Julia Esteves Abreu CONCLUSÃO 2017.1
JULIA ESTEVES ABREU
Matrícula 1121251
07.03 - APRESENTAÇÃO DA PESQUISA CONVIVENCIA COM O BIOCHIP
09.03 – Desenhando com cordas de sisal em grupo
Agradeço à teia viva do sizal que traduz a rede da vida.
Sgradeço à conexão que gera comunhão e à confiança que rege a vida.
14.03 – DESENHANDO COM CORDAS DE SISAL EM 4 GRUPOS
Eu agradeço à corda de sisal
Pelo fato de um objeto vivo ter proporcionado um exercício de conexão entre os participantes do grupo
Por ter gerado em mim uma experiência de intimidade com outras pessoas
Um entendimento único que vem de um momento compartilhado
Consciência de que a contribuição externa ajuda a organizar coisas internamente
CORDA VIDA
RODA VIVA
16.03 - DESENHO DE INVESTIGAÇÃO COM CENOURA
Agradeço à cenoura r aos instrumentos
Por terem gerado em mim uma lembrança de diversos sabores e uma atenção especial ao momento presente
Pelo fato de podermos experimentar com os alimentos e com as diferentes formas que a comida pode ter
Algumas partes da cenoura, as menores, foram as mais doces, as maiores, menos.
Há diferentes cenouras dentro de uma só!
21.03 – DESENHANDO COM CORDAS DE SISAL EM DUPLAS
Eu agradeço à corda de rami pelo fato de nos emprestar a força de sua fibra; por termos feito exercícios em grupo mas também sozinhos;
Que gerou em mim confiança na corda e no meu próprio corpo; gerou a lembrança da corda em mim e gerou uma entrega ao poder e à força da própria corda.
23.03 - Filme: PONTO DE MUTAÇÃO B.CAPRA
28.03 - DESENHO DE INVESTIGAÇÃO COM FERMENTAÇÃO
Eu agradeço ao repolho (e à cenoura)
pelo fato de terem sidos cortados e ralados e colocados no pote
que gerou em mim calma e confiança de confiar no processo de fermentação
30.03 – RECONHECIMENTO DOS FERMENTADOS
Eu agradeço à comida viva (cúrcuma, cebola, cebolinha, aipo, soja, limão, repolho, cenoura, azeite, sal, água, voal, liquidificador)
Pelo fato de termos a feito hoje – depois de termos germinado e fermentado a soja que ficou no voal durante 9 horas depois ter batido ela no liquidificador com a cúrcuma, com um pouco da água da soja e azeite, depois mistura com a maça, a cebola, o aipo, tomate, limão, sal; e misturamos no pote o repolho que fermentamos durante a noite
Que gerou em mim gratidão por poder compartilhar esse momento com meu amigo Dido, e a refeição com ele também. E por poder explorar tantos sabores que não conhecia sem usar o fogão.
04.04 – APRESENTAÇÃO DA PESQUISA CONVIVENCIA COM O BIOCHIP 2
06.04 – Filme: CAMELOS TAMBEM CHORAM
Eu agradeço à ao filme
Pelo fato de ter sido exibido
Que gerou em mim a realização de que a música tem um poder de cura muito grande
11.04 - DESENHO DE INVESTIGAÇÃO COM PIGMENTOS VIVOS
Eu agradeço ao repolho, beterraba, inhame, abóbora, maçã e ao liquidificador potente
Pelo fato de ralarmos e batermos no liquidificador e passarmos no voal para descobrirmos a cor viva
Que gerou em mim curiosidade e a descoberta de novos sabores, do sabor das cores
18.04 - DESENHO DE INVESTIGAÇÃO COM DESIDRATAÇÃO DE SEMENTES GERMINADAS
20.04 – Filme: LA BELLE VERTE de COLINE SERREAU
Eu agradeço ao filme, à Celine e às sementinhas e terra que recebemos
Pelo fato de ter sido exibido
Que gerou em mim a realização de que é importante vermos as coisas com olhos novos para que possamos criar novas soluções para problemas que naturalizamos!
25.04 - DESENHO DE INVESTIGAÇÃO COM DESIDRATAÇÃO DE RAIZES
Eu agradeço à mandioca
Pelo fato de ter sido lavada, descascada, ralada fininha, passada pelo tipiti, espremida no voal por duas mãos diferentes, e colocada na chocadeira – seu líquido bebido por nós
Que gerou em mim consciência de que o processo de fazer farinha é mais fácil do que eu pensava!
