Valeria Oaks CONCLUSÃO 2017.1
Rio, 16 de maio de 2017.
Compostagem Fina
- É um processo de investigação de vida!!
Meu Deus, quantas lições em uma única aula e com.... terra!
Folhas secas, resíduos de suco, uma lata, e pronto, tá criado um ecossistema.
Um lugar criado por mim, aonde várias vidas vão espontaneamente nascer, crescer, reproduzir e... transformar-se.
E em meio a esses ciclos de vida, as folhas secas e os resíduos também se transformam em terra. Perdoem-me os entendidos, mas pra mim “fazer terra” e saber que minhocas nascem espontaneamente foi uma descoberta surpreendente...mesmo e principalmente por já ter feito um curso de jardinagem. E nunca ter conseguido fazer uma compostagem.
As minhocas, gongolos e vermes vão se alimentando daqueles resíduos ácidos e transformando-os em terra alcalina, este é o processo de compostagem. Simples, natural e sem nenhum custo de fazer . Agradeço esse aprendizado que gerou em mim profunda indignação e ao mesmo tempo profunda alegria de saber que eu posso, pois a própria natureza trabalha a seu favor. Ela se renova, se transforma, se regenera, proporcionando o mesmo poder aos que com ela se encantam.
Gente! Comprar composteira, minhocas californianas;... Pra que?
E... ver e tocar no “papa defunto”, saber que assim como ele esteve naquela terra se alimentando daqueles resíduos, ele habita dentro de mim, esperando alimentar-se de mim. Eca!! Creio que esta reação de “nojo” é comum e natural, mas gera uma profunda reflexão sobre o que de fato somos: Um bicho, chamado de humano, que habita com outros milhares de bichinhos num ecossistema chamado corpo.
- Gratidão.
Valéria Oacks.
Rio, 18 de Maio de 2017.
Reconhecendo Conchas.
Minha história com conchas é de menina. Até os oito anos de idade morei na Comunidade da Praia de Ramos, tempo em que a praia era praia de verdade.
Corria por aquela areias com meus irmãos, fazendo castelos e catando conchas. Lembro que tínhamos uma “enorme” onde ouvíamos o barulho do mar.
Meu pai era pescador, tinha até um barco....
Tocar nessas conchas hoje querendo virar uma delas foi constatar que elas ainda fazem parte da minha vida, da minha história... e sempre vão fazer.
Hoje minha curiosidade de menina tem resposta:
- Quem fez as conchas e colocou-as no mar?
- Se elas “nasceram” do mesmo lugar, porque todas são diferentes?
***São obras da criação de Deus e como tudo na natureza tem suas formas, cores e texturas esculpidas pela própria natureza. Linda e prefeita como lindo e perfeito é O Criador.
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Depois de ter escrito este texto, lembrei-me de perguntar minha mãe que fim teve a concha “enorme” onde ouvíamos o barulho do mar e .....Ei-la aí na foto:
Eu não sabia que ela estava bem guardada, como um tesouro, com minha mãe. E também não sabia, ou não lembrava, que meu falecido pai, tirou essa concha do mar e deu de presente pra minha mãe escutar, no barulho do mar, as ondas que embalavam seu barco durante a pescaria da noite.
Obrigada por esta re-convivência. Imensa gratidão por essas conchas fazerem parte da minha infância, fazerem parte da história de amor dos meus pais.
Aos meus olhos de criança essa concha era “enorme” e agora ela ficou imensamente maior.
Valéria Oacks.
Rio, 23 de Maio de 2017.
Manutenção de Temperatura
Cevadinha o cereal que, nesta aula, substituiu gostosamente o arroz. Só tinha comido cevadinha assim uma vez e confesso que não havia gostado muito, achei dura.
Essa técnica de mantê-la aquecida na temperatura bem morninha da agua, deixou-a maravilhosamente macia e suculenta... Amei. E misturada aos legumes e temperos, com aquele molho driblador de percepção, ficou uma delícia.
Embrulhar a panela em panos para manter a temperatura é algo que sempre fazemos, quando vamos transportar a comida para outro lugar, quase toda semana levamos comida para á igreja. Mas, não sabia que isso era capaz também de “cruzinhar”.
Quando cheguei em casa e fui conversar com minha mãe sobre a aula, lembramos que ela fazia isso, quando éramos pequenos, para economizar gás.
