Reler o mundo é o exercício de hoje
Equipe:
Ana Carolina Costa Chicarino
anachicarino@hotmail.com
Bruna Tardioli de Souza Villela
brunavillela96@gmail.com
Grupo social:
Professora Márcia Christina Bessa Diniz de Menezes
christinamarcia1@hotmail.com
Escola Municipal Duque de Caxias – Grajaú
Rua Marechal Jofre, 74 – Grajaú. Rio de Janeiro – RJ. CEP: 20560-180
Resumo:
Realizamos o projeto na Escola Municipal Duque de Caxias, com a intercessora Márcia Christina, em uma turma de 3º ano, com crianças entre 7 e 8 anos. Na observação das aulas, pudemos perceber que a parceira realizava atividades voltadas ao ensino da matemática e da língua portuguesa, utilizando a apostila entregue pelo município e propondo novos exercícios em folhas e no caderno. Na correção destes exercícios ela chamava as crianças ao quadro para responderem e sempre buscava mostrar à turma todos os caminhos possíveis para chegar à resposta final, como por exemplo, no exercício de matemática que ela propôs, no qual as crianças poderiam chegar ao resultado fazendo uma conta de multiplicação ou uma de adição, mostrando para aqueles que achavam que tinham feito diferente que não estavam errados. A partir do conjunto de palavras que compõem o universo vocabular de Márcia, reconhecemos como tema para o projeto: “Reler o mundo é o exercício de hoje”. Pudemos, então, voltar ao que a intercessora fazia nas aulas e percebemos uma grande relação da frase com as atividades e com o modo que Márcia tentava se relacionar com a turma, por exemplo, na hora da correção, em que ela perguntava para as crianças se elas tinham certeza da resposta que tinham dado, se não queriam fazer de novo, reforçando muito a questão da releitura, de rever o que estamos fazendo. Por meio de experimentos e com aqueles que foram considerados mais quentes, vimos que a intercessora queria trazer para os alunos uma nova forma de passar o conteúdo, algo que fugisse do registro no quadro branco (algo repetitivo) e que apresentasse para a turma novos desafios e novos caminhos. Desenvolvemos, então, um quadro menor e portátil, de papel Couro forrado em carpete, em que Márcia pudesse encaixar roletas de diversas formas. Fizemos cinco formas diferentes, dois círculos, dois triângulos, dois trapézios, dois hexágonos e dois octógonos; todas de papel Paraná encapadas com cartolina branca e papel Contact, o que possibilitava escrever e apagar facilmente, dando à intercessora liberdade de trabalhar o conteúdo que quisesse. Nas roletas circulares, adicionamos adesivos com as letras do alfabeto em uma e com números de 0 a 10 em outra. Essas roletas saíam de seus eixos para serem trabalhadas como formas normais, agora adicionando uma nova capa de tecido e velcro, o que possibilitaria que elas fossem grudadas no quadro de carpete para que a parceira pudesse calcular o perímetro das formas junto com os alunos. Esse perímetro seria calculado com quadradinhos individuais feitos de papel Paraná, revestidos com tecido e velcro, que depois também poderiam ser usados juntos como uma fita métrica de quadradinhos, possibilitando o cálculo de outros perímetros, como o dos cadernos da sala. A fita métrica dava uma noção mais concreta de unidade para as crianças, pois as medidas em metro são vagas para eles.
