Chapéu para ouvir o silêncio





Equipe:
Julia Cardoso de Castro Berry
julinhaberry@hotmail.com
Meyrele Torres
meyrele@gmail.com

Grupo Social:
Magno Sales
professormagnosales@gmail.com

CIEP HUMAITÁ - Colégio Presidente Agostinho Neto

Resumo:

O projeto foi realizado no colégio CIEP, do Humaitá. Fizemos com o professor Magno, que leciona o primeiro ano do Ensino Fundamental. Nesse colégio público, o nosso intercessor dá aula de todas as matérias para as crianças na fase da alfabetização. Ele procura sempre em suas aulas, incluir diversas leituras e procura sempre ensinar para as crianças de uma forma prática. Por exemplo, em uma das atividades que acompanhamos no primeiro momento da aula, o professor Magno reuniu todas as crianças em uma roda no chão para contar uma história, e todas elas prestam atenção e interagem com perguntas. Após a história acabar o professor contou música com as crianças sobre os números, e dividiu a turma em menino e meninos para fazer um “desafio”. Esse desafio era sobre o alfabeto, ele pedia para as meninas falaram a alfabeto inteiro bem alto e depois os meninos, quem acertasse tudo ganhava “pontos”. No segundo momento ele começou a fazer atividades com os alunos sentados em suas mesas, explicou a “letra do dia” (que era letra B) e explicou as famílias das letras para as crianças, depois todos fizerem atividades no papel. A partir do conjunto de palavras que compõe o universo vocabular de Magno, reconhecemos como tema para o projeto: “A educação começa pelo ouvir o silêncio, que é um jeito de conversar. Vamos escutar as princesas e os super heróis, que junto com a família vão ajudar os amigos a aprender a ler, escrever e contar”. Durante as observações que fizemos nas aulas do professor Magno percebemos que em muitas atividades eles exercia o ouvir. Por exemplo, na hora da historia, em que todas as crianças estão sentadas na roda, o professor antes de começar a historia sempre lembra “na hora da história não se pode falar, só escutar”. A aula dele sempre começa com o “contar história” que é o ouvir o silencio e a segunda parte da aula é a alfabetização, o aprendizado, durante nossos encontros observamos sempre isso em sua aula – o silencio, a interação, a brincadeira e o ensinamento. Exatamente como é colocado na frase. Depois de criarmos e experimentarmos vinte experimentos a partir da nossa frase-tema do projeto, pedimos para o nosso intercessor fazer uma linha “quente e frio”- ou seja, os objetos que ele achou que tinha mais a ver com a frase ele usou nos quentes, e aqueles que ele achou distante da frase, ele colocou no frio. E a partir dessa linha conseguimos o nosso partido adotado que foi, realizar variações que juntassem o “ouvir” como foco principal com personagens. O partido adotado foi focado no ouvir, e é a partir dele que começamos a aprender tudo. Partimos então para a fase das variações seguindo o partido adotado. Fizemos como objeto final um chapéu que amplia o ouvir. E fizemos cartões pequenos que contém historias e palavras para as crianças poderem encaixar no chapéu. Os matérias usados foram: brim, algodão, velcro, PVC Linha, morim. Para os cartões: Acetato, viés cor branca, feltro e velcro. Primeiramente, fizemos um molde de papel Kraft , e apos acertamos o molda partimos para os materiais. Fizemos a aba do chapéu de PVC, moldamos todo o PVC para ficar com estruturas para encaixar na orelha, forramos de brim a aba e o chapéu, colocamos o velcro por cima do brim, e fizemos atrás em regulador para a cabeça com velcro também. Os cartõezinhos fizemos com feltro e viés, costuramos a viés por cima do acetato e do feltro. E atrás do feltro costuramos o velcro. Os desenhos que colocamos nos cartões pegamos da internet, baseado na escolha do professor, e fizemos com PVC placas pequenas para que o professor possa usar da forma que quiser e encaixar nos cartõezinhos. Está sendo usado da seguinte maneira: O professor Magno chama duas crianças para colocarem o chapéu (cada uma coloca um) e ele deixa as crianças escolherem qual personagem elas querem ser para contarem a historia. As crianças escolhem o personagem, e uma delas começa a contar a história primeiro, em seguida a outra criança continua a historia do colega. Quando as duas acabam, o professor chama outra criança, para escolher outro personagem para colocar na aba do chapéu. E a criança pega o cartão com o personagem que ela quer e da continuidade a historia dos colegas. Em uma segunda atividade o professor usou da seguinte maneira: Ele usa para realizar uma gincana. Ele escolhe quatro crianças, espalhou os cartõezinhos com palavras pelo chão , colocou o chapéu em duas, e pediu para que as outras duas ficassem bem atentas. Elas tinham que ouvir a palavra que o professor ia dizer, e procurar nos cartões espalhados pelo chão a palavra e colocar no chapéu da sua dupla. Quem acha a palavra mais rápido, vence.

