parte do que consumimos, infelizmente, é
veneno! E o pior: não é só fast food, não é só comida, há veneno em todo lugar. O
que fazemos com nosso corpo é um absurdo, estamos simplesmente nos matando
aos poucos.. Isso gerou em mim a vontade ainda maior de me conscientizar e
pensar com todo o cuidado antes de comprar e consumir qualquer produto.
Dia 27/11/2016
Eu agradeço à Ana por ter nos levado até a horta orgânica em Corrêas, e também
ao Paulo e sua família por ter nos recebido lá de braços abertos! Lá pudemos ver
todos aqueles alimentos crescendo lindos e coloridos sem nenhum agrotóxico e
ainda sujar nossas mãos de terra para colher nossa própria comida. Esse ato
pequeno já é um ato de rebeldia, de independência e foi muito significativo creio que
para todos que foram para a horta e participaram desse momento. Foi uma
experiência que me fez sentir muito mais segura e auto suficiente sobre meu corpo,
porque eu sabia exatamente o que eu ia comer e de onde vinha a comida. Além do
mais, poder preparar em conjunto tudo aquilo que tínhamos colhido para fazer
desenhos tão lindos e coloridos no meio de um cenário completamente verde e
pacífico foi muito gratificante. Cozinhar em grupo e depois oferecer seu desenho ao
próximo fez a gente se relacionar de maneira mais fácil e bonita. Isso tudo gerou em
mim a vontade de criar minha própria hortinha orgânica para consumir o que eu
plantar, pois esse é o tipo de coisa que não costumamos fazer no nosso dia a dia
mas que nos traz uma consciência muito grande quando fazemos.
Dia 29/11/2016
Eu agradeço à Ana Branco por ter demonstrado para a turma uma festa natalina
diferente, saudável e muito saborosa! Agradeço também ao abacate, ao mamão, à
tangerina, às passas, à manga, ao coco, ao amendoim, à banana, etc, que
resultaram nessa ceia farta e deliciosa que nos fez trabalhar juntos e no final, fazer
belos desenhos que pudemos compartilhar uns com os outros. Criou-se ali um
verdadeiro clima de natal, o que gerou em mim a vontade de fazer para minha
família uma refeição como essa para as datas festivas!
Dia 01/12/2016
Eu agradeço ao filme “Les Baloons”, por ter me apresentado ao mundo mágico dos
balões; agradeço também ao Tura e Monica por terem se disposto a conversarem
conosco sobre isso. Durante o filme me emocionei muito com a beleza que são os
balões, principalmente os noturnos com aquelas luzes que saem brilhando pelo céu
escuro. É incrível vez algo tão frágil e delicado feito por mãos humanas subindo e
deixando sua marca em algo maior. Me encantei com a paixão dos baloeiros e me
perguntei também porque eu nunca tinha visto um daqueles balões ao vivo já que é
uma tradição bem popular no Rio. É simplesmente muito triste que tenham proibido
uma forma de arte e para muitos, um estilo de vida, incriminando os balões por
tantas queimadas que eles não causaram! Eu realmente não consigo entender, e
acho muito importante que essa causa se espalhe para que ao menos a soltura de
balões possa ser regulamentada. É uma vergonha que Tura tenha que sair do
próprio país para realizar o que mais gosta de fazer na vida, porque seu país é um
dos únicos do mundo no qual essa prática é criminalizada. Parece que muitos
simplesmente não conseguem enxergar que um balão e tudo que o envolve, desde
sua confecção até a partida do balão para o alto, é um grande espetáculo,
inofensivo, que pinta o céu dando alegria e esperança para muitas pessoas. Isso
gerou em mim uma vontade muito grande de participar na produção e na soltura de
um balão, além de entrar na causa a favor desse tipo de arte!