27.04 - COLORINDO A FARINHA DO AIPIM
Eu agradeço à farinha (e à atenção da Ana durante os dias que ela ficou secando), ao coentro, ao pimentão, à cebola, à cenoura, lentilha
Pelo fato de a farinha ter sido peneirada, depois de seca, e batida no liquidificador para ficar fininha (e fazer fumaça!); o pimentão, a cebola e o coentro terem sido cortados MICRINHOS; a cenoura ter sido ralada pequenininha, a lentilha germinada e sem a casca ter virado confetes (a casca flutua numa bacia com água); termos batido no liquidificador a semente do pimentão, os restos da cenoura, raízes, cebola branca, limão sal e água; misturarmos tudo com a farinha e o azeite e fizemos as bolinhas
Que gerou em mim uma sensação de hummmm comida maravilhosa, gostosa (que tem gosto em todos os cantinhos) e mais uma vez, inspiração por seguir com essa experimentação.
02.05 - DESENHO DE INVESTIGAÇÃO COM CLOROFILA
Eu agradeço ao trigo, girassol, chicória, hortelã e couve
Pelo fato de termos as batido e passado no voal para ver a cor verde que as habita; pelo fato de termos nos reprogramado – de predadores para cuidadores
Que gerou em mim imensa surpresa do docinho do trigo, do gosto de pesto da hortelã, e da constatação de que há tantos verdes diferentes!
04.05 - Filmes: FUTURO ROUBADO BBC Londres e CONEXÃO DIOXINA
09.05 - DESENHO DE INVESTIGAÇÃO COM ALTERAÇÃO DE TEMPERATURA
Eu agradeço ao pimentão, alho poró, brócolis, maçã, cebola, agrião, aveia, batata, alho, sal
Pelo fato de colocarmos o alho poró e a aveia no liquidificador e depois misturar o agrião para fazer uma sopa;
Colocar na panela os ingredientes e regular a temperatura de acordo com a temperatura da nossa mão;
Colocar a cebola para que o cheiro desperte nossa memória afetiva, e depois a batata (cortada em lâminas), a maçã (cortada no formato da batata, para brincar com a nossa percepção), brócolis;
Depois colocar no liquidificador a aveia em grão germinada, pimentão, alho e água para fazer o molho rosé;
Misturarmos tudo na panela, separarmos nos potes pequenos e uma gotinha de azeite.
Que gerou em mim uma reflexão sobre nosso gosto – qual são as coisas que definem do que gostamos ou não gostamos – o sal, o azeite...
11.05 – RECONHECENDO AREIAS
Eu agradeço à areia,
Pelo fato de ser uma relíquia viva
Que gerou em mim a beleza das coisas miúdas (ou micrinhas); quando a areia cai no montinho, ela é tão invisível que parece que é o montinho que se mexe aos poucos; é muito difícil separar um grãozinho de areia do outro, assim devem ser as pessoas vistas de cima; o olhar mal consegue ver e as mãos não conseguem sentir a individualidade dos grãos; o número de grãos que formam uma quantidade que conseguimos sentir não é exato - só um grão não se sente sozinho, mas alguns juntos sim, só que isso não tem uma medida; o olho não sabe perceber as coisas miúdas, e temos que olhar para elas pra entender as coisas grandes; a areia contém todas as formas que descobrimos nela, se fosse outro montante de areia a forma seria outra, é a verdadeira cocriação
TEMOS RELÍQUIAS EM NOSSAS MÃOS
HÁ MILAGRES EM TUDO
O ATERRADOR PODE SER LIBERTADOR, só depende de como você olha
16.05 - RECONHECENDO A TERRA NO PROCESSO DE COMPOSTAGEM
Pelo fato de ter sido compostada e ilustrada nos processos de 1, 4 e 12 meses
o sentido (rumo + sentimento) de que a terra muda junto com a gente;
o aprendizado de que as minhocas são seres sagrados porque conseguem transformar o ácido em alcalino;
a mudança é a única constante, e por isso não existe a minhoca, ela ESTÁ minhoca, não É minhoca;
todos os animais que habitam a terra estão em transição constante, e por isso eu também estou;
os animais da composteira vivem no ambiente em que eles mesmos criaram e que por isso é único àqueles seres
23.05 - DESENHO DE INVESTIGAÇÃO COM MANUTENÇÃO DE TEMPERATURA
Eu agradeço à panela de barro, alho, cevada, pimentão, água, cúrcuma, sal, cenoura, uva passa, maça, aipo, feno grego, limão, azeite
no dia anterior, a cevada em grão é germinada, esquentada na temperatura das nossas mãos com água e é tampada. coloca-se a coberta e deixa uma noite;
o molho é a cevada germinada, água, cúrcuma (a raiz), alho, sal e a semente do pimentão;
mistura na panela com feno grego, pimentão, aipo, maçã, cenoura, uva passa (tudo micrinho)
mistura tudo na panela na temperatura da mão (e depois adiciona o molho de limão, azeite e sal)
Que gerou em mim a consciência sobre a comida de escravos, a noção da nossa dependência da acrilamida
Pelo fato de ser uma relíquia, o berço da terra
a argila gruda na gente porque quer voltar para onde veio - se o mangue é berçário da terra, é a argila quem forma os nossos corpos;
intuitivamente queremos espalhá-la no nosso corpo e a argila, intuitivamente, quer voltar a ser parte de nós;
a argila é moldada pelas nossas MÃ(E)OS mas porque ela gruda, ela também se molda - é a COCRIAÇÃO - quando mexemos com ela ela também mexe na gente - se não eu não estaria escrevendo essas palavras agora.