Ana Carolina Chicarino
Antes de começar o projeto, achei que estar em contato com as crianças da rede municipal ia me deixar abalada de ver tantas diferenças sociais presentes naquele ambiente, porém aconteceu totalmente o contrário. As crianças nos receberam muito animadas, tentavam chamar nossa atenção de todas as maneiras, falavam, riam, brincavam, faziam palhaçada, e isso provou que eu estava errada. Ver a animação dos alunos com a nossa presença e com os experimentos que levamos foi muito gratificante. Quando ficávamos muito tempo sem ir à escola, eu já sentia falta dos alunos, me apeguei àquelas crianças, aprendi o nome de cada uma, suas características e personalidade. Consegui adquidir muito conhecimento durante o semestre, não só com a convivência na escola, mas também com a Bruna, Ana Branco, Vicente e todas as pessoas envolvidas. O projeto também me ajudou bastante a ser mais comunicativa, já que sou tímida e tenho vergonha de falar e expor minhas opiniões e como a comunicação é um dos pontos chaves do projeto, com isso, venho aprendendo a me comunicar melhor com as pessoas. Todo o processo foi maravilhoso e ter que escrever as gratidões para cada uma das situações vividas foi essencial para o reconhecimento do valor desse trabalho. Agradeço a Bruna por ter sido uma ótima dupla, que estava sempre disposta a dar o melhor de si em todas as horas. Tê-la trabalhando comigo fez o projeto fluir de uma maneira muito boa, pois tinha do meu lado uma amiga. Agradeço também por ela ter sido companheira, ter me ajudado em todas as horas, divido as tarefas e, mais importante, ter carregado sempre com ela um sorriso no rosto. Agradeço a Marcia Christina por ter aceitado participar do projeto e ter tido confiança no nosso trabalho, abrindo espaço para nós dentro do cotidiano dela. Sou grata também por ela ter nos recebido sempre sorrindo, o que tornava a nossa convivência muito mais agradável. Essa experiência me fez enxergar a importância de estar envolvida em uma ação social, é tão importante tanto para quem está recebendo, quanto para quem está dando. E pude perceber isso por meio da enorme satisfação que ficou em mim depois de concluído o projeto. Sou grata aos professores por mostrarem esse outro lado do design, que é voltado para o social e por terem sempre nos ajudado, acalmado e orientado quando precisávamos.
Bruna Tardioli
Ter a experiência de fazer esse projeto foi além de uma oportunidade, um grande aprendizado. Posso afirmar que, com ele, vi como posso trazer para minha profissão o lado social e humano de que sempre senti falta. Saber que posso trabalhar pensando nesses aspectos me conforta e me dá coragem de continuar no Design e de tentar fazer dele algo transformador, que valorize o com quem se está trabalhando acima do para quem se está trabalhando. Saí desse semestre com uma visão completamente diferente sobre meu curso e sobre o que posso fazer com ele, com vontade de fazer muito mais pelas pessoas durante minha carreira e durante minha vida. Agradeço à Márcia Christina por estar conosco em todos os momentos, nos ajudando a seguir com o projeto, sempre simpática e aberta a novas ideias. Fazer parte do dia-a-dia desta turma e desta professora fez com que eu crescesse de uma maneira inestimável, me ensinando como ser uma pessoa melhor e uma profissional melhor, que esteja acima de tudo preocupada com o social, com as pessoas com quem estamos trabalhando. Agradeço à Ana Carolina por toda a ajuda que ela me deu, pelo humor e astral maravilhoso que ela tem e que me contagiou durante todo o projeto. Sempre presente, tentando ajudar e também tentando me distrair e me acalmar quando eu ficava preocupada com o andamento do projeto, ela foi me conquistando, a cada dia, simplesmente pela pessoa maravilhosa que ela é. Agradeço à Ana Branco, Vicente, Vanusa, Luciana e a todos os professores colaboradores por todos os conselhos, por todo o acompanhamento e ajuda durante o projeto. Eles nos acalmaram, chamaram nossa atenção e conversaram conosco sempre com uma paciência e uma simpatia maravilhosas. Tê-los como tutores foi essencial para que tudo desse certo, para que conseguíssemos, além de executar o projeto, perceber toda a carga de vida que essa experiência nos proporcionou. Ter que agradecer a todos que estiveram no nosso caminho nos fez focar nas coisas simples, nos pequenos gestos que nos fizeram chegar aonde chegamos, tendo a humildade de sempre agradecer, de sempre olhar para as pessoas com gratidão por simplesmente estarem lá.
Disciplina: DSG 1002
Turma: 1AC
Professores: Ana Branco, Luis Vicente Barros, Luciana Grether, Vanusa Maria de Melo