Julia:

Fazer esse projeto para mim foi uma grande experiência. Foi um desafio prazeroso, por ser em um ambiente novo. No começo fiquei com medo por achar que teria muita dificuldade, principalmente depois da alternativa adotada, mas fiquei muito surpresa quando vi que as ideias foram saindo naturalmente. Apesar de toda a correria e preocupação em relação à material, fiquei muito contente em ver que conseguimos alcançar nosso objetivo. Foi transformadora a forma como aprendemos a agradecer, compreender e torcer pelos outros, nos tornamos uma equipe por completo, e não só uma turma. Tudo o que aprendi sobre materiais, formas, observações, gratidões e confiança foram ensinamentos que me fizeram crescer como pessoa. Fico muito feliz e agradeço por tudo que vivi nesse projeto. Agradeço principalmente por todo o ensinamento dado pelos meus professores, Ana e Vicente. A experiência que tive foi incrível, jamais esquecerei. Agradeço a minha dupla Meyrele por toda confiança, ajuda, companheirismo, confiança, por ter me aturado pedindo ajuda, por ter enfrentado essa experiência junto comigo, foi incrível fazer projeto com ela. Isso gerou em mim crescer muito como pessoa, eu amadureci bastante durante todo o semestre e aprendi demais principalmente a confiar mais nos outros. Agradeço ao professor Magno por ter nos recebido com tanto carinho e carisma, por ter nos “aturado” indo lá e ter nos ajudado tanto a aprender sobre o ouvir.

Meyrele:

Fazer Projeto II foi uma experiência especial e única. Foi um período de muita dedicação e trabalho, em que aprendi a ver o novo, conhecer novos materiais e novas formas de trabalhar com materiais já conhecidos. Foram muitos os aprendizados. Entendi o valor da gratidão, e que se agradeço por algo, é por que esse algo deixou em mim um aprendizado que marcou. Aprendi que a forma mais prazerosa de se criar um produto é quando ele é criado para o próximo, e que para isso o contato com as pessoas é essencial. Aprendi a procurar as respostas sempre nas coisas boas, e não nas coisas ruins. A olhar a abundância, e não a escassez. Muitos mitos sobre a escola pública foram desfeitos para mim, como o mito de que o ensino público não tem qualidade e que os professores são ruins. O que vi foi uma realidade completamente diferente: a escola pública tem muita qualidade sim, e os profi ssionais que ali trabalham são heróis, que buscam sempre o melhos para seus alunos. Agradeço ao Magno por ter aceito esse desafi o, por nos receber no seu local de trabalho e de permitir que, por um tempo, fi zéssemos também parte do seu cotidiano. Ele confi ou em nosso trabalho, e ver o resultado fi nal e saber que de alguma forma ajudamos em seu trabalho foi muito gratifi cante. Agradeço à Julia por sua alegria, companheirismo, inteligência e capacidade de trabalho. Aprendi com ela a trabalhar em equipe de forma plena, confiando inteiramente no outro. Sua amizade foi um dos maiores presentes que recebi ao fim desse projeto.

Avaliação completa do Intercessor:

É importante saber que todos os setores estão preocupados em auxiliar a educação para que esta consiga ter êxito para o que se propõe. A experiência de ter participado do projeto foi muito importante para que alguns discursos fossem desconstruídos e para que novas ideias fossem desenvolvidas para a aplicabilidade de práticas pedagógicas mais enriquecedoras e proporcionem ao aluno uma forma diferenciada na aprendizagem. O projeto também remete ao professor uma forma de avaliar as suas práticas no momento em quem precisa estará clara a intencionalidade de suas ações e funcionalidade de sua prática objetivando o desenvolvimento cognitivo e social do aluno. Logo, podemos dizer que este projeto é muito importante quando em sua culminância o aluno precisa apresentar um produto que retrate, auxilie e possibilite uma forma de trabalho. Portanto, este projeto consegue algo que muitas instituições que estabelecem parcerias com os governos não conseguem: materializar a prática pedagógica em instrumentos que não são os convencionais. Isto se dá porque a elaboração do mesmo parte da observação de práticas específicas em espaços diferenciados. Isto possibilita a elaboração de um produto que atenda as especificidades de cada profissional e não genérica como observamos em alguns documentos e instrumentos. Podemos ver a materialização da prática pedagógica do profissional envolvido neste processo quando o produto final está concluído. Agradeço imensamente aos estudantes e professores que estão engajados neste processo, e que de uma forma peculiar nos auxilia, para que a prática pedagógica não seja algo padronizado e comum a um espaço tão heterogêneo, que tem uma diversidade enorme, que é a sala de aula.

Nota: 10

Disciplina: DSG 1002
Turma: 1AC/1AD
Professores: Ana Branco, Luis Vicente Barros, Luciana Grether, Maria do Socorro Calhau

e-mail: anabranc@puc-rio.br

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