30.05 - DESENHO DE INVESTIGAÇÃO COM FRUTAS
Eu agradeço às frutas (abacaxi, abacate, manga, uva, mamão, goiaba, tangerina, maracujá), ao amendoim e às passas; ao nosso mosaico
a goiaba e o abacate terem sido batidos com abacaxi;
a manga ter sido batido sozinha e coada no voal;
o amendoim e as passas terem sido triturados (o amendoim tendo sido germinado antes);
as tangerinas terem virado borboletas
Que gerou em mim a compreensão de um movimento em que não há melhores ou piores, ganhadores ou perdedores, gratidão por ter oferecido meu desenho e ser oferecida um desenho, uma dissolução do ego que vem da beleza do conjunto
01.06 - APRESENTAÇÃO DA SALA DE AULA ENTRE AS ÁRVORES E BIBLIOGRAFIA
Eu agradeço à todas as investigações que vieram antes das minhas
Pelo fato de terem sido manifestadas em livros para que o conhecimento pudesse ser passado adiante
Que gerou em mim certeza de que a prática é mais importante do que a teoria, e que é muito melhor vermos as fontes do que aprendemos depois de ter sentido dentro da gente
Pelo fato de termos colhido aquilo que comemos e de termos conhecido a realidade de um produtor rural de orgânicos
Que gerou em mim o despertar de uma consciência de que cada fruto da terra carrega consigo o trabalho de quem o plantou
06.06 - Filme: LES BALOONS - Etienne Chambolle
Eu agradeço ao filme e à visita dos baloeiros convidados
Pelo fato de poder compartilhar a emoção da paixão pelos balões
Que gerou em mim um novo conhecimento em relação à cultura de balões da cidade do Rio, e uma certa revolta que impedimos pessoas apaixonadas de fazerem coisas belas
08.06 - PREPARAÇÃO PARA A PROVA
Eu agradeço ao semestre com o Biochip
aprendi que a nossa investigação nessa aula não é sobre a comida. é sobre
um olhar e uma posição de experimentação e investigação constantes, em que
nada é tomado como dado. só podemos aprender as coisas que sentimos em
nosso corpo (RE-MEMBER, RE-COR-DAR), e essa aula é dedicada ao sentir mais
do que ao fazer ou ao comer. aprendemos a nos reconectar com aquilo que já
existe dentro da gente - cada um à sua maneira.
trouxe um poema que traduz um pouco do que foi o semestre pra mim:
Eu me encontrei no marco do horizonte
E o mar é seduzido pelas sereias.
Eu me encontrei onde o real é fábula,
Onde o sol recebe a luz da lua,
Onde a música é pão de todo dia
E a criança aconselha-se com as flores,
Onde o homem e a mulher são um,
E onde se fundem verbo e ação.
aprendi que quero viver na margem - a margem em que se encontram verbo e ação.
Cantiga de Malazarte
Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo,
Ando debaixo da pele e sacudo os sonhos,
Não desprezo nada que tenha visto,
Todas as coisas se gravam pra sempre na minha cachola.
Destelho as casas penduradas na Terra.
Tiro o cheiro dos corpos das meninas sonhando.
Desloco as consciências,
A rua estala com os meus passos,
E ando nos quatro cantos da vida.
Consolo o herói vagabundo, glorifico o soldado vencido,
Não posso amar ninguém porque sou o Amor,
Tenho me surpreendido a cumprimentar os fatos
E a pedir desculpas ao mendigo.
Sou o espirito que assiste a Criação.
E que bole em todas as almas que encontra.
Múltiplo, desarticulado, longe como o diabo
Nada me fixa nos caminhos do mundo.
Murilo mendes