E lembramos, também, de uma vez em que fazendo o almoço o gás acabou e ela enrolou a panela do arroz para que acabasse de cozinhar sozinho, já que não tinha dinheiro pra comprar outro gás e papai só voltaria á noite.
Assim como a aula das conchas rendeu uma linda conversa com mamãe, esta nos trouxe memórias de tempos difíceis e felizes.
Agradeço à cevadinha, a panela, a técnica de manutenção da temperatura por despertarem minhas lembranças de infância e gerarem a oportunidade de revivê-las com minha mãe... Tem sido muito bom e tem feito muito bem a nós.
Gratidão,
Valéria Oacks.
Rio, 30 de Maio de 2017.
Desenho com Frutas
Neutras, cítricas e doces... Amendoim e uvas passas. Nossa sala entre as árvores ficou com maravilhoso cheiro de pomar.
Agradeço ás frutas participantes, desta gostosa convivência, que se permitiram virar lindas tintas para nossa arte.
Jamais imaginei: - Abacaxi com abacate, um verde de montanha linda e perfumada. – Abacaxi com goiaba, um rosa de textura e sabor de quero mais. – A manga, cheia de personalidade, não se misturou, mas nos doou uma cremosidade solar inspiradora. – As demais foram modelos essenciais, decorativas, de peças que se formaram únicas e incomparáveis. Destaco a tangerina virando borboleta... Linda! – E o bolinho de amendoim com passas... hum!! Sem palavras.
Agradeço o despertar da criatividade, o exercício coletivo; Cada pequeno lindo quadro se uniu á outro, á outro, á outro, e formou uma única e maravilhosa obra. Minimizando a individualidade, excluindo a competição... O trabalho de cada um contribuiu efetivamente para o aprendizado de todos.
Obrigada a todos,
Valéria Oacks.
Rio. 01 de junho de 2017.
Sala entre as Árvores - Bibliografia
Uma explicação sobre energia infinita produzida por meio do próprio movimento (moto-contínuo). A encantadora arte dos balões e enigmática beleza do fogo... Fiquei muito surpresa em saber que os bombeiros são praticamente leigos no conhecimento do fogo. Porque eles só querem apagar o fogo...
Vivências, aventuras, estudos e livros, muitos livros, cada um com sua importância e significado todo especial na criação da Sala de Aula entre as Árvores e do Projeto BioChip.
Cheguei à Sala de aula entre as Árvores em busca de aprender a cruzinhar, com meu caderninho para anotar receitas, achava que era um curso de Culinária Viva.
É infinitamente mais e melhor que isso. Para mim é um projeto de vida para transformar vidas através de convivências que nos levam a conhecer o próprio corpo, repensar as escolhas feitas e saber que podemos mudar. Convivências que nos levam a apropriação do ecossistema que individualmente somos e do qual temos responsabilidade única. Convivências que abrem nossos olhos para um olhar novo de si mesmo e de tudo que nos cerca, fazendo-nos enxergar infinitas possibilidades de ser uma pessoa ativa, feliz, criativa, plena, consciente da própria existência. Convivências coletivas e cooperativas, livres de preconceitos, julgamentos, competições, interesses,... Convivências que despertam memórias afetivas, que valorizam a beleza do simples e natural; Convivências que nos fazem se encantar e ser encantada com a vida, com o próximo, com o Deus Criador.
Agradeço por o Projeto Convivência com o BioChip, NÃO ser o que pensei.
Imensa gratidão por todo o aprendizado e por todos que convivemos neste período.
Imensa gratidão á Deus por ter dado a inspiração deste projeto a Ana Branco.
Imensa gratidão á Ana Branco por ter aceitado essa missão. Que a cada período O Inspirador te traga inúmeros encantadores para que o teu encantamento seja continuamente renovado.
Valéria Oacks.
Rio, 06 de Junho de 2017.
Les Baloons – Filme
Bom, sinceramente, ...O que eu tinha na minha cabeça é que balões deviam mesmo ser proibidos. Achava-os perigosos, não apenas pelo grande risco de incêndios, mas até mesmo para quem os soltava.
Através deste filme, vi que a fabricação de um balão é a fabricação de uma obra de arte linda, primorosa, inigualável. E saber que as pessoas que o fazem sabem controlar o fogo, através de um dispositivo que apaga a bucha no tempo determinado pelo baloeiro.
Ver nesse filme o emocionante depoimento de Tura, o baloeiro “perigoso”no Brasil e aplaudido no exterior. Ouvir pessoalmente dele essa apaixonante história de sua vida foi libertador... Libertou-me do engano da mídia e da maneira como via os baloeiros.
