Lorreine Ferreira CONCLUSÃO 2017.1
Lorreine Ferreira
ART 1849 – Convivência com o Biochip
2017.1
Eu agradeço a corda de sisal por ter me mostrado a importância de confiar nos outros
Eu agradeço a corda de sisal pelo fato de me relacionar com as pessoas da sala o que gerou em mim maior abertura para falar e conhecer.
Agradeço a cenoura pelo fato de poder corta-la de diferentes formas, que gerou em mim muitas sensações e gostos como por exemplo mais amargo ou mais doce, até mais dura ou mais suave. Obrigado terra por me proporcionar esses momentos únicos.
Eu agradeço a corda de Rami pelo o fato de não só me conectar com os outros mas também me conectar comigo mesmo, o que gerou em mim um maior sentimento de confiança nas pessoas e em mim, e uma possibilidade de fazer movimentos que nunca havia feito antes.
Eu agradeço ao repolho branco , roxo e a cenoura por trazerem cores, alegria ao meu pote, texturas e gostos diferentes.
Eu agradeço aos alimentos presentes como maça, a cebolinha, aipo, cenoura e tofu por me proporcionar esses momentos aonde a comida acaba trazendo felicidade. A gente tem tanto preconceito com a forma na qual a comida é feita, que acabamos deixando de experimentar e ter sensações de comida gostosa na boca. Obrigado por cada dia isso diminuir em mim.
Agradeço a beterraba, a abobora, ao repolho, pelo fato de me mostrar texturas, cores e me permitir ter várias sensações relacionadas a gostos.
Eu agradeço a aveia, amendoim, cúrcuma e alho por me proporcionar essa nova forma de pão sem ser cozido no forno. Quero agradecer ao pilão e ao moedor por ao mesmo tempo que estou fazendo comida estar sentindo aos batimentos do meu coração e meditando. Cozinhar é um dom que liberta a alma.
Eu agradeço ao filme Os camelos também choram por me mostrar a beleza da passagem de cultura de uma geração para outra de nômades, o valor das histórias e rituais. Foi muito tocante ver todo o esforço feito pelos nômades para aproximar os camelos, foi possível realmente sentir que os camelos também choram, os animais também sofrem com a rejeição familiar e de amor. Fiquei fascinada com a cultura nômade com um estilo de vida estritamente simples e desprendido, a integração e adaptação ao meio em que vivem, com a religiosidade misturada ao respeito à natureza; e é curiosa a discordância entre os mais velhos e os mais novos.
Eu agradeço ao filme La belle Verde por me mostrar que mesmo um sistema aonde supostamente tudo funciona em perfeita ordem, mesmo com isso tem problemas de egoísmo de não aceitar o próximo. Mostra a perda da humanidade em vícios e não ter uma vida pura e sã, tanto fisicamente quando na ordem psicológica. A obra é um reflexo moral da sociedade em que vivemos infelizmente na qual vivemos que acaba sendo ainda muito falha e egoísta.
Eu agradeço ao filme ponto de mutação por pensamentos maravilhosos que este me incentivou a ter. A partir dele, pude compreender que a importância do conhecimento que quando compartilhado, não morre com quem o possui, mas permanece com aqueles que o receberam. Além disso, entendi que o mundo vive uma grande crise de percepção. Todos deveriam tentar buscar a si mesmo e deixar se seguir as regras impostas por quem quer que seja: sistemas, políticos, religiões, pois no fim tudo que resta é apenas nós.
Eu agradeço aos brotos de girassol, de trigo, ao hortelã, a chicória e a couve por ter me mostrado e gerado em mim a sensação de ver como a cor verde pode ter muitos gostos e provocar sensação diferentes na boca. Não estamos acostumados em beber coisas verdes, muito bom quebrar esse tabu.
Agradeço primeiramente ao trigo e ao girassol, que depois de plantadas em terra germinaram, me proporcionando a emoção de ver vida crescendo tão rápido depois de plantada pelas minhas mãos, com a minha ajuda ao colocar os vasos na luz e molhar a terra quando necessário. Foram experiências únicas, nunca tinha passado por essa experiência e achei fascinante. Essa experiência e reflexão foram únicas para mim, pois percebi que é possível mudarmos nossa posição de predador e sermos produtores.
Lorreine Ferreira