E a experiência de estar com todos da turma querendo segurar aquela metade de um balão em cima fogueira, para sentir a força do fogo empurrando-o pra cima... Foi muito bom.
Revi o filme em casa, pela internet, e também alguns outros documentários a respeito. Vi que tem até festivais de balão sem fogo. É realmente contagiante o entusiasmo, a alegria das pessoas envolvidas na fabricação e soltura de um balão... Fiquei com vontade de participar!
Agradeço aos baloeiros por não desistirem de sua arte.
Agradeço ao Tura e sua esposa Mônica por virem compartilhar conosco aquilo que tanto os encanta.
Agradeço ao fogo pelo ensinamento de que devemos, sim, retirá-lo debaixo das panelas; Pois ele tem, com toda sua força e enigmática beleza, coisas mais encantadoras á fazer.
Valéria Oacks
Rio, 08 de junho de 2017.
Canjica Viva
Jamais imaginei...
Canjica cremosíssima com base de banana!
- Banana d’agua liquefeita com pouquinho de canela, aquece bem e serve com coco ralado e amendoim germinado por cima.
Inacreditavelmente tem gosto de canjica e de quero mais, rsrrssrrs.
E a oportunidade de conhecer mais de perto: Dadal e seu “rapa coco”. Nunca tinha visto essa ferramenta de ralar coco e a maneira como Dadal ensinou a usá-la... Ralar coco sentada e conversa vai, conversa vem, tá pronto. Muito rápido e prático.
E em meio às conversas descobri uma mulher de poucas, porém decididas e ao mesmo tempo brandas, palavras.
Agradeço as bananas por nos proporcionar essa deliciosa canjica. Ao coco e ao amendoim por caracterizarem o sabor.
Agradeço a Dadal e seu jeito nordestino de ser.
Embora sentindo falta da Ana, foi um lindo dia.
Valéria Oacks.
Rio, 10 de junho de 2017.
Festa da Prova
E a prova: È cada um compartilhar o aprendizado, a experiência com a convivência BioChip. Cada um preparou e trouxe um prato que, expostos à mesa, revelou uma grande diversidade de cores, sabores, texturas, aromas e histórias. Interessante é que mesmo quando a “receita” era igual, o resultado foi diferente.
Mas, muito mais interessante, emocionante e apaixonadamente encantador, foi o relato do que as convivências gerou em cada um.
Sem medos, sem preconceitos, sem vergonha, cada um falou um pouco de si.
Houve quem fez desse momento, um desabafo. Houve quem expôs fraquezas, traumas.
Foi uma explosão de emoções onde parecia ninguém se importar em se expor, em colocar pra fora sentimentos que antes oprimiam, amarravam e que agora viam, através das convivências que podiam mudar.
E cada um que se expos, que abriu o coração, só o fez, porque tinha ali algo que talvez, há muito ele precisasse: Alguém para ouvir. Sim, todos ou a maioria, prestava atenção no que outro falava e compartilhava do riso, do choro, da esperança, da perspectiva gerada em cada um.
Agradeço ao BioChip pela convivência com cada um que esteve neste semestre. Agradeço a todos pelas experiências, emoções e encantamentos compartilhados.
Valéria Oacks
Um capítulo á parte, mas que não poderia deixar de mencionar.
As polemicas tabelas nutricionais
Peço que toda vez que olhar para estas tabelas lembre-se da revolta que elas geraram no Nicolas e do grande encantamento que o desabafo dele gerou em você.
Pense em quantos outros “Nicolas” estas tabelas poderão fazer “cair a ficha” e despertar.
E no dia seguinte, quando você contar sobre o acontecido, a quantas outras “Valérias” você poderá ensinar que não adianta ter números e tabelas que comprovem teorias; Que não adianta ter o conhecimento pra “esfregar na cara” do outro e querer que ele mude.
Mas que é com afetividade e exemplo, na prática, que vamos semeando a semente. Que somente quando nos encantamos é que podemos encantar.
Peço, por favor, que não exclua as tabelas na apresentação da bibliografia da encantadora Sala entre as Árvores.
Agradeço as tabelas. Agradeço ao Nicolas ter posto pra fora sua revolta. Agradeço a você, Ana, por compartilhar tão sinceramente seu encantamento. Agradeço todo o aprendizado na Convivência com o BioChip.
Valéria